“Sul maravilha” tem bons valores na política mineira

Publicado em 17/04/2009 - editorial -

As riquezas do Sul de Minas são contadas por todos os cantos. E todos acreditam e se encantam. Aqui não existe pobreza, seca ou enchente. Os campos são verdes, com bons e produtivos frutos.
Tudo isto pode ser considerada uma “meia verdade”. A região montanhosa do Sul de Minas realmente é belíssima. O índice de violência não chega a ser alarmante, apesar de casos hediondos isolados. Mas existe pobreza e até miséria. Não existe seca, mas os rios estão desaparecendo. E existe uma série de problemas: rodovias precárias, saúde deficitária, agricultura sofrida e muitos outros.
Na contramão dos problemas econômicos, com certeza podemos afirmar que o Sul de Minas é uma região rica no aspecto humano. O povo é solidário, receptivo e progressista. Nossos políticos são diferentes. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, lideranças empresariais e comunitárias; na grande maioria, demonstram um estilo diferente de vida pública. Temos grandes exemplos. Políticos que escrevem uma história progressista em diversos setores. Deputados federais como Carlos Melles (Presidente estadual do Democratas), Odair Cunha (PT – membro da mesa diretora da Câmara Federal), Geraldo Thadeu (PPS), Bilac Pinto (PR), além do deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB), do ex-deputado Sebastião Navarro e tantos outros. Deputados com vasta experiência política, com diversos mandatos a serviço do país.
Porém, apenas o muzambinhense João Marques de Vasconcelos representou a região como vice-governador de Minas Gerais. Depois dele, mais ninguém chegou perto do palácio. E, com isso, o palácio ficou cada vez mais distante. O Sul de Minas poderia ser chamado de “filho adotivo” do Estado de São Paulo. Devido à proximidade, a população busca no estado vizinho todos os recursos na área comercial, de saúde e educação. Minas Gerais fica com o bônus do imposto arrecadado na região, que não é pouco. São Paulo fica com o ônus da prestação de serviços essenciais e tantos outros.
O Sul maravilha quer ser o “filho reconhecido” na política mineira. Deseja contribuir não apenas com meio milhão de votos, mas também com o poder de decisão na distribuição de benefícios. Um político da região ocupando o cargo de vice-governador seria o primeiro passo, a redenção para os governantes que visitam a capital Belo Horizonte, muitas vezes se sentindo “estrangeiros”.