Publicado em 26/08/2018 - especial - Da Redação
Há mais de dez anos, Muzambinho vem investindo no crescimento do artesanato. A materialização deste trabalho pode ser observada no centro da cidade. Os quiosques do chamado “Muzambódromo” oferecem artesanato de qualidade e em diversidade. A artesã Dirlei Maria Tinós simboliza a luta e persistência do setor no município.
MISSÃO EM MUZAMBINHO
Dirlei residia em Campinas/SP, onde conquistou a aposentadoria e há 14 anos decidiu passar uma temporada em Muzambinho para aprender a tecer. Conheceu a cidade através de laços de amizade. Apesar da arte de tecer ser bastante simples quando tudo está montado no tear, mas até isto acontecer existem fases que só dia-a-dia proporciona, observando todo o processo. Como as coisas não aconteceram como esperava, desistiu do plano e passou a trabalhar voluntariamente com as crianças da creche Helena Dipe. Permaneceu nesta missão por quatro ou cinco ano, quando as pessoas começaram a pedir que ensinasse algum tipo de artesanato. Foi quando surgiu uma “oficina”, que proporcionou treinamento para muitas pessoas. A intenção era proporcionar às pessoas um rendimento financeiro, que a atividade fosse prazerosa e que proporcionasse saúde emocional.
CROCHÊ AOS IDOSOS
A artesã confessou o sonho de ensinar crochê para os idosos/homens. Ela conta que tem observado muitos idosos durante o dia sentados na praça da Av. Dr. Américo Luz sem ter o que fazer. Assim, pensa numa “roda de idosos”, com a oportunidade de praticar o artesanato em sua infinidade de possibilidades. A reunião poderá ocorrer em qualquer lugar, uma vez por semana, com a atividade sendo dirigida somente para homens. “Eu ensino voluntariamente”, garantiu. Ela lembra que o ser humano é dotado da capacidade de aprender até o fim da sua vida, basta que haja vontade. Citou, por exemplo, um projeto em São Paulo para “chefs de cozinha” envolvendo grandes empresários como uma forma de terapia para superar o stress da vida moderna.
ARTESANATO NOS QUIOSQUES
Através de entendimento com a administração municipal, atualmente cinco pessoas oferecem o artesanato nos quiosques da Av. Dr. Américo Lu. Além de Dirlei (quadros decorativos, casaquinhos e roupinhas de bebê), destaques para as artesãs Hilma (crochê, flores de tecido de tear), Jane (costura para bebês, crochê, panos de prato), Luiza (crochê de vestuário) e Júlio (tapetes de ponto russo e emblemas de times de futebol). O atendimento acontece de terça a sexta-feira (das 13 às 17 horas) e nos sábados (das 09 às 17 horas). Dirlei reivindicou uma “cara nova” aos quiosques quando a praça for reformada.
FORÇA DO ARTESANATO
Dirlei afirmou que o artesanato de Muzambinho está em pleno crescimento, ao contrário de outros centros. “Somos um reduto artesanal de verdade”, disse. Segundo ela, o artesanato é praticado com grande força na zona rural, com muito crochê, bordado, cestaria, tingimento de tecido e outras atividades. Na zona urbana, destacou a profissional Mayumi leva o artesanato de Muzambinho para o exterior. “A Mayumi é uma exímia trabalhadora das artes manuais”, disse. Revelou ainda que Muzambinho produz muito crochê feito à mão (além do industrial), pintura em tecido, quadros, fuxico, cabaça e outros produtos. A comercialização é feita junto à comunidade local e muitos visitantes, principalmente nos feriados.
AGROTUR É FUNDAMENTAL
Questionada a respeito da importância da Agrotur, Dirlei informou que a feira representa de 70% a 80% da venda anual de artesanato. A artesã acrescentou que a Agrotur é ótima e envolve muitas pessoas, que procuram a Secretaria responsável e demonstrando interesse em participar. Acrescentou que a feira tem evoluído muito e tem ficado cada vez mais bonita e convidativa, com uma frequência muito alta por parte de visitantes de cidades vizinhas.