Publicado em 16/03/2019 - regiao - Da Redação
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Poços,
a taxa de mortalidade infantil por mil nascidos vivos em 2018, foi de 9,6 no
município. Em 2017, o índice registrado havia sido de 11,1. “A partir destes dados, fazemos uma investigação
hospitalar, onde essa criança nasceu ou foi atendida, uma investigação
ambulatorial, nos locais onde foram realizados pré-natal e outros atendimentos,
além de entrevistas com a família. Neste processo, levantamos informações que
são ferramentas para a melhoria da assistência prestada, por meio destes
indicadores que são essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas”,
explicou a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Loro Ferreira. A
taxa de mortalidade leva em conta a morte de crianças com até um ano de vida
incompleto. O índice é influenciado por diversos fatores, como condições
socioeconômicas, educação materna, saneamento básico, cobertura vacinal, acesso
e qualidade da assistência materna infantil, entre outros aspectos.
No Brasil, o último dado divulgado pelo Ministério da
Saúde é referente a mortalidade infantil em 2016: foram 14 mortes a cada mil
nascidos; um aumento de 4,8% em relação a 2015, quando 13,3 mortes (a cada mil)
foram registradas. Desde 1990, o país apresentava queda média anual de 4,9% na
mortalidade. Nos anos 1980, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o Brasil chegou a registrar 82,8 mortes por mil nascimentos. Em
1994, a taxa chegou a 37,2; e, em 2004, a 21,5. Em 2016, o Ministério da Saúde
creditou a alta mortalidade à emergência do vírus zika. No Estado de Minas,
dados preliminares indicam que a taxa de mortalidade infantil em 2018, foi de
10,96 por mil nascidos vivos. “Sem dúvidas é uma redução significativa em
Poços, em relação ao ano anterior. Não é a melhor taxa que nós já tivemos mas é
um indicador positivo, tendo em vista que a taxa daqui é inferior ao registrado
no Estado de Minas e no Brasil. Isso representa investimentos na assistência e
nos pré-natais. Nossa perspectiva é continuar trabalhando para manter os níveis
e melhorá-los”, disse Alberto Volponi, médico responsável pela avaliação dos
óbitos no Comitê de Mortalidade Materno, Fetal e Infantil de Poços. O órgão é
composto por outros profissionais, como enfermeiro, médicos ginecologista e pediatra,
representantes da Vigilância Epidemiológica, Atenção Básica, Programa Saúde da
Mulher e da Criança e também do Conselho Municipal de Saúde.
As estatísticas de Poços são de responsabilidade do
Comitê de Mortalidade Materno, Fetal e Infantil, que faz os registros, executa
as investigações, analisa os dados e propõe medidas e estratégias que tragam
impactos positivos nos atendimentos prestados. Cada município tem o seu. Os
Comitês de Mortalidade, Infantil e Fetal são organismos interinstitucionais, de
caráter eminentemente educativo, com atuação sigilosa, não coercitiva ou
punitiva. São compostos por instituições governamentais e da sociedade civil
organizada, contando com participação multiprofissional, para analisar todos os
óbitos maternos, fetais e infantis e, apontar medidas de intervenção para a
redução na região de abrangência. São importantes instrumentos de gestão que
permitem avaliar a qualidade da assistência à saúde prestada à mulher e a
criança para subsidiar as políticas públicas e as ações de intervenção. Com
reuniões mensais, dentre as atribuições do Comitê, estão: monitorar o
funcionamento dos comitês hospitalares de Prevenção da Mortalidade Materna,
Infantil e Fetal; realizar diagnóstico da situação da mortalidade com base nos
dados epidemiológicos locais e, propor medidas para promoção e qualificação da
assistência à saúde da mulher e da criança; acompanhar a implementação das
medidas e recomendações propostas, além de mobilizar os diversos setores da
sociedade envolvidos com a saúde da mulher e criança para a redução da
mortalidade materna, infantil e fetal. “Esta taxa de
mortalidade infantil menor em relação ao ano anterior, reflete nosso cuidado e nossa preocupação em investir em ações de prevenção e de promoção de saúde. Nesta gestão, implantamos o Ambulatório de Saúde da Gestante no Programa Materno Infantil, que traz uma atenção ainda mais especial às mães, nos momentos finais da gestação. Temos também os serviços de pré-natal nas unidades básicas de saúde e de pré-natal especializado, no Hospital da Zona Leste. Somado a isso, realizamos mutirões de ultrassonografias obstétricas, para garantir que as gestantes façam pelo menos dois exames ao longo da gestação. Todas estas são algumas dentre importantes medidas tomadas e que visam melhorar cada vez mais esta assistência prestada”, finalizou o secretário de Saúde, Flávio Togni de Lima e Silva.
ascom