
A reportagem deste semanário vem acompanhando de perto e com frequência o sofrimento dos moradores do bairro Jardim dos Imigrantes, em Muzambinho. O loteamento foi entregue no dia 18 de dezembro de 2008, pelo governo municipal anterior. A partir de então, mesmo em suas casas próprias, os moradores sofrem os transtornos da falta de pavimentação das ruas. Poeira e lama, destruição dos meio-fios e até casas ameaçadas de desabamento. A atual administração municipal viabilizou toda documentação do financiamento Novo Somma Infra, junto ao BDMG, com o projeto sendo aprovado pela Câmara de Vereadores. Porém, ainda não houve a liberação dos recursos de R$ 960 mil e a burocracia esta emperrando a execução do asfalto. 
 
Nesta semana, José Milton da Silva (presidente da Associação de Moradores) relatou a situação de calamidade enfrentada. São 189 casas habitadas, restando apenas 6 casas para serem ocupadas. Na época de seca, a poeira é o transtorno que afeta as donas de casas e a saúde pública com doenças respiratórias, principalmente de crianças e idosos. 
No período de chuvas, as ruas são tomadas pela lama, havendo a destruição dos meio-fios pela enxurrada e ameaçando a estrutura das casas. Em outras ocasiões, nossa reportagem já registrou a queda de muros. O trânsito de veículos e pedestres fica prejudicado.
José Milton relatou que os moradores já mantiveram contato com o Secretário Municipal de Obras pedindo a atenção necessária. Ele reconhece as dificuldades burocráticas de uma administração pública. Ao mesmo tempo, destaca a necessidade de uma ação emergencial. Revelou que em 2009 os moradores ficaram durante 9 meses sem nenhuma manutenção no bairro. A administração tomou a providência de colocação de cascalho nas ruas. Em seguida, houve mais um período de 8 meses sem nenhuma manutenção. Novas medidas foram tomadas, mas que também acabaram danificando a rua  e quebrando uma caixa de esgoto.

O morador reclamou que ainda esta faltando a rede pluvial (drenagem da água da chuva). Devido a esta situação, meio fios estão sendo destruindo, praticamente tirando as ruas do “mapa”. Na última semana, casas de algumas ruas ficaram sem o fornecimento de energia elétrica por mais de 24 horas.
José Milton relatou a necessidade dos moradores que aceitaram receber as casas sem a devida pavimentação das ruas, pois pagavam aluguel. Ele lembrou que o bairro Cohab (na entrada da cidade) foi entregue da mesma forma. O bairro Brejo Alegre, centenário na cidade, também não contava com pavimentação no seu início. Militante político, o morador garantiu que ninguém esta jogando a responsabilidade “nas costas” do prefeito. Mas ressalta que todos os candidatos a prefeito em 2008 tinham conhecimento da situação que poderiam enfrentar. Além disso, no momento da entrega, as ruas estavam com cascalho e atendiam as exigências da Cohab (meio fio, energia elétrica e rede de esgoto). “Hoje, quando chove, não tem coleta de lixo e nem transporte de alunos”, relatou.
Na visão do morador, os moradores do bairro estão sofrendo com o descaso e não contam com as condições mínimas de saúde pública, trânsito e estrutura nas ruas. Pede “compaixão” com os moradores na época da seca no sentido de que as ruas sejam molhadas. Desta forma, evitando a poeira excessiva. Pedem ainda a sinalização das ruas, limitando a velocidade dos veículos, fato que gera riscos aos moradores. “Sabemos das dificuldades, mas já poderia ter sido feito alguma coisa para os moradores”, falou.

José Milton cobra ainda uma ação mais efetiva do Executivo na liberação dos recursos para a pavimentação das ruas.  Relatou que os membros da mesa diretora da Câmara já se reuniram com os moradores, incluindo os pedidos na LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entre as reivindicações, estão: asfaltamento/calçamento das ruas, recuperação do meio fio, sinalização de trânsito, abrigo para ponto de ônibus, construção de creche e outras. Segundo o morador, a comunidade esta disposta a firmar parceria para que as ruas sejam molhadas na época de seca e outras ações importantes.
O morador finalizou reivindicando um posicionamento por parte do Executivo a respeito do projeto de asfaltamento. Além disso, um ação emergencial de conservação das ruas para amenizar o sofrimento dos moradores, garantindo assim o direito de “ir e vir”. Revelou ainda que estava prevista uma manifestação dos moradores na última reunião da Câmara. O ato foi adiado buscando o diálogo com o Executivo e uma solução adequada para o impasse. “Imploramos condições para que possam transitar no bairro com tranquilidade”, disse.