Lima x Limão - Edição 993

Publicado em 25/06/2010 - editorial - "Tézo" Bortoloti

Não se trata apenas da opinião da comunidade. Não há desculpas e poder humano que possam enganar alterando os desígnios e a força da Providência Divina.
As muralhas de Jericó eram tidas como indestrutíveis. E RUÍRAM! IFET - ELDORADO PARA MUZAMBINHO?
Cidades de pequeno porte que ganham instituições de ensino de vulto, atraindo multidões de jovens estudantes oriundos das mais diversas regiões do país, acabam também atraindo grandes problemas, tais como:
Grande especulação imobiliária, significativo aumento do custo de vida, além de vícios maléficos e vários outros tipos de contravenções.
Procurando casa para alugar um leitor da minha coluna ouviu de um proprietário: a casa tem dois quartos, sala, cozinha, banheiro e espaço para guardar carro. O aluguel mensal é de trezentos e cinqüenta reais mais o IPTU que fica por conta do inquilino. O pretendente espantou-se: mas sua esposa falou em duzentos por mês... - Isso foi semana passada. Agora, com a vinda do IFET o preço subiu um pouquinho... - Era só o que faltava, resmungou o meu leitor virando as costas e indo embora sem mais conversa. Passando pelo supermercado resolveu comprar a mistura do almoço. Consultou a tabela de preços e fez cara de choro: Quinze reais o quilo de contra-filé? Mas ainda ontem... Era treze, completou o balconista enquanto amolava uma faca contra outra. Mas com a vinda de dois mil alunos para estudar no IFET... Já to sabendo, vociferou meu leitor.
- Larga as facas e me pesa meio quilo de carne moída!
Outro inventou de comprar uma casa, coisa simples, três cômodos de paredes de blocos sem reboque e sem laje, nem quintal tinha. - Vendia, mas não vendo mais, disse o proprietário da “caixa de fósforos”. Pois quando chegarem os mais de quatro mil alunos do IFET, ponho aí dentro seis camas, três cadeiras, uma mesa, um fogão e, alugo por mil e duzentos por mês!
Não é crítica derrotista, é a realidade. Tem muita gente por aí sonhando com dinheiro fácil e abundante caindo do bolso de filhos de pais milionários, prevendo que Muzambinho irá transformar-se num verdadeiro ELDORADO. Na minha opinião, e na de muitos outros concidadãos realistas, as finanças irão melhorar sim (aliás já começaram a melhorar) para duas dúzias de negociantes de alimentos, isto é, para feirantes, mercadinhos, bares e supermercados e para uns trinta ou quarenta proprietários de espaços e casas desocupadas. Soma-se a isto a geração de uns vinte ou trinta empregos e o resto é pura fantasia, suposições sem base em fatos concretos. É verdade que teremos muitos jovens na cidade adquirindo mais instrução, mas nem tal fato compensará a especulação imobiliária e o aumento abusivo (e que já vem ocorrendo) de produtos de primeira necessidade, o que vem sacrificando de maneira covarde a vida de centenas de famílias pobres. Claro que como um batalhador e defensor da nossa cultura a um nível mais elevado não sou contra a útil e nobre instituição e muito menos contra seus bravos idealizadores, mas é com os pés no chão que estudo e avalio as coisas, principalmente aquelas que envolve o direito e o bem-estar das massas menos favorecidas!

- LIMÃO -
Nossa tão amada Muzambinho através dos anos já contou com várias fábricas, todas de pequeno porte é verdade, mas que proporcionavam empregos e salário a muitos operários locais. Já tivemos fábrica de tecidos, de sapatos, de banha, de balas, macarrão, parafuso, mortadela... Todas elas de duração efêmera. Restou a importante fábrica de manilhas e outros artefatos de cimento do dinâmico Altamirinho, de doce e outros derivados de leite, também importante para a cidade e algumas pequenas cooperativas da zona rural. Nossa cidade é carente de indústrias, portanto carente de oportunidades de trabalho e renda, o que faz como que a maioria dos nossos jovens muito cedo tenha que nos deixar, partindo em busca de um futuro mais promissor, como aconteceu com meus próprios filhos. Não é mesmo uma tristeza?! 

- LIMA -
Para os meus colegas (os atuantes) da nossa nobre, cívica e promissora Academia Muzambinhense de Letras, agora contando com a parceria da distinta e competente Senhora Marli Salomão, Secretária Municipal de Educação e mais uma plêiade de diretoras e representantes das nossas escolas municipais, todas empenhadas em incentivar nas suas respectivas classes discentes o prazer e a arte da Literatura. Que tal o cívico exemplo?

- LIMÃO -
Para a Empresa de luz e força a CEMIG que não confere, não fiscaliza. A fiação do poste que fica em frente o sobrado da antiga sede da Prefeitura Municipal (rua Carlos Prado), está com defeito e a lâmpada queimada já faz uns dois anos. À noite o local fica escuro, propiciando a ação de arruaceiros. A vizinhança reclama imediatas providências.

- LIMÃO -
O IBGE irá realizar o censo de 2010, o grande retrato do povo brasileiro como gostam de afirmar. Tá bão, mas vamos esperar que não torne a acontecer o que aconteceu na vez passada com “seus retratistas” queimando expressiva quantidade de chapas, como fazia meu já falecido tio Emídio Botelho, antigo fotógrafo lambe-lambe da Praça Pedro de Alcântara. Mesmo porque teimo em afirmar que eu, minha família e meus 18 vizinhos do quarteirão da Tiradentes (centro) não somos fantasmas que habitam velhas residências, nós existimos de fato e desta vez esperamos ser recenseados. Ta bão?!

- LIMÃO...NADA -
Uma carreta carregada de cimento foi abordada por uma cabrita em rodovia perto do Recife. O veículo ficou completamente destruído. O animal sofreu ferimentos leves, foi hospitalizado e já teve alta. O motorista da carreta quebrou os dois chifres, foi laçado e levado para o cercado da Prefeitura.

- LIMÃO -
Uma maça saudável e suculenta importada do Chile ou da Argentina pelo preço de um real ou um e cinqüenta, um mamãozinho papaia, pequeno, verdolengo e meio estragado, produzido aqui mesmo no Brasil custando de dois a três reais. O mesmo acontece com a manga, o caqui e outras frutas, e também com as hortaliças que sobem de preço continuadamente. Em tudo, mas em tudo mesmo, inflação de cem por cento e o governo através dos centros de pesquisa e tevês mancomunadas alardeando inflação de zero vírgula cinco, zero vírgula seis por cento... Seria cômico se não fosse vergonhoso!

- LIMA -
Para a distinta senhora dona Iolanda, esposa do Senhor José Dias e mãe do Valdeci e do João, (proprietário do Varejão Dias). Dona Iolanda gosta de ler minha coluna “Lima x Limão”. Fico grato pela preferência.

- LIMÃO -
Patriotismo a parte, só mesmo carnaval e futebol para fazer os brasileiros vibrarem, esquecendo tudo de ruim e lamentável que ultimamente vem ocorrendo no Brasil. Destaque para o pouco caso com os operários aposentados pelo INSS, as malandragens, as Benesses e os pactos políticos. E quem lucra, deita e rola com estes engodos e recursos desabonadores e ilegais? Os nossos super-protegidos manda-chuvas, é claro. E eu, coitadinho de mim, morando logo ali na esquina dos mijões, tendo de suportar o fedor desta verdadeira enxurrada de urina.
CRUZ CREDO!

Pergunta:
Quem escreve matérias de interesse coletivo deve-se manter “isento de publicações de interesse próprio”. Muito bem: mas quem legisla, pode torcer os fatos?!

- ERRATA -

Nas matérias desta coluna, nas edições de número 990 e 991, aconteceram erros de frases e palavras. Rogamos desculpas aos nossos leitores.
Até a próxima semana com uma limonada geladinha para você leitor amigo(a).