Mudem o discurso

Publicado em 25/08/2009 - amauri-jr -

AÇÃO & REAÇÃO – EDIÇÃO 950 - 29.08.2009

POR AMAURI JÚNIOR,
mais sênior do que júnior. Radialista, repórter e Mestre de Cerimônias (em construção: www.amaurijr.com.br). Um pouco de tudo e praticamente nada. Atualmente, opinando menos e observando mais. “Filtrando” tudo que vejo e ouço para depois arriscar a pele “riscando” artigos esporádicos. A intenção é sempre escrever amenidades, mas sempre com algo positivo a dizer. Mas sem a pretensão de fazer “discurso”, ato assim definido: fala proferida para o público ou exposição didática de um assunto. Não desejo, principalmente, um discurso prolixo, com muitas palavras sonoras e frases empoladas e pobres de idéias. Vossas Excelências, Magnificências e Senhorias, mudem os discursos. E a mudança deve ocorrer, caso aceitem a sugestão, em dois aspectos. Só aqui entre nós, bem baixinho caro leitor, ninguém agüenta mais os discursos longos e burocráticos. Estamos na era globalização, na qual a informação deve ser RÁPIDA e DIRETA. Já foi o tempo dos discursos longos, detalhistas, com exagero de dados históricos, datas, nomes, pensamentos filosóficos, opiniões contraditórias, manifestações divergentes, etc e tal. Como Mestre de Cerimônias em muitos eventos, fico sempre do lado direito da mesa das autoridades só observando a reação do público quando é proferido um discurso exageradamente longo. As reações são as mais diversas possíveis. Algumas pessoas olham o relógio (a hora) a todo o momento. Outras cochicham, cochilam, bocejam, olham para o lado (direito, esquerdo, prá cima e prá baixo). Fico pensando que perderam alguma coisa e estão procurando. Talvez seja a paciência. Se o discurso é longo, caímos naquela antiga piada do programa “A Voz do Brasil”: todos escutam, mas ninguém presta atenção. Outras pessoas, felizmente poucas nos dias atuais, saem do auditório procurando um “fumódromo”. E tem aquelas que vão ao banheiro e outras que aproveitam para reencontrar os amigos, colocando a conversa em dias ou fazendo negócios. As mães com bebês chegam a trocar fraudas dos pimpolhos. Talvez seja melhor mudar o rumo deste artigo. Mas vale ressaltar ainda que as pessoas querem ter momentos agradáveis e não aulas, palestras, conferências, cursos ou exposições. Dizem que o bom discurso deve ser alto para ser ouvido, claro para ser entendido e rápido para ser aplaudido.
Além da questão do tempo do discurso, é preciso mudar também o conteúdo. Esta mudança é mais difícil, resistindo ao tradicionalismo e aos interesses do momento e local. Quem está no poder, reclama das dificuldades, mas faz novas promessas. Quem está fora do poder, faz cobranças e garante que tem solução para tudo. No final, todos confundem o público e ninguém sabe em quem acreditar. Portanto, seja simples e direto. Fale sempre a verdade, ou “quase toda ela” para não ser indelicado ou inconveniente para a ocasião. Nunca diga que admira o seu inimigo, pois ninguém acredita e as pessoas chegam a achar graça de tamanha ousadia. Não faça novas promessas. Cumpra primeiro aquelas que já foram feitas. Se você não está no poder, não pode fazer. Assim, não diga que sabe tudo e pode resolver tudo. Nunca seja agressivo ou irônico. As pessoas são inteligentes e percebem o sarcasmo. Além disso, a vida já é “dura” para todos. As pessoas querem e precisam de açúcar e não de sal. Seja instrumento de construção. O mais importante é que no final você seja aplaudido porque as pessoas gostaram do que ouviram e não porque você enfim terminou o discurso.
E por falar nisso, termino aqui para que você tenha vontade de ler meu próximo artigo. Desejo que minha AÇÃO tenha sido de contribuição e que sua REAÇÃO não fique apenas nos discursos. Mas, se fizer, seja rápido e direto, pois tenho mais o que fazer. Como diria um amigo meu: “vambora, que acabou a cerveja”.

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Muzambinho-MG