Segurança no campo mobilizou autoridades em Muzambinho

No dia 18 de junho, as Polícias Civil e Militar promoveram reunião com produtores rurais com o objetivo de prestar orientações de segurança pública devido ao início de período da colheita do café no município e região. A iniciativa contou com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Câmara Municipal.

O delegado Dr. Adnan Cassiano Grava revelou que o índice de criminalidade aumenta consideravelmente na zona rural durante o período de colheita do café. O principal tipo de ocorrência envolve furto de sacas de café. Mesmo estando apenas no início da safra, já foi registrado furto de 30 sacas de café no bairro rural do Guatapará. A preocupação das polícias acabou refletindo nos Sindicatos, sendo que os presidentes Cleber Marcon (Trabalhadores) e Rodrigo Machado (Produtores) apoiaram a promoção de um encontro com produtores rurais no auditório da Câmara Municipal. Na ocasião, foi decidida a realização de reuniões também em bairros da zona rural. O agendamento destes encontros ficou a cargo dos sindicatos.
O Sargento Rezende explicou que o policiamento na zona rural ocorre através de um planejamento semanal, organizado de forma esporádica e aleatória. Policiais são escalados para atuar no policialmente preventivo e ostensivo, sobretudo neste período de colheita do café quando ocorre o aumento nos índices de criminalidade na zona rural. A autoridade acrescenta que a zona rural de Muzambinho é bastante extensa, contando com a estrutura adequada para dar a cobertura necessária.

MEDIDAS DE SEGURANÇA - Dr. Adnan destacou a importância de colaboração de toda comunidade, pois somente o trabalho e empenho das polícias não são suficiente. Isto pelo baixo contingente, extensão territorial e questão geográfica. A principal orientação prestada aos produtores trata de uma rede de proteção. Ou seja, “com um vizinho tomando conta do outro”. Todos devem ficar atentos em todas as circunstâncias, alertando as polícias Civil e Militar em casos suspeitos. O produtor deve aprender a desconfiar das pessoas estranhas, inclusive quando da movimentação de veículos.

ORIGEM DOS TRABALHADORES - Outra medida importante de segurança é o levantamento das informações dos trabalhadores que chegam ao município para a colheita do café, oriundos das mais variadas regiões do país. O delegado comenta que muitas pessoas contratadas são foragidas da justiça, latrocidas, homicidas e estupradores. Quando aportam em Muzambinho, estes indivíduos criminosos ficam escondidos nos quintais e terreiros das propriedades rurais. Por falta de conhecimento e organização, muitas vezes o produtor rural não se dá conta de que esta abrigando um criminoso.

EXEMPLO DE CRIMES PRATICADOS - Dr. Adnan relatou um caso em Nova Resende, quando atuou como delegado na cidade. Um cidadão de alcunha “Negão” foi contratado por uma propriedade e tinha três processos por estupro no Piauí. Fato é que acabou praticando o mesmo crime contra a filha do fazendeiro. Devido à falta de informações ou cadastro dos dados pessoais, não foi possível localizar e prender o acusado. Dados estatísticos também apontam que criminosos também aportam em Muzambinho durante a colheita do café. No ano passado, dois criminosos oriundos de Berilo/MG aterrorizaram a cidade, inclusive atuando contra um vereador. Um deles acabou sendo morto pela PM de São Paulo e outro está preso.

LEVANTAMENTO - Diante desta grave situação, a orientação policial é que o produtor rural tenha todas as informações possíveis do trabalhador contratado. Isto para sua própria segurança e de toda comunidade. Um cadastro pessoal é importante para auxiliar o trabalho das polícias numa possível ocorrência de crime. O delegado também considerou fundamental a cooperação por parte dos Sindicatos de classe no levantamento das informações sobre as propriedades rurais e trabalhadores contratados.