Uma história de superação e vontade de viver

Vamos olhar ao nosso redor. Como é bom poder se locomover com as próprias pernas não é verdade?  Correr, Andar... Ser livre... Mas imagine se um dia...Por um erro médico você perdesse os movimentos da cintura para baixo e deixasse de andar, passando a depender de uma cadeira de rodas para se locomover? O que você faria? Existem duas opções: Desistir de viver ou ter vontade de viver o suficiente para aprender a lidar com um mundo onde tudo é tão difícil de se conseguir quando se depende de uma cadeira de rodas para se locomover.
Esse guerreiro chamado Daniel, apesar de tudo, escolheu lutar por uma vida melhor depois de ter perdido os movimentos da cintura para baixo, mesmo com todas as dificuldades que a realidade nos mostra todos os dias. Todos nós sabemos que por mais que exista um comprometimento entre governantes e sociedade tendo em vista amenizar um pouco o sofrimento dos cadeirantes, esse comprometimento não abrange um todo e acaba sendo insuficiente para ajudar a todos que precisam.
Pedimos que leiam com atenção uma carta escrita pelo próprio Daniel descrevendo a sua história de vida.

“Meus caros amigos (as), venho por meio desta contar-lhe a minha vida, as necessidades e dificuldades do meu dia a dia.
Perdi os movimentos da cintura para baixo, aos 08 anos de idade, devido um erro médico que na suspeita de eu estar com tuberculose, retirou todo líquido da espinha, acarretando assim a perda dos movimentos e atrofia dos pés, situação irreversível que não me deu nem a possibilidade de conseguir uma prótese devido o atrofiamento dos pés. Venho de uma família pobre, simples, sem muitos conhecimentos dos seus direitos, restou para minha mãe simplesmente a aceitação do acontecido e tentar fazer o melhor que pôde para proporcionar uma vida normal dentro das possibilidades.
Sou natural da cidade de Carmo de Minas, estado de Minas Gerais, vim para Muzambinho em 2004 para estudar na Escola Agrotécnica Federal, onde cursei e formei no curso de agro-indústria 2004/2005, além do meu próprio esforço, contei também com a colaboração e paciência de alguns amigos para minha locomoção tanto dentro como fora da escola.
Hoje, sou casado e tenho um filho. Voltei a estudar na Escola Agrotécnica, fazendo curso de informática. Em 2009 fui obrigado a trancar matrícula, devido as condições financeiras, não tenho como pagar condução. Hoje, voltei a estudar na Escola Agrotécnica (curso técnico em agropecuária), pois a escola me fornece condução (ônibus). Morava no bairro Novo Horizonte, na casa do meu sogro, e hoje, moro atualmente na Cohab, casa financiada, no qual para entrar na casa tive fazer um empréstimo no nome da minha tia para colocação de piso, para facilitar minha locomoção.
Apesar das dificuldades, agradeço a Deus o dom da vida e as amizades que tenho. Minha cadeira de rodas é simples, fraca e de uma certa forma exige muito esforço físico. Se eu conseguisse uma cadeira de rodas motorizada facilitaria a minha vida e das pessoas que me ajudam, principalmente minha esposa Simone.
Recebo um beneficio do INSS de um salário mínimo, apesar de ter procurado emprego na cidade (famosas vagas para deficiente) infelizmente até hoje nada consegui. Estou há 2 anos aguardando resposta de uma loja de móveis grande, que expôs cartaz de vaga para deficiente, mas até hoje nenhuma resposta. Não sei porque colocam folhetos nas ruas que há vaga para deficientes se não cumprem! “Deficiente não precisa de meios para viver”? O preconceito é muito grande, sou ser humano, estou vivo e tenho necessidades e responsabilidades como todo ser humano, a única renda em casa é a minha. Minha esposa hoje se encontra desempregada.
Aqueles que puderem me ajudar, agradeço desde já e afirmo que será como se estivesse me dando uma nova perna, uma vida com um pouco mais de dignidade. Sei que há muitos nessa situação ou em situações piores, mas, não podemos abaixar a cabeça e esperar. Temos que correr atrás e lutar para sermos melhores a cada dia. Obrigado e que Deus os abençoem”.

Segue abaixo o número da conta e fone para doações.