Publicado em 25/08/2017 - saude - Da Redação
Na quinta, 24, foi realizado o oitavo mutirão de catarata deste ano, no Hospital da Zona Leste. Para esta edição, 100 pacientes foram agendados, sendo 56 do primeiro olho e 44 do segundo olho. Depois de muito sofrer com as dificuldades trazidas pela vista embaçada, dona Jamira Cândida Pessoa, de 74 anos, era só alegria minutos antes de ter o olho direito operado. "Estou aliviada e muito feliz, essa cirurgia foi uma coisa encaminhada por Deus para a minha vida".
 
Desta vez, as duas equipes responsáveis pelas cirurgias tiveram o trabalho acompanhado por estudantes do curso de Enfermagem da PUC Poços de Caldas. "Muito interessante porque é a primeira cirurgia que eu vejo de perto", contou o aluno do 8º período, Tiago Luiz Nogueira Fidelis, 21.
 
Desde fevereiro, o programa tem acontecido todos os meses, sendo que no mês de julho foram dois mutirões. No último dia 31, foi completada a marca de 1002 cirurgias realizadas em 7 meses, pelos mutirões. A iniciativa da Secretaria de Saúde tem a parceria do Cismarpa - Consórcio Intermunicipal de Saúde Microrregião do Alto Rio Pardo. No início deste ano, levantamento feito pelo Cismarpa apontou que a demanda reprimida estava em 1.500 cirurgias, mas talvez pelo longo tempo de espera, o contato com alguns pacientes não tem sido possível.
 
"São pacientes que mudaram de telefone ou até mesmo de cidade, outros que fizeram a cirurgia no sistema particular e até os que possivelmente já faleceram. Por isso é tão importante a divulgação do trabalho, para que as pessoas também possam nos procurar, sabendo que as cirurgias estão sendo realizadas. A partir de agora a gente deve começar a atender dentro do fluxo normal, a demanda natural pelo serviço", explicou Ceila Maria de Souza Mariano, secretária executiva do Cismarpa.
 
"É uma emoção muito grande, uma vitória que eu tenho na minha vida, depois de quatro anos de espera, tive o olho esquerdo operado no final de julho e hoje voltei pra cirurgia no olho direito. A equipe é maravilhosa, pessoal muito bom, só tenho a agradecer", declarou emocionada a cozinheira Maria Francisca Ferreira, de 57 anos.
 
Na conversa com o estudante, o médico oftalmologista Hernane Dias de Souza falou sobre os avanços do procedimento. "Quando comecei a fazer a cirurgia de catarata, há 12 anos, gastava 2 horas, até 2 horas e meia em cada uma. Era outra técnica. Agora fazemos o procedimento em 10 minutos e os resultados são melhores também. A medicina, a oftalmologia precisa da tecnologia e ela tem avançado muito nessa área".
 
Quem passa pelo procedimento se surpreende. O engenheiro Leandro Humberto de Oliveira, de 43 anos, foi um dos primeiros pacientes atendidos nesta quinta. "Foi tranquilo, dói muito pouco e é rápido. A demora é maior nos preparativos do que na cirurgia em si". Chegando ao Hospital, os pacientes passam pela aferição da pressão arterial e na sequência, recebem um colírio no olho a ser operado para dilatação da pupila.
 
O secretário de Saúde Carlos Mosconi esteve na quinta-feira (24) no Hospital da Zona Leste para acompanhar o mutirão. "Só podemos declarar felicidade por um momento como este em que acabamos com a fila de espera da catarata e devolvemos qualidade de vida a tantas pessoas. Agora, o serviço segue um fluxo normal, o atendimento entra na rotina. O mais importante é que não haverá mais fila de espera de anos, como a gente tinha", finalizou Mosconi.