Luciana Terra (foto) é a atual Secretária Municipal de Saúde em Guaxupé. Depois de atuar por oito anos em Alterosa, a profissional tem o reconhecimento de colegas de toda a região devido à sua dedicação e competência no exercício do cargo. Nesta semana, ela concedeu entrevista a este semanário, quando falou sobre questões importantes como Programa Saúde da Família e atendimento regionalizado.
PSF É ÁGIL E FACILITADOR DA ATENÇÃO BÁSICAO Programa Saúde da Família (PSF) vem sendo implantado em diversas cidades da região nos últimos anos. Para a secretário, este programa é a “base da saúde pública”, justamente pelo aspecto da prevenção. Em Guaxupé, quando assumiu o cargo, era apenas uma equipe do PSF. Hoje, são três equipes em plena atividade e uma quarta unidade em vias de implantação. “O PSF é a única forma de fortalecer a saúde pública”, disse a secretária. Até porque é a única forma possível para a identificação inicial do diagnóstico do paciente.
Quanto aos custos do programa, muitas vezes considerado alto, Luciana explicou que tudo depende da análise do serviço. Até porque, existindo ou não o trabalho de prevenção, é preciso oferecer o serviço à população. Porém, através do programa, é possível oferecer um serviço integral. Isto através do atendimento básico no PSF, diagnóstico inicial, prevenção, orientação e análise do perfil da família assistida. A equipe tem a agilidade de identificar os problemas e facilidade de trabalhar as áreas de risco. Explicou que a saúde passa pelos processos de atenção básica, média e alta. Quando não se trabalha a atenção básica, que é o caso do PSF, o usuário chega na atenção média e próxima da alta. Ou seja, com o diagnóstico mais avançado. Assim, entende que o PSF tem sido um facilitador nos municípios que já implantaram sua unidades.
A secretária aconselha uma nova posição por parte dos prefeitos que ainda não observam o Programa Saúde da Família como melhor iniciativa. “Porque é a melhor saída para a saúde pública”, falou.
MICRO GUAXUPÉ FORTALECIDA NA ATUAL GESTÃOA Micro Região de Guaxupé é composta por nove municípios, sendo: Guaxupé, Nova Resende, Monte Belo, Muzambinho, Juruaia, São Pedro da União, Guaranésia e Arceburgo. Luciana Terra destaca como fator bastante positivo a união e parceria entre os secretários de saúde da região. Até porque o sistema de saúde ainda é subfinanciado. Desta forma, o trabalho em parceria fortalece a prestação do serviço. Segundo ela, na atual gestão foi possível fortalecer a micro região de Guaxupé. Antes, todas as reuniões eram centralizadas na macro Alfenas como referência. Porém, no atual mandato foi possível fazer uma junção da visão de saúde pública, sendo que as reuniões da micro região acontecem em Guaxupé. Com isso, foi possível discutir os problemas regionais, muitas vezes colaborando na solução dos problemas, possibilitando uma maior dinâmica no trabalho realizado.
Um dos resultados mais positivos destacado pela secretária foi a abertura junto à Santa Casa de Guaxupé. Com o empenho dos secretários, através do apoio dos Executivos municipais, este atendimento passou a ser oferecido como referência em Guaxupé quando o serviço é disponível.
ATENDIMENTO REGIONALIZADO É POLÊMICOExiste uma grande discussão por parte dos Secretários Municipais de Saúde diante da intenção da Secretaria de Estado de Saúde de regionalizar o atendimento. Porém, isto aconteceria através do fechamento dos pequenos hospitais e direcionando o atendimento para centros maiores. Luciana Terra revela que a discussão ainda acontece junto à Secretaria de Estado, Ministério da Saúde e Superintendência Regional de Saúde em Alfenas. A profissional reconhece as dificuldades enfrentadas pelos pequenos hospitais, mas observa a dificuldade de trabalho sem um hospital na própria cidade. Considera que todo e qualquer serviço é viável, mas deve ser avaliado observando a demanda e qual serviço deve ser oferecido. Num primeiro momento, se coloca de forma contrária ao fechamento dos pequenos hospitais, pois a população necessita de um local de referência. Defende ainda a humanização do serviço.
Por outro lado, Luciana Terra considera uma conquista inigualável o trabalho de fortalecimento dos hospitais de referência na região através de novos incentivos financeiros além do SUS. Segundo ela, esta iniciativa fortaleceu o trabalho municipal e regional. Explicou que quanto o trabalho municipal é positivo existe condição para ajudar de forma regional. Citou a importância do Hospital do Coração em São Sebastião do Paraíso (mesmo que ainda não esteja na pactuação da micro Guaxupé e macro Alfenas) e Hospital Regional do Câncer em Passos. Assim lembrou as referências dos hospitais em Varginha, Pouso Alegre e Alfenas.
NOVA VISÃO DE SAÚDE PÚBLICA EM GUAXUPÉTendo participado do processo de transição de governo final de 2008, Luciana Terra comenta que o município contava com uma saúde pública estruturada. Porém, voltada para uma saúde pública curativa e não preventiva. Também não era trabalhada a atenção básica, mas sim a atenção especializada. Prova disso, que conta com excelentes profissionais concursados na rede pública, diferentemente de outros municípios da região.
O grande desafio foi exatamente manter um serviço para atender a população, implantando um trabalho paralelo com resultados a curto prazo. Ou seja, buscando um trabalho de prevenção. A partir de então, houve um processo de transição, implantando o serviço em áreas que não contavam nenhum tipo de atendimento. Um claro exemplo é a zona rural, que hoje conta com 90% de atendimento através do Programa Saúde da Família (PSF). Ao mesmo tempo, foi fortalecido o trabalho nas áreas de risco.
Neste contexto, buscando resultados positivos, foi mantida a equipe de trabalho, inclusive administrativa. Foi necessário apenas o remanejamento de alguns profissionais de função e locais de atendimento.