Publicado em 07/04/2014 - regiao - Da Redação
Em assembleia na manhã da sexta-feira (4), os funcionários públicos da Prefeitura de Alfenas paralisaram as atividades, em greve. Cerca de 400 servidores participaram da manifestação na praça, que seguiu até a sede da Administração.
Convocados pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sempre Alfenas), eles se concentraram em frente a Concha Acústica, na Praça Getúlio Vargas, por volta das 9h. No local os dirigentes declararam aberta a assembleia e, após discursos inflamados, palavras de ordem e até uma imitação de uma dona de casa varrendo feita pelo sindicalista Wagner Soares - alusão ao slogan do prefeito Maurílio Peloso que na campanha dizia que limparia a cidade como a dona de
casa limpa a residência – foi colocada para votação a sequência do movimento.
O coordenador financeiro do sindicato, Vagner Ribeiro, apresentou a primeira proposta, a de que os servidores manteriam o estado de greve e na sexta-feira (11) e fariam uma paralisação total de advertência. A segunda proposta, de paralisação imediata, recebeu amplo apoio e definiu pela greve.
Passeata
Em seguida os servidores seguiram em caminhada até a sede da Prefeitura, na Praça Dr. Fausto Monteiro, onde se concentraram diante do edifício. Uma comissão com representantes do sindicato e de setores como educação, saúde e segurança foi recebida no gabinete pelo vice-prefeito Décio Paulino e
os secretários Miguel Diogo (Fazenda), Paulo Henrique Santos Pereira (Administração) e Fernando José (executivo de Planejamento).
Todos os representantes manifestaram os diversos motivos que levaram a decretar greve. A guarda municipal e dirigente do sindicato, Ivania Cristina Silva, expôs a falta de segurança e equipamentos para o próprio desempenho do trabalho. “As vezes chegamos no local de trabalho e não tem ninguém e lá tem armas. Andamos o dia todo e não podemos parar quinze minutos para descansar. Nossa água é direito da caixa e todos os guardas tem que tomar num mesmo copo. Não temos fardamento direito e o coturno temos que recauchutar o solado até quatro vezes com dinheiro nosso”, falou ela indignada.
Servidores da educação, nas creches, reclamaram do não recebimento por insalubridade, uma vez que frequentemente pegam piolhos e até micoses. “Não recebemos por isso e o salário não dá pra comprar remédios. Não é só a gente que sofre, as crianças também tem problemas por ficarem juntas e não há colchões para todas”, lamentou Ursula Lily. “Também falta manutenção em equipamentos das escolas e até material pedagógico”, relatou outra professora.
Já uma funcionária da Vigilância Epidemiológica revelou que o setor não possui sequer larvicida para o combate a dengue. “Não recebemos nem o saco de lixo e com isso temos que destruir os materiais com as mãos. A cidade está infestada de focos da dengue”, afirmou.
Reivindicações
O vice-prefeito Décio Paulino recebeu as reivindicações, porém somente as repassará ao prefeito Maurílio Peloso que irá avalia-las. O chefe do executivo se encontrava em Belo Horizonte para a posse do governador Alberto Pinto Coelho.
As principais reinvindicações dos servidores são o aumento de 27,5% para toda a categoria e não apenas aos médicos da gestão compartilhada, piso mínimo de R$ 1.100, auxílio alimentação de R$ 300 para toda a classe, plano de saúde e piso nacional do magistério de R$ 1.700 para professores. Em março o Município autorizou o aumento de 10% que foi rejeitado pelo sindicato.
Com a greve, os servidores que faltarem ao trabalho em adesão não poderão ter o ponto descontado. Serviços essenciais na área de saúde e segurança devem manter um percentual mínimo de 30% de pessoal nas funções.
Fonte: Alfenas News / Minas Acontece