Entidades reivindicam melhorias no tratamento de epilepsia em MG

Publicado em 02/12/2011 - saude - Assessoria de Comunicação

Em audiência pública na Comissão de Saúde da ALMG, na quarta-feira (30/11), especialistas e pessoas com epilepsia manifestaram a preocupação pela falta de medicamentos controlados fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o preconceito social que afeta os portadores da disfunção neurológica. O presidente da Comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), disse que o sistema público possui condições de resolver a demanda por remédios.
“Cerca de 70% das pessoas que possuem epilepsia conseguem controlar essa disfunção neurológica com medicamentos específicos de baixo custo e que são fornecidos pelo SUS. O setor público deve cadastrar adequadamente todas as pessoas que necessitem desses remédios para que a medicação não falte”, explicou Mosconi. Os outros 30% dos pacientes podem ter a doença controlada com outros remédios ou cirurgia.
De acordo com a presidente do Capítulo Mineiro da Liga Brasileira de Epilepsia, Maria Carolina Doretto, cerca de 2% da população mineira possui epilepsia. “Essa é a doença mais comum do mundo. Pode ocorrer em qualquer idade, raça ou classe social. No Estado, poderíamos dizer que 400 mil mineiros têm esse tipo de disfunção.”
Segundo o superintendente de Redes de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Marcílio Dias Magalhães, o governo de Minas está ampliando a gestão sobre os medicamentos para evitar o problema. “A angústia pela possibilidade da falta de remédios é legítima. Por isso, já estamos pensando em um ‘plano B’ para evitar a falta de medicamentos e o tratamento de epilepsia não seja interrompido pelos pacientes”, disse Magalhães.
Preconceito. Para Eduardo Caminada Júnior, Delegado Nacional de Epilepsia da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (AFAG), a falta de informação sobre a doença gera o preconceito social. “Temos que informar a população que a doença não é contagiosa, que não incapacita a pessoa para o trabalho e que ela pode estudar normalmente”.
A epilepsia é uma alteração no funcionamento do cérebro. Essa disfunção neurológica pode causar uma crise convulsiva com duração de alguns segundos ou minutos. É um evento temporário e reversível. Ao término da crise, o cérebro volta a funcionar normalmente.