Mais de 180 mil morrem por drogas

Publicado em 27/06/2014 - saude - Da Redação

Relatório da ONU indica que consumo e tráfico de cocaína na América do Sul são notórios, em especial no Brasil, por sua posição geográfica e numerosa população urbana

Viena – Um total de 183 mil mortes relacionadas às drogas ocorreram em 2012 em todo o mundo, revelou ontem, em Viena, o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (Unodc) em seu relatório anual. Esse número é levemente inferior ao do ano anterior, devido a menos óbitos em alguns países da Ásia. O Unodc calcula que em nível mundial, em 2012, entre 162 milhões e 324 milhões de pessoas consumiram ao menos uma vez alguma droga ilícita, principalmente maconha, opiáceos, cocaína ou estimulantes anfetamínicos.
Por outro lado, o consumo de drogas problemático – “por consumidores habituais e pessoas que sofrem transtornos de dependência” – permaneceu estável no planeta, entre 16 milhões e 39 milhões de pessoas. Os opiáceos e opioides lideram a lista de produtos que causam mais doenças e mortes relacionadas com as drogas. Além disso, pelo terceiro ano consecutivo, o Afeganistão, o país no qual se cultiva a maior quantidade de papoula (a planta da qual se extrai o ópio) do mundo, registrou um forte aumento da superfície de cultivo, de 154 mil hectares em 2012 a 209 mil hectares em 2013. Já o consumo de cocaína se concentra mais na América, na Europa e na Oceania, enquanto “praticamente toda a produção mundial é realizada em três países da América do Sul”, segundo o relatório.
“Embora a fabricação e o tráfico de cocaína tenham tido grande repercussão no hemisfério ocidental, há indícios de que a disponibilidade mundial dessta droga diminuiu”, indica a Unodc. No fim de 2012, a superfície líquida dedicada ao cultivo de arbusto de coca (133.700 hectares, 14% a menos que em 2011) era a mais baixa desde 1990, quando os números começaram a ser registrados. “Na América do Sul, o consumo e o tráfico de cocaína se tornaram mais notórios, em especial no Brasil, por fatores como sua localização geográfica e sua numerosa população urbana”, afirma o documento.

Legalização - Sobre a legalização do consumo da maconha no Uruguai e nos estados americanos de Colorado e Washington, a agência da ONU ressaltou que serão necessários anos de vigilância para avaliar seus efeitos. “Serão necessários anos de vigilância para compreender os efeitos mais amplos desses novos marcos regulamentares com o objetivo de fundamentar futuras decisões normativas”, afirma.
O Uruguai se converteu em dezembro no primeiro país do mundo a regular o mercado da maconha e seus derivados, uma iniciativa considerada um experimento pelas autoridades e que pretende enfrentar o narcotráfico. A decisão do país foi criticada pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) da ONU, o que provocou uma reação do presidente uruguaio, José Mujica, que acusou a Jife de não ter “nem ideia do que é a sociedade uruguaia, nem do que são as tradições do Uruguai”.

Curry é anti-hipertensivo
Cientistas médicos indianos anunciaram ter testado com sucesso uma mistura de temperos, conhecida como curry, que reduziu a pressão arterial em ratos de laboratório, despertando a expectativa de se encontrar medicamentos naturais e baratos para tratar a hipertensão. S. Thanikachalam, especialista em cardiologia que chefiou a pesquisa, disse que sua equipe testou em roedores uma mistura de gengibre, cardamomo, cominho e pimenta, ingredientes comuns na cozinha indiana, junto de pétalas de lótus branca e outros. “Vimos mudanças positivas em ratos com pressão arterial elevada induzida em nossas experiências em laboratório”, disse Thanikachalam, chefe do Departamento de Cardiologia na Universidade Sri Ramachandra, em Madrassa. Os indianos são geneticamente predispostos à hipertensão. Uma em cada quatro pessoas sofre desta doença nas cidades, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Não é a primeira vez que o curry foi associado com benefícios para a saúde. Os resultados do estudo foram publicados na edição de junho da publicação médica Experimental Biology and Medicine.

Fonte: Estado de Minas