Publicado em 19/11/2016 - esportes - Da Redação
Uma volta ao glorioso passado, precisamente no período de 1953 a 1958, traz a todos memoráveis lembranças que estão cravadas de forma indelével em nossas mentes e corações.
São os tempos emocionantes tão bem mostrados pelo nosso querido e competente Milton Neves nas páginas deste informativo regional dias atrás.
Pedimos autorização ao consagrado jornalista para tecer considerações ao saudoso time de futebol da Escola Agrotécnica de Muzambinho, carinhosamente chamado na época de “Esquadrão das Colinas Verdejantes”. Gostaríamos colocar isso como complemento da reportagem de Milton Neves.
O protagonista dessa história tinha como integrantes alunos dedicados aos estudos proporcionados pela instituição, que é considerada modelo ao nosso país. A direção da Agrotécnica tinha nos esportes o elo de ligação entre a busca de conhecimentos e a formação de futuros homens, despertando em todos eles a mística de se lutar pelos objetivos maiores da vida.
Em 1953, ano oficial do início das atividades escolares, mais de uma centena de jovens aportaram ao berço Agrotécnico. Bem acolhidos, de forma orientada, deu-se a descoberta das aptidões individuais que revelariam os predicados de cada um, prioritariamente as tendências para o esporte bretão, o futebol.
Entre “rachas” inesquecíveis e campeonatos internos no campinho do Sr. Dino e o “campo de terra” da cidade, nascia o esquadrão que representaria Muzambinho e a Escola Agrotécnica com tamanha competência e galhardia.
Em 1955, iniciava-se a maratona de jogos oficiais e amistosos em Muzambinho e região. O time ganhou maturidade, desenvolvimento físico-técnico e aguerrimento. Havia renovação, sistemática pela chegada anual de novos alunos e o surgimento de novas estrelas a cada momento.
A trajetória vitoriosa começou em 1955 e perdurou até o final de 1958, quando se deu a saída de vários craques, desmantelando aquela equipe unida e brilhante.
Vamos ilustrar, a seguir, os grandes feitos do futebol da Agrotécnica:
1 – Campeonato Municipal de Muzambinho:
- 1956: Campeão invicto em 2 turnos;
- 1957: Bicampeão em 2 (dois) turnos.
2- Jogos Amistosos: Foram dezenas de jogos com equipes representativas de municípios vizinhos como Guaxupé, Guaranésia, Monte Santo de Minas, Distrito de Juréia, Botelhos, Campestre, Monte Belo, Alpinópolis, Machado, Alfenas, Nova Resende, Passos, entre outros. A supremacia foi da Agrotécnica, perdendo apenas 2 vezes em mais de 20 jogos disputados. Referência especial à vitória de 2 x 1 sobre a Esportiva Guaxupé no campo adversário e também a goleada de 7 a 1 em cima do Colégio La Salle de Machado.
3 – Jogo histórico: Estrondosa vitória sobre o time júnior do Palmeiras, campeão de São Paulo. Jogo realizado em setembro de 1958 em Botelhos. As apostas eram de 9 a 1 para o Palmeiras e o esquadrão das colinas verdejantes venceu por 1 a 0, gol de Carlos Magno.
4 – Outras participações: Jogadores da Agrotécnica eram constantemente recrutados para reforçar times da região e a seleção muzambinhense. Entre os convocados, os mais frequentes foram: Adolfo Vieira (Corote), Cuiabano, Ezio, Moacir, Paulistinha, Jacuí, Carlos Magno, Ronaldo Nino, Tampinha. O adversário mais temível era o Colégio Estadual de Muzambinho. Os jogos eram sempre eletrizantes e empolgantes.
5 – Outros fatos dignos de serem relatados:
a) o senhor Adolfo Vieira, chefe disciplinar da Escola Agrotécnica foi ao mesmo tempo, incomparável craque de bola e exemplar comandante do time.
b) muitos funcionários reforçaram a equipe como Professor Romário, Pedro Cartuncheira, João da Marta, o brilhante Ronaldo Esper e outros.
- Time base de 1955 a 1956: Marolo, João da Marta, Pedro, Moacir, Corote, Romário, Ronaldo, Corote, Ézio, Nino e Jacuí.
- Time base de 1956, 57 e 58: Cuiabano, Jair, Ronaldo, Chico Ragonete, Nino, Bira, Tampinha, Corote, Ézio, Carlos Magno, Jacuí e Paulistinha.
- Substitutos eventuais: Muitos jogadores foram utilizados no período de 55 a 58: Jair, Mauro Camilo, Bodinho, Célio, Ibraim Nero, Suzano, Celso, Aécio, Dilton, Omega, Marreco, Acacio, Alan Kardec, Cesário Maldi, Freire, entre outros.
6 – É de justiça relembrar a importância do Professor de Educação Física, Alencar Bernardes, grande homem e profissional.
- José Belarmino foi outro grande colaborador de esportes, professor renomado de educação física.
- Em 1958, Ézio, Nino, Carlos Magno e Jacuí fizeram testes no Democrata FC de Sete Lagoas.
- Paulistinha jogou em vários times do interior paulista, após sua saída da Escola Agrotécnica.
- Cuiabano foi profissional de alguns times, inclusive disputou Campeonato Carioca.
- A maioria dos jogadores aqui mostrados, continuou suas atividades no futebol em universidades e na vida profissional
- Por fim, agradecimentos eternos a Diretoria e funcionários da Escola Agrotécnica.
Essa página da vida jamais será virada, pois representa a saga de pessoas brilhantes e comprometidas, que sempre estarão vivas em nossos corações e mentes.
Adair de Paula Aguiar (Jacuí), ex-aluno da Agrotécnica