“Carnaval 2016 não terá dinheiro da prefeitura”, afirma Ivan de Freitas

Publicado em 17/10/2015 - cidade - Da Redação

“Carnaval 2016 não terá dinheiro da prefeitura”, afirma Ivan de Freitas

O prefeito de Muzambinho, Ivan de Freitas (PSDC), concedeu ampla entrevista e abordou temas polêmicos envolvendo a sua administração municipal. Destaque para a possibilidade de carnaval sustentável no próximo ano, defesa da AMOG e candidatura à reeleição. 

CANDIDATO NATURAL - Feliz e satisfeito com o andamento de sua administração, Ivan de Freitas justifica: “Se não posso fazer tudo que quero, estou fazendo tudo que posso e mais um pouco ainda”. Na última edição, este jornal publicou uma lista de pré-candidatos a prefeito ou nomes que podem compor chapa. O nome do atual prefeito aparece com força, inclusive contando com o reconhecido do vereador oposicionista Canarinho, entendendo que a administração municipal tem apresentado avanços. Para o vereador, a eleição será disputada efetivamente por quatro candidatos: Ivan de Freitas, Marco Regis, Sérgio Esquilo e Paulinho Magalhães.

Inicialmente, Ivan de Freitas agradeceu ao vereador Canarinho, dizendo que atuar na oposição “não é ser contra, mas enxergar a lógica”. Em seguida, garante que neste momento não tem pretensão de candidatura à reeleição, mesmo reconhecendo ser uma candidatura natural por ser o atual prefeito. Mas ressalta que a decisão será tomada pelo grupo político e pela própria população muzambinhense.

 

CARNAVAL 2016 SEM RECURSOS MUNICIPAIS - Na última semana, o Secretário Municipal de Esporte, Lazer e Cultura de Muzambinho, Thiago Casagrande, foi recebido em Belo Horizonte pelo Secretário Sávio Souza Cruz (Meio Ambiente), Odair Cunha (Secretário de Governo) e pelo superintendente de Interiorização e Ação Cultural, João Miguel. Em pauta, o orçamento para o carnaval de 2016 e recursos para Muzambinho. Na reunião, ficou acertada a parceria com a secretaria  de Meio Ambiente para que o evento seja o primeiro carnaval sustentavel do pais. Já Odair Cunha recebeu Thiago Casagrande e foi convidado para ser o patrono do  Carnaval 2016 em Muzambinho. O Secretário Thiago Casagrande deve retornar a capital mineira no próximo dia 19 de outubro quando tem reunião marcada com Odair Cunha e Savio Souza Cruz para acertarem os detalhes orçamentários e as ações do primeiro carnaval sustentável do pais que acontece em Muzambinho no próximo ano.

Ivan de Freitas lembra que sempre defendeu um “carnaval sustentável”. Mas não poderia reduzir ou cortar os investimentos logo no primeiro ano. A redução aconteceu de forma gradual nos últimos anos, mas não irá acontecer em 2016. “No ano que vem, por uma questão circunstancial, a prefeitura não vai investir nenhum tostão no carnaval”, anunciou. É uma questão de prioridade, considerando os problemas na saúde, a impossibilidade de reforma de escola ou de melhoria no esporte durante todo o ano. “É questão de coerência matemática e administrativa”, voltou a justificar. Assim, o Secretário Municipal de Cultura está buscando patrocínios em Belo Horizonte. “As pessoas que ganham dinheiro no carnaval é que devem gastar dinheiro no carnaval e não a prefeitura”, disse o prefeito.

 

PROCESSO CONTINUA - Justamente devido a questões envolvendo o carnaval, o prefeito Ivan de Freitas responde a processo na Justiça. Respondendo sobre o andamento deste caso, primeiro o prefeito esclareceu que o processo não coloca em dúvida a sua condição moral. O processo aconteceu em virtude de licitação, sendo que o Ministério Público observa a necessidade e a administração municipal que não observa desta forma. Explicou que, de uma forma maldosa, a LOA (Lei Orçamentária Anual) somente foi aprovada no dia 10 de janeiro de 2013. Então, o novo governo municipal não tinha a LOA e enfrentava dificuldade para pagar os funcionários, providência que não foi tomada pela administração anterior. Além disso, o carnaval 2013 teve início no dia 06 de fevereiro. Portanto, não havia tempo suficiente e foi preciso decretar estado de emergência, sendo que algumas licitações foram suprimidas, mas com a garantia de que o preço de custo estava dentro ou abaixo do mercado. “Não há acusações a fazer. É apenas uma questão burocrática”, disse. Assim, o prefeito garantiu tranquilidade quanto ao processo, sendo que o advogado Dr. Thiago Coimbra já apresentou defesa e apresentou as devidas alegações.

 

DEFESA DA AMOG - Atual presidente da Associação dos Municípios da Micro Região da Baixa Mogiana, Ivan de Freitas declarou que a associação caminha muito bem, graças à participação de todos os prefeitos. Na última semana, por exemplo, aconteceu importante reunião para debate da crise financeira de uma forma geral.

Em edição anterior, o prefeito Marcelo Nunes de Souza (Alterosa) dirigiu duras críticas à AMOG. Para ele, a associação deixou de ser um ponto referência para os municípios. Ivan de Freitas, mesmo declarando respeito ao prefeito Marcelo e ao município de Alterosa, manifestou que as críticas não são válidas. Isto porque a associação tem por prática fazer reuniões, “olhar no olho” e fazer as críticas de forma interna. Assim, convidou o prefeito de Alterosa a comparecer nas reuniões e saber o que realmente está acontecendo, visto que está afastado da AMOG. “Quem não sabe o que está acontecendo não tem o direito ético de questionar. Ao contrário do que o Marcelo possa entender, a AMOG está indo muito bem”, afirmou.

 

CRISE MORAL E POLÍTICA - A atual crise financeira vem afetando diretamente as prefeituras em todo o país. Em Muzambinho, o prefeito garante que vem enfrentando esta situação com a “seriedade que ela exige e serenidade que ela merece”. Até porque a crise está instalada, não sendo uma exclusividade de Muzambinho, mas de todo o Brasil. Ele salienta que os municípios sofrem as maiores consequências, inclusive com redução nas receitas, pois os governos estadual e federal estão deixando de fazer os repasses devidos. Ao mesmo tempo, permanecem as mesmas despesas ou ainda aumentadas. Mas o prefeito confessa seu otimismo, entendendo que o Brasil não passa por uma crise financeira, pois tem 370 bilhões de dólares de reserva cambial. “A nossa crise é moral e política”, disse.