Em Paraíso ações preventivas ajudam a combater a hipertensão

Publicado em 27/04/2012 - saude - Assessoria de Comunicação

O Dia Nacional de Combate à Hipertensão é geralmente marcado por atividades com o objetivo de alertar a população à respeito desse mal silencioso e mostrar, também, a necessidade e a importância do tratamento dessa doença. Em São Sebastião do Paraíso as ações não ocorrem somente em 25 de abril, mas a existência de um trabalho contínuo é registrado quase que diariamente, através das Unidades de Saúde da Família (USFs) e o Ambulatório Municipal. Conforme levantamento, cerca de 5.200 pessoas estão cadastradas no município com quadro da doença.
A hipertensão arterial ocorre quando a pressão que o sangue faz na parede dos vasos arteriais está acima dos limites considerados normais. Na maioria das vezes a hipertensão não gera sintomas, por isso ela é chamada de “silenciosa”. Em grande parte dos casos, a pressão alta não tem causa definida. No entanto, quem tem familiares com pressão alta tem mais chance de ter a doença e quanto maior a idade, maior é o risco de contrair a enfermidade.
O diagnóstico é feito através da medição de pressão que é muito simples, rápida, indolor e pode ser feita em todo o serviço de saúde. Entre as consequências da pressão alta está a possibilidade dela vir a causar danos a vários órgãos do corpo como infarto do coração, derrame cerebral, problemas na visão e mau funcionamento dos rins.
Em Paraíso, conforme levantamentos da Secretaria Municipal de Saúde, existem mais de cinco mil pessoas cadastradas com diagnóstico de hipertensão, através das 17 USFs e do Ambulatório Municipal. Em um levantamento realizado com dados apuradas até 2 de fevereiro de 2012, a Unidade Olívia Candiani Bérgamo (Vila Mariana) é a recordista com 488 pessoas cadastradas. Em média as unidades possuem cerca de 240 inscritos.
Estes pacientes e a população recebem diariamente atendimento e participam de atividades preventivas e também recebem medicamentos através de programas e convênio entre o município, o governo estadual e federal. Entre as ações que são oferecidas constam o Tai Chi Chuan, academia ao ar livre, atividades de educação física e caminhadas nas USFs, na Lagoinha, Complexo San Genaro e na Praça de Esportes Municipal.
Outra medida que apresenta números expressivos está relacionada ao tratamento em si. Anualmente são distribuídos cerca de quatro milhões de comprimidos às pessoas portadoras de hipertensão, através da Farmácia Básica Municipal. O Hidroclorotiazida é o campeão em distribuição com um milhão de unidades, em seguida vem o Enalapril, com 750 mil unidades e a Losartana, mas a lista de remédios oferecidos são de quase 10 remédios. Alguns deles são ministrados em combinação um com o outro e há casos em que o paciente toma até três tipos de medicamentos, mais de uma vez ao dia.

Hiperdia — Desde 2001 que a Secretaria Municipal de Saúde possui o serviço de atendimento aos pacientes de hipertensão, chamado de Hiperdia. O programa tem como missão coordenar a estruturação da rede de atenção à saúde da população com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e doença renal crônica, por meio de um sistema regionalizado e integrado de ações em saúde. Como resultado, espera-se que esse programa possibilite o aumento da longevidade da população, acompanhado da melhoria de sua qualidade de vida, por meio de intervenções capazes de diminuir a morbimortalidade por essas patologias.
Em nível de Atenção Primária à Saúde, a Rede Hiperdia ancora-se na prática de novas diretrizes clínicas, especialmente pelas equipes da estratégia de Saúde da Família. Elaborou-se uma linha-guia baseada na abordagem populacional dessas condições crônicas, as quais foram estratificadas e a partir disso, determinou-se toda a organização da assistência, ou seja, as competências, as atribuições dos seus profissionais e a atenção programada a esses usuários. Em nível de Atenção Secundária à Saúde, a rede tem como uma de suas principais estratégias a implantação de Centros de Atenção Secundária para usuários com essas condições crônicas e maior complexidade.
De acordo com Leide Aparecida de Pádua, enfermeira responsável técnica pelo Hiperdia em Paraíso, “através do cadastramento dos pacientes, conseguimos formar o perfil epidemiológico que vai possibilitar aos gestores tomarem as providências e definir as ações a serem aplicadas”, comenta. Tanto nas USF como no ambulatório onde são atendidos os hipertensos da zona rural existe o cadastro, o histórico de consultas, medicamentos ministrados e de onde é feito todo o acompanhamento do paciente. As informações são repassadas aos governos federal e estadual que também auxiliam no envio de medicamentos e outros recursos e materiais.
Somente no ambulatório o atendimento é feito por uma equipe formada por enfermeiros, médicos, cardiologistas, nutricionistas entre outros especialistas que fazem as orientações e encaminhamentos necessários. “Em algumas situações temos até psicólogos, educadores físicos que auxiliam na definição da melhor forma de tratamento”, comenta Leide. Tanto na cidade como na zona rural são formados grupos de pacientes que recebem material informativo sobre a prevenção e cuidados gerais para que estas pessoas tenham uma vida saudável. “São medidas que ajudam a reduzir custos e gastos como hemodiálise, tratamento de acidente vascular cerebral, porque a prevenção em toda a população é a melhor medida a ser adotada e o tratamento adequado ajuda na longevidade dos pacientes”, conclui.