
Na última semana, a população de Muzambinho viveu um grande drama com o desaparecimento de duas jovens, menores de idade (16 e 17 anos), desde o dia 11/03. Impressos com fotos e telefones de contatos foram distribuídos na cidade e região. Mas o caso teve um “final feliz”, pois as jovens foram encontradas e conduzidas aos seus lares na noite de 18/03, depois de intenso trabalho do Conselho Tutelar e da Polícia Militar. Os detalhes foram revelados à nossa reportagem pela presidente do CT, Dilmara Rondinelli.
 
O DESAPARECIMENTOOcorreu no dia 11/03, quando as duas jovens chegaram na cidade de Muzambinho logo pela manhã através do transporte escolar para as aulas na Escola Salatiel de Almeida. Tudo leva a crer que a atitude foi premeditada, pois trouxeram roupas nas mochilas. Elas não chegaram a entrar na escola, iniciando a “grande aventura”. A partir de então, segundo Dilmara, surge uma série de dúvidas e informações desencontradas.
Denúncia relata que as jovens deixaram Muzambinho fazendo uso de um veículo táxi, seguindo para Caconde/SP (onde permaneceram por seis dias) e chegando até Tapiratiba/SP. Porém, devido ao intenso trabalho e à grande parceria com a Polícia Militar, as jovens foram encontradas no dia 18/03. A Polícia Militar de Tapiratiba entrou em contato com a PM de Muzambinho, que acionou o Conselho Tutelar. As conselheiras tutelares Dilmara e Margaret então seguiram para a delegacia de Polícia de Tapiratiba, onde encontrou as jovens, acompanhadas do delegado de plantão.
“AVENTURA PERIGOSA” VIVIDA EM CACONDEAo serem entregues ao CT, as jovens começaram a relatar o itinerário da viagem. Em seguida, as conselheiras Dilmara e Margaret decidiram passar pelos mesmos lugares percorridos pelas jovens. Desta forma, colhendo o máximo possível de informações para auxiliar no trabalho do CT e Ministério Público. “Fiquei horrorizada com o que vi e com a situação, pois estivemos em lugares pesados. Acredito que se a fuga perdurasse, não sei se as meninas voltaríam para Muzambinho”, confessou Dilmara. Em Caconde/SP, solicitou o acompanhamento da Polícia Militar local.
Ao chegarem em Caconde, na primeira noite dormiram na rua. No dia seguinte, pediram abrigo na casa de uma senhora com 82 anos, que mora com o filho cadeirante. Nesta casa, ficaram por uma ou duas noites. Elas mentiram a idade, alegando que tinham 19 e 20 anos. Depois, conheceram “pessoas perigosas” na cidade, frequentando outras casas. “Aí que a coisa pegou”, disse a conselheira.
SÉRIE DE INFORMAÇÕES DESENCONTRADASEm depoimento, as jovens contaram que foram diretamente para a cidade de Caconde/SP, através de carona. Porém, esta informação não corresponde aos dados obtidos pelo CT. Alegaram ainda que teriam escolhido Caconde “do nada”, sendo que apenas uma delas tinha dinheiro, mesmo assim eram apenas 5 reais. Também relataram que foram “a pé” de Caconde para Tapiratiba. Por outro lado, o CT tem a informação de que inicialmente as jovens foram de táxi para Monte Belo, de onde seguiram viagem.
Quando foram encontradas, a informação inicial ao CT era de que as jovens estavam num posto de combustível em Areado.
Dilmara revelou uma informação que chega a ser surpreendente diante a preocupação gerada na população de Muzambinho durante todo o período de desaparecimento das jovens. “Descobrimos ao longo do caminho que existia uma pessoa de Muzambinho que tem relação pessoal com uma das meninas que sabia que elas estavam em Caconde. E, inclusive, saiu daqui e foi para Caconde encontrar com ela”, revelou. 
FINAL FELIZAs jovens foram entregues aos pais na noite de 18/03, depois de exame médico inicial. Uma delas apresentou dores nas costas devido a uma briga de rua em Caconde/SP. Novos exames seríam feitos nesta semana.
Durante todos os dias do desaparecimento, logicamente foi grande apreensão e desespero dos familiares. A conselheira Dilmara relatou a emoção do reencontro entre pais e filhas.
O CT estará apresentando um relatório ao Ministério Público sobre os fatos e pessoas envolvidas. As jovens estarão sujeiras às punições da lei pelo cometimento de ato infracional. A pessoa suspeita de ter conhecimento da localização das jovens também deverá ser chamado e ouvido pela justiça.