Publicado em 27/01/2021 - agronegocio - Da Redação
Foram
implantadas 60 unidades de avaliação em várias regiões de Minas Gerais
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Embrapa Cerrados formaram uma parceria para estudar diversas cultivares de mandioca, que foram desenvolvidas pela empresa federal de pesquisa agropecuária. Foram implantadas 60 unidades de avaliação, em diversos municípios mineiros. São 30 para o estudo das chamadas cultivares de mesa, próprias para o consumo in natura, e outras 30 destinadas à avaliação do comportamento de cultivares adequadas para uso industrial. As manivas (caules), doadas pela Embrapa, foram plantadas nas propriedades dos agricultores parceiros, lado a lado com as lavouras tradicionais. As regiões escolhidas no Estado foram: Noroeste, Central, Norte, Mucuri, Sul e Zona da Mata.
“Será aplicado o método
de pesquisa participativa. É feito o plantio das cultivares a serem avaliadas,
lado a lado com as que já são usadas pelos produtores. Então são verificadas
diversas variáveis agronômicas, como desenvolvimento das plantas, resistência a
pragas e doenças e produtividade, entre outros aspectos. E, no caso de mandioca
de mesa, depois são avaliadas as raízes, como o ponto de cozimento, a presença
de fibras e outras características, do ponto de vista nutricional e de
aceitação pelos consumidores”, explica coordenador estadual de Olericultura da
Emater-MG, Georgeton Silveira.
Para os produtores que
cederam parte de suas propriedades para a pesquisa, a vantagem é que poderão
contar com material genético de qualidade comprovada, e ainda poderão saber
quais as cultivares mais adaptadas para sua região, obtendo assim uniformidade
na produção das raízes.
O engenheiro agrônomo da
Emater-MG destaca ainda a importância de desenvolver cultivares fortificadas de
mandioca, em especial para consumo de grupos específicos, como na alimentação
escolar.
“Esse trabalho é
importantíssimo, no caso desses programas de aquisição de alimentos para uso
institucional, como o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar). O
betacaroteno, por exemplo, presente nas mandiocas de polpa amarela, é precursor
da vitamina A no organismo humano. Então, vai ser uma forma de melhorar a
nutrição dos alunos, com um alimento já amplamente utilizado, tanto na forma
natural, como em pratos como bolos, biscoitos, pão de queijo, que tem uma
aceitação muito boa”, afirma Georgeton Silveira.
Além de avaliar as
características agronômicas, como produtividade e resistência a pragas e
doenças, uma etapa importante da pesquisa é a aceitação junto ao mercado.
Afinal, as raízes dessas cultivares têm aspecto um pouco diferente das
tradicionais. No mercado de Minas, por exemplo, a preferência dos consumidores
é pelas raízes de polpa branca. As cultivares de mesa a serem avaliadas são:
BRS 396, BRS 397, BRS 398, BRS 399, BRS 429, todas com polpa amarela, ricas em
betacaroteno, e as BRS 400 e BRS 401, ambas de polpa rosada, pois são ricas em
licopeno.
O plantio das novas
cultivares foi realizado em novembro de 2020, e, como o ciclo da planta é um
pouco longo, o tempo estimado para os primeiros resultados é de um ano, para as
cultivares de mesa, e de dezoito meses, para as de indústria, que demoram mais
a serem colhidas, para o maior desenvolvimento do amido.
Os estudos sobre as
cultivares próprias para a indústria são conduzidos pelo engenheiro agrônomo
Sérgio Brás Regina, coordenador estadual de Culturas da Emater-MG. Foram
plantadas as cultivares BRS 417, 418, 419 e 420, também desenvolvidas pela
Embrapa. Neste caso, se avalia também o rendimento de amido das raízes para
produção de farinha, fécula (polvilho) de mandioca, produtos usados na
fabricação de vários derivados. Ele acrescenta que a pesquisa tem ainda uma
outra vertente, a de avaliação das propriedades das partes aéreas da mandioca,
em termos nutricionais, para ajudar na alimentação de gado.
“Nós vamos ter, no caso
das mandiocas de indústria, uma poda intermediária. E, desse material, será
analisado pelos técnicos da Emater também as características nutritivas das
ramas para a alimentação animal. E, 50% das manivas obtidas nesta primeira poda
serão doadas aos produtores parceiros. O restante, nós vamos distribuir para
outros municípios, que não foram incluídos inicialmente no estudo. Essas
30 unidades experimentais poderão se multiplicar em até cinco vezes. É um
programa que tende a crescer muito”, afirma Sérgio Regina.
Paralelamente ao estudo
das variedades, a Emater-MG e a Embrapa Cerrados estão realizando capacitações
com os técnicos de campo, que atuam nos municípios. Por enquanto, devido à
pandemia da Covid-19, os treinamentos ocorrem de forma virtual, pela internet.
Assessoria
de Comunicação - Emater-MG