Publicado em 20/09/2018 - agronegocio - Da Redação
Contaminação
pode ocorrer com a entrada de alimentos originários de países onde a doença vem
se alastrando
O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar a
vigilância nos aeroportos, portos e fronteiras do Brasil para evitar o ingresso
da peste suína africana (PSA), que se alastra pelo Leste da Europa, Ásia,
África e Rússia. No Japão, em agosto, foram registrados, inclusive, focos da
forma clássica da doença.
Na terça-feira (18), o ministro Blairo Maggi reuniu
integrantes do Departamento de Saúde Animal (DSA) e determinou reforço na
fiscalização feita pelos servidores do Sistema de Vigilância Agropecuária
Internacional (Vigiagro) e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal (DIPOA) para evitar a entrada do vírus no Brasil.
A preocupação é de que alimentos e bagagens contaminadas,
provenientes das áreas afetadas pela PSA, ingressem no país sem a devida
fiscalização. A determinação é de que alimentos vindos dos países ondem foram
detectados focos da doença sejam descartados de forma correta, ou seja,
incinerados.
Maggi alertou em vídeo a população para que evite
transportar alimentos provenientes dessas regiões e pediu a produtores atenção
redobrada a seus plantéis. Para o ministro, é preciso esforço conjunto do
governo e dasociedade para evitar que o Brasil seja afetado por esse problema que
vem acontecendo em várias partes do mundo.
Ao DIPOA foi enviado um ofício recomendando maior atenção
a futuras emissões de autorização de importação de produtos que possam
disseminar o vírus da doença, como rações para animais.
No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de dezembro de 1984
e o país foi declarado área livre da doença. Em relação aos animais vivos e
material genético importados, é mantido o sistema de quarentena na Estação
Quarentenária de Cananéia (EQC), em São Paulo, de onde só são liberados após a
confirmação de sua sanidade.
A peste suína africana é uma doença viral, não oferece
risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas pode dizimar plantéis
de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais,
conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Os javalis
também são atingidos. Não existe vacina para a PSA. O vírus é resistente,
permanecendo nas fezes dos animais por
até três meses e, em alimentos (produtos maturados), até nove meses.
Os sinais clínicos da PSA nos animais são febre alta (40
a 42 graus), hemorragia no nariz, orelhas, patas e abdômen, sangramento no no
reto, perda de apetite e depressão, além de problemas respiratórios. O período
de incubação do vírus vai de cinco a 21 dias.
A transmissão nos suínos e javalis se dá por meio do
contato direto com animais doentes, consumo de resíduos domésticos e comerciais
infectados, pela contaminação em equipamentos, veículos, roupas e sapatos. O
carrapato G. Ornithodoros também participa da disseminação da PSA.
Coordenação-geral de Comunicação Social