
Houve um tempo em que fumar representava status e os fumantes chegavam até a atrair a admiração das pessoas. Por sorte a realidade hoje é completamente diferente. Além de ser um problema de saúde, os fumantes enfrentam uma rejeição social e até mesmo na busca por um emprego isso afeta negativamente.
Segundo uma estimativa da Organização Mundial de Saúde a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do uso do tabaco. Ainda segundo a OMS, o fumo é uma das principais causas de morte evitável, hoje, no planeta. Um terço da população mundial adulta – cerca de 1,3 bilhão de pessoas – fuma: aproximadamente 47% da população masculina e 12% da população feminina fazem uso de produtos derivados do tabaco.

Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres, enquanto nos desenvolvidos, a participação do sexo feminino mais do que triplica, num total de 42% de homens e 24% de mulheres fumantes.
No Brasil, pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), indica que 18,8% da população brasileira é fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres).
Em Guaxupé o quadro não é muito diferente e, em mais uma ação de promoção da saúde, a Secretaria de Saúde iniciou um novo trabalho no PSF Dr. Manoel Joaquim Rios, no Aroeira. Na noite da terça-feira, 27 de setembro, teve início o primeiro Grupo de Tratamento do Tabagismo. Esse programa tem como objetivo tratar e curar os tabagistas livrando-os do vício de fumar. Formado por no máximo 20 pessoas, o grupo terá a duração de 12 meses, sendo que no primeiro mês as reuniões serão semanais, às terças-feiras; no segundo mês as reuniões serão quinzenais também nas terças; a partir do terceiro mês as reuniões serão mensais. A equipe de trabalho é composta por duas enfermeiras, um farmacêutico e pelo médico do PSF.
No primeiro dia a presença de um grande número de pessoas chegou a surpreender a enfermeira Carolina Carlos Carneiro: “Pra nós foi uma alegria. Começamos a conversar com o grupo umas sete horas e foi chegando mais gente, mais gente. E o mais importante de tudo, todo mundo muito disposto a entrar e vencer essa luta contra o tabagismo.”
O Sr. José Aparecido Tavares, morador da Vila Santo Antônio e fumante há 50 anos, era um dos mais empolgados: “Eu passei por aqui por acaso, entrei, fui bem recebido, me convidaram pra participar e pretendo seguir. Achei muito bom tudo isso aqui e pretendo parar de fumar. Acho muito importante uma coisa dessas acontecendo na cidade porque nunca teve nada disso. É uma coisa muito boa e semana que vem vou voltar.”
Sebastião Donizetti de Oliveira, morador do Bairro Aroeira e fumante há mais de 40 anos também avaliou de forma muito positiva esse novo trabalho: “Eu sinto muita vontade de largar, mas sozinho é muito difícil. O dinheiro que gasto comprando cigarro podia comprar outra coisa. Tem dia que falta o ar quando respiro. Achei essa ideia muito boa e vou seguir com o grupo pra largar mão de fumar.”
A cada encontro os pacientes serão estimulados a parar de fumar e receberão suporte medicamentoso conforme cada caso e poderão usar adesivos ou medicamentos por via oral. O programa vai ajudar os usuários a reconhecer sua ligação com o cigarro respondendo perguntas como “Porque eu fumo?”, “Como eu me sinto sem o cigarro nos primeiros dias?”, “Quais os malefícios de fumar?”, “Quais os benefícios de parar de fumar?”
Segundo Carolina, o objetivo desse trabalho em grupo é promover a troca de experiências entre os participantes : “Esperamos que com a convivência possamos nos tornar uma grande família e juntos vamos eliminar o cigarro da vida de cada um, melhorando a qualidade de vida e valorizando cada vez mais a saúde.”
No decorrer dos trabalhos com o primeiro grupo a ideia é que novos grupos sejam iniciados e que essa experiência possa realmente ajudar as pessoas a se livrarem do vício do cigarro e buscarem uma vida mais saudável.