Publicado em 10/04/2015 - cidade - Da Redação
No sábado (04), o programa “Edição de Sábado” recebeu o jornalista e editor de comunicação do jornal Meio & Mensagem Alexandre Zaghi Lemos, no quadro Muzambinhense ausente. Filho dos professores William Peres e Lia Mara Zaghi, Alexandre iniciou sua carreira na antiga Rádio Rural e mora há mais de 20 anos em São Paulo. Há 8 anos é editor do jornal Meio & Mensagem, principal veículo de comunicação para profissionais das áreas de marketing, mídia e comunicação.
Alexandre falou sobre sua satisfação de voltar à emissora onde começou sua carreira como produtor musical, aos 14 anos, e depois foi sonoplasta. Com 17 anos, o jovem deixou Muzambinho e morou por 2 anos em Campinas, 2 anos em Bauru, e em seguida mudou-se para a capital paulista. Para Alexandre, trabalhar na Rádio Rural foi decisivo em sua vida. Seu pai foi um dos sócios da Radio Continental, nos anos 70, e da Radio Rural nos anos 80. Em casa, Alexandre ouvia emissoras de São Paulo e Ribeirão Preto. Na época em que trabalhou na Rádio Rural, tinha contato eventual com outras pessoas que trabalhavam fora da cidade, como Milton Neves, Wellington de Oliveira e Regis Policarpo, e ficava encantado com as histórias que ouvia. Segundo Alexandre, foram três anos de grande aprendizado.
Depois foi fazer o curso de jornalismo e rádio e começar a trabalhar com rádio em São Paulo, Alexandre notou que talvez não tivesse uma formação cultural tão boa como os profissionais que nasceram e estudaram em São Paulo, mas conhecia muito mais de rádio do que eles, devido a experiência na rádio do interior, decisiva para o desenvolvimento de seu trabalho. “A gente aprende a fazer tudo em rádios do interior, desde limpar o estúdio, até fazer uma gravação e montar uma vinheta”, disse.
Alexandre contou que Milton Neves, que conheceu em Muzambinho e Wellington Júnior, que foi seu amigo o ajudou muito na ida para São Paulo, com uma indicação para Rádio Jovem Pan. Eles foram importantes no seu início de carreira. Na época, o Milton trabalhava na Jovem Pan. Ver o Milton trabalhar é uma coisa impressionante, contou.
INÍCIO EM SP - O jornalista começou a carreira como rádio escuta, onde ouvia as emissoras concorrentes e datilografava o que era noticiado. Ficou 3 anos no departamento de jornalismo da Jovem Pan, que considera como sua faculdade, embora tenha o diploma de jornalismo. Na época, a Jovem Pan era a principal emissora do esporte e jornalismo de São Paulo. Alexandre contou que foi obrigado a trabalhar com o microfone, já que sempre foi um profissional por trás das câmeras, mas na Jovem Pan eles tem o hábito do jornalista apurar uma notícia, escrever o texto e entrar no ar lendo este texto, então foi obrigado a começar a falar também. Depois desta experiência, passou pela rádio Ômega FM e foi em seguida para a mídia impressa, onde atuou nos últimos 15 anos, tendo, atualmente, apenas um boletim curto de rádio na rede CBN, que vai ao ar todos os dias às 09h20, com o noticiário do mercado de comunicação, marketing e mídia. Os boletins, que são denominados “Minuto Meio & Mensagem” ficam gravados e podem ser ouvidos pela internet, no site da CBN, a qualquer momento.
Casado com a Fabiola Martins há 20 anos, o jornalista tem dois filhos: Davi (5) e Tiago (2), Alexandre é editor do grupo Meio & Mensagem, onde cuida de um jornal semanal, um site e outros produtos, como a parceria na CBN e Elemídia, que são painéis instalados em empresas de São Paulo.
Comunicação em Muzambinho - Alexandre comentou também sobre os comunicadores muzambinhenses e disse achar impressionante a quantidade de pessoas relacionadas ao mercado de comunicação que são da cidade. Para ele, é difícil encontrar outro município deste porte com tanta gente trabalhando na comunicação, em importantes posições, como Milton Neves, Wellington de Oliveira, Marcos Salomão (Comunicação do Governo de SP), Chico Prado (da Rádio Bandeirantes), Marcelo Bortoloti (repórter da revista Época), e Lelo (EPTV), entre outros. Para ele, a Escola Estadual Salatiel de Almeida tem muito crédito, porque havia uma excelência na área de português e isso ajudou estes estudantes a terem intimidade com as palavras e a gramática. Depois do Salatiel, a Rádio Rural, as outras emissoras e A Folha Regional também foram apontadas pelo jornalista como meios de comunicação que ajudaram estas pessoas a começarem suas carreiras.
HISTÓRIA - Para Alexandre, ter um jornal e rádio fortes mudou a história de Muzambinho. Com veículos importantes como estes a cidade fica mais unida e a informação circula com mais transparência, e isso faz uma sociedade melhor, afirmou. Pense bem quantas pessoas e discussões relevantes já não passaram pela Rádio do Povo e A Folha Regional, não fosse pelos meios de comunicação as decisões seriam tomadas em gabinetes e não seriam públicas, disse. Alexandre afirmou que hoje é um muzambinhense ausente, mas acompanha as notícias da cidade pela internet e pelo jornal por PDF.
O jornalista rendeu homenagem ao Sr. José Otaviano Sales, que foi o precursor das transmissões esportivas na Rádio Rural, que chegou a ter uma equipe que transmitia futebol ao vivo dos estádios. Lembrou também do radialista Joãozinho Dureza, que foi um grande nome da Rádio Rural e uma referência do rádio em Muzambinho, pois foi quem tornou o rádio tão popular na cidade e citou a filha do radialista popular, Rosangela, que hoje está na Rádio Cidade Livre de São José do Rio Pardo.
Mídia impressa - Sobre a discussão que envolve a mídia impressa, que muitos acreditam que está fadada a acabar, Alexandre disse que nos últimos 15 dias o tema foi repercutido em discussão importante nos grandes grupos de agências de publicidade, porque o que aconteceu nos últimos anos foi a migração dos investimentos dos veículos impressos para o digital. Segundo Alexandre, o homem mais importante do mundo no mercado publicitário, que é um inglês que se chama Martin Sorrell, acabou reconhecendo que essa migração foi muito exagerada e as mídias impressas perderam faturamento, especialmente os grandes jornais e revistas. Segundo ele, há essa ideia de que esta migração foi exagerada, pois é preciso reconhecer o valor da mídia impressa, porque ao procurar um portal de notícias, a maior parte das matérias importantes foram descobertos por jornalistas da mídia impressa. Alexandre disse acreditar que a mídia impressa não vai acabar, mas, para ele, ela está mudando muito e é muito difícil continuar a ter grandes veículos de mídias nacionais. No entanto, o jornalista vê a mídia impressa regional com muito espaço para fortalecer, porque ainda tem cidades sem jornais.
Publicidade - Sobre publicidade, o jornalista afirmou que sua importância é fundamental na economia de mercado. Segundo Alexandre, é a publicidade e a diversidade de anunciantes que garantem a imprensa livre, pois apenas a imprensa estatal existe sem publicidade. Do ponto de vista do anunciante, a publicidade é fundamental para que a empresa prospere; desde a publicidade boca a boca, até aquela feita no jornal e rádio, disse.