No sistema de pastejo rotacionado, o pasto é dividido em pequenas áreas
cercadas e é promovida uma rotatividade por esses piquetes na hora do gado se
alimentar. Geralmente, os animais ficam um dia em cada piquete e só retornam à
mesma área quando o capim estiver no ponto ideal de ser consumido, sem
comprometer a rebrota. Com o pastejo rotacionado, é possível garantir
alimentação volumosa para o rebanho o ano todo, desde que também haja adubação
adequada e irrigação nos períodos de seca.
“Antes, para fazer um projeto de pastejo rotacionado, era preciso ir até a
propriedade, medir a área de pastagem disponível, ver quantas cabeças de gado o
produtor tinha, fazer vários cálculos na calculadora”, lembra o técnico da
Emater-MG de Laranjal, Elson Gomes de Castro.
Ele conta que a mudança veio quando criou uma planilha de cálculos, incluindo
critérios como área para formação dos piquetes, número de animais, tempo de
permanência em cada piquete, tempo de descanso de cada área, altura do capim no
momento da entrada e saída dos animais, variedade de capim plantada e outros.
“Primeiramente identificamos a necessidade do produtor de acordo com a sua área
disponível e quantos animais pretende alimentar. Diante disso, ainda no
escritório, pedimos para o produtor localizar sua área disponível no programa
Google Earth PRO e qual forrageira deseja implantar no projeto. Jogamos todos
os dados na planilha que irá calcular automaticamente o número de piquetes,
quantidade ideal de animais por piquete e a área de cada piquete”, explica o
técnico.
A próxima etapa é fazer o desenho dos piquetes nas imagens do Google Earth PRO
e imprimir este mapa para o produtor fazer as divisões dos piquetes na propriedade.
“Geralmente eu levava um dia fazendo este trabalho, quando precisava ir até a
propriedade. Agora levo cerca de 40 minutos no escritório para entregar tudo
pronto para o produtor”, afirma Elson de Castro.
Ele explica, ainda, que toda vez que o gado sai de uma área, é preciso fazer a
adubação da capineira. As recomendações para fertilização do solo são
repassadas ao cliente de acordo com cálculos realizados em planilhas de
interpretação de análise de solo já utilizadas pelos técnicos da Emater-MG.
Elson de Castro já utilizou o sistema de cálculo que criou para a implantação
de dez projetos de pastejo rotacionado em Laranjal e outros dez no município
vizinho de Barão do Monte Alto. Além disso, a planilha de cálculos de piquetes
de pastejo rotacionado também está sendo usada por colegas de Emater de várias
regiões do estado.
“Este projeto vai ao encontro da proposta da Emater de usar cada vez mais a
tecnologia da informação. Estamos otimizando o trabalho do técnico, diminuindo
custo para a empresa e, com isso, sobrando mais tempo para desenvolver outras
ações. O produtor também fica satisfeito, porque recebe um serviço de
qualidade”, afirma Elson de Castro.
O trabalho desenvolvido em Laranjal para cálculo de piquetes de pastejo
rotacionado foi campeão regional do Prêmio MelhorAção 2020. O concurso é uma
iniciativa da Emater-MG para eleger internamente os melhores trabalhos
implementados por seus profissionais e que possam ser replicados em outros
municípios.