
O prefeito de Guaxupé, Roberto Luciano Vieira, foi afastado do cargo pelo juiz Marcos Irany Rodrigues da Conceição. A decisão ocorreu na tarde de ontem, quarta-feira, mas sua publicação oficial foi feita somente hoje, dia 10 de dezembro. Roberto e membros de sua equipe são acusados de improbidade administrativa por suposto superfaturamento na aquisição de produtos para a realização de merenda escolar.
A notícia tomou conta da cidade durante a tarde desta quarta-feira, quando cidadãos se indagavam sobre a veracidade do que até então era apenas um boato. No Fórum, durante toda aquela tarde, o juiz Marcos Irany foi procurado para falar, mas estava fora da cidade, a trabalho. Também o promotor Thales Tácito Pontes Luz de Pádua Cerqueira, que nos últimos meses fez várias acusações contra a administração municipal, não se pronunciou.
Mas, ainda na noite de quarta-feira, Marcos Irany confirmou à imprensa (em off) a autoria da liminar com a solicitação sobre a saída de Roberto Luciano por cento e oitenta dias. Embora não tenha gravado entrevista, o magistrado disse que sua atitude foi preventiva. Isto, porque o juiz temia que o prefeito atrapalhasse as investigações caso continuasse na Prefeitura. Além de Roberto Luciano, outros envolvidos (cujos nomes não foram divulgados) também deverão se afastar da máquina pública a partir das primeiras horas desta quinta-feira.
Junto aos pedidos de afastamento, o representante da Justiça solicitou, ainda, que a vice-prefeita, Márcia Zampar Jorge, assuma o cargo ocupado pelo prefeito desde o início de janeiro último. Procurada, Márcia não quis se manifestar por questões éticas. Com Roberto Luciano também não foi possível falar, pois assessores seus disseram que ele encontrava-se em Belo Horizonte e aguardava ser notificado oficialmente. Entretanto, sua assessoria afirmou que ele recorrerá da decisão da Justiça.
Em meio aos comentários, também na tarde de quarta-feira, a maioria dos assessores de Roberto Luciano convocou a imprensa para entrevista coletiva no Teatro Municipal. Na ocasião, o diretor de negócios jurídicos da Prefeitura, Natal dos Reis Carvalho Júnior, leu nota de repúdio onde definiu a situação como perseguição de grupos políticos que perderam a eleição. Além de Natalzinho, a nota foi assinada por Marcos Vilhena, do Departamento de Obras, Ana Luiza de Souza, da Ação Social, Nesmar Aparecida Brazão Guerini, da Educação, Daniel Senra Delgado, do setor administrativo, Marcos Donizete Gomes David, da Cultura, Esporte e Turismo, Paulo Eduardo Stempniewsk, das Finanças, Luciana Aparecida Terra, da Saúde e o chefe de gabinete, Luiz Henrique Marques. Na coletiva, no entanto, Paulo e Luciana não estavam presentes, pois cumpriam expedientes no referido momento.
Esta não é a primeira vez que Roberto Luciano e sua equipe são colocados à prova. Desde o início deste semestre, o grupo recebeu diferentes acusações, com destaque às eventuais superfaturadas contratações da banda Batom na Cueca, em fevereiro último, e da dupla Rick & Renner, no mês de junho deste ano. As denúncias, desde então, partiram da vereadora Tânia Maria Nobile Rolim, o advogado Roberto da Silva, a Ordem dos Advogados do Brasil e o próprio Ministério Público. E, se não bastasse, na noite desta segunda-feira, dia 14, os vereadores votarão o 4º pedido de impeachment contra o chefe do Executivo.