Publicado em 23/02/2018 - agronegocio - Da Redação
O presidente da Cooperativa Regional de
Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, diz que a
safra de café 2018 será ampla no Brasil, mas, com os preços do grão
pressionados pela oferta crescente também em outros países, a tendência é de a
rentabilidade diminuir nesta temporada.
“A margem
para o produtor está estreita, ou até mesmo nula”, disse ele em entrevista ao
Broadcast Agro. Segundo Costa, a situação é menos desfavorável para os pequenos
cafeicultores, que utilizam mão de obra familiar na propriedade.
À frente da
maior cooperativa de café do mundo, Paulino da Costa diz que o setor poderá
pedir ao governo apoio para sustentar as cotações de café na entrada da safra,
em maio. “Vamos trabalhar para isso, mas é como tirar leite de pedra. O governo
não tem recursos nem para bala para soldados”, afirmou. Paulino da Costa abriu
nesta quarta-feira, 21, a 17ª Feira de Máquinas, Implementos e Insumos
Agrícolas (Femagri), evento promovido pela Cooxupé.
A
expectativa é de uma ampla safra de café no Brasil neste ano, o que tende a
pressionar as cotações do produto para baixo. Isso pode ser observado na Bolsa
de Nova York (ICE Futures US), que serve de referência de preço para o mercado.
Os preços futuros do contrato para maio, segundo vencimento, acumulam
desvalorização de cerca de 27% nos últimos 12 meses, principalmente pressionado
pela previsão de uma grande oferta brasileira de café em 2018.
A safra
brasileira de café este ano está estimada entre 54,44 milhões e 58,51 milhões
de sacas de 60 kg, o que corresponde a um crescimento de 21,1% a 30,1% em
relação ao ano passado, segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), de janeiro.
Colheita – Paulino da
Costa salientou que a colheita 2018 na Cooxupé começará em maio. “Não será uma
supersafra, como chegou a ser alardeado”, diz, atribuindo a avaliação à falta
de chuva em setembro do ano passado, época de florada dos cafezais. A cooperativa
deverá receber dos cooperados entre 4,4 milhões e 4,6 milhões de sacas de 60
kg, em comparação com 3,6 milhões de sacas em 2017.
Fonte: Estadão Conteúdo via Portal DBO/CCCMG