Muzambinho entre as cidades mineiras que mais consomem bebida alcoólica

Publicado em 06/06/2015 - cidade - Da Redação

Muzambinho entre as cidades mineiras que mais consomem bebida alcoólica

O ex-vereador Carlos Prado Coimbra encaminhou carta ao Legislativo, através do presidente João Batista Poscidônio, relatando preocupação com quanto à falta de cumprimento das leis e situação de perigo iminente de violência no município. Confira na íntegra:
“Excelentíssimo Senhor Presidente, com certeza já viu inúmeros carros sendo dirigidos por pessoas que estavam á horas bebendo. Existe lei que proíbe quem está alcoolizado dirigir. Esta lei funciona aqui em Muzambinho? Mais de 80% dos casos de violência estão ligados ao consumo excessivo de álcool, portanto, seria interessante a administração pública não incentivar eventos onde naturalmente farão uso de bebidas alcóolicas; já seria um bom começo para uma administração idealizada. Mas... não é esta a nossa realidade. Vivemos um período de grande permissividade. Proporcionalmente à população, Muzambinho está entre as cidades mineiras que mais consomem bebidas alcóolicas. Mais de 1/3 da população é de estudantes e professores. A cidade é realmente alegre, mas oferece muito pouco à lazer! Dizem que acendeu um sinal vermelho indicador de perigo iminente de violência. Muzambinho não é mais a mesma. Percebe-se que pessoas de outras cidades vêem fazer e ensinar aqui, aos finais de semana e o comportamento estilo impositivo. Lá, onde moram isto não é permitido. O ambiente nas ruas está cada vez mais influenciado pelo comportamento massificado, agressivo, grosseiro, impositivo e arrogante de pessoas que acreditam terem conquistado o espaço público para elas se comportarem da maneira que bem entenderem. A maioria é “gente boa” que está ali porque gostam e têm o direito de frequentar qualquer lugar apesar de muita droga legal e ilegal rolar solto até o amanhecer! É preciso lembrar que a rua sendo pública, nela deve prevalecer os critérios que a Constituição Federal determina para as pessoas fazerem o correto uso dela. A desobediência as leis acarreta inúmeros transtornos. Por exemplos não é bom presenciar crianças (adolescentes) bêbadas, gritos de mulheres chorando, palavrões, pessoas assistindo algumas riado e outras simplesmente filmando. O quadro depois da meia noite é absurdamente deprimente na esquina da rua Lindolfo com Américo Luz próxima aos bares que não tem banheiros suficientes para atender a clientela! Os passeios nos dias seguintes estão brancos de sal da urina ali deixada por homens e mulheres. Pinos de cocaína, preservativos jogados, cacos de vidros espalhados, às vezes sangue pelo chão; às sextas, sábados e domingos os bares afrontam o direito de ir e vir garantido pela Constituição Federal e Municipal. São três dias da semana, quase a metade do ano, em que os vizinhos, e outros que por ali precisam passar estão sendo desrespeitados também através das músicas eletrônicas dos carros que estacionam nas proximidades. E as bandas barulhentas nas noites de sábado? Elas que atraem tanta gente, são licenciadas? Baseado em qual lei? (não foi na lei de iniciativa do competente vereador Luiz Fernandes Francisco). E assim, sem a presença de Autoridades capazes de entender que este assunto é grave, vai se formando, livremente e permissivamente nova geração, com novas referências e novas maneiras de conviver, aprendidas neste meio: praças, ruas, bares de uma cidade que não consegue mobilizar suas instituições para defender seus valores legais e cívicos. O ambiente está piorando a cada ano que passa. Há algum tempo, um moço mais novo que meus filhos, ameaçou urinar nos meus pés quando fui abrir o portão da garagem. Diante disso, às vezes, prefiro deixar o carro “dormir” na rua, pois posso perder a minha vida diante destes encontros que não são mais eventuais! Melhor arriscar perder o carro para o ladrão; aconselhou-me, a própria consciência. Os sinais civilizados, os sentimentos de cidadania, auto-estima, gentileza, solidariedade e até de indignação se diluem neste caldo de permissividade. Não é de hoje, que eleitores que acreditaram nos Poderes Constituídos estão esperando solução! Nenhum sinal alentador aparece no horizonte político (com raríssimas e preciosas exceções). De modo geral os partidos se organizam apenas para disputarem eleições). De modo geral os partidos se organizam apenas para disputarem eleições e têm medo de perderem votos com possíveis atitudes dos seus representantes políticos. E assim, neste jogo de interesses partidários eleitoreiros as mudanças necessárias para o benefício da Qualidade de Vida da Comunidade não acontecem! Preferem o continuísmo, lamentavelmente.
Eu moro na casa da esquina que mencionei. Dali vi e ouvi o suficiente para afirmar que estamos desprotegidos! As perigosas situações são decorrentes do gradativo descaso público com a aplicação das leis. Muzambinho se tornou uma cidade que permite que a lei condena. As polícias com os poucos recursos que dispõem não conseguem modificar os poucos recursos que dispõem não conseguem modificar esse quadro sumariamente descrito. Apenas cumprem suas obrigações: combatem o problema imediato. Fazer valer as Leis é dizer não a permissividade institucionalizada. A Câmara Municipal é a grande esperança para esse momento trágico que aproxima cada vez mais da nossa comunidade. Muitos poderão pensar que esse pedido deveria ser feito diretamente ao Ministério Público. Mas eu penso, não sem antes passar por esta respeitada Casa de Leis”.