Carnaval em Muzambinho: um barril de pólvora pronto pra explodir

Publicado em 07/03/2014 - geral - Da Redação

Na segunda-feira de carnaval, eu e minha família fomos vítimas da violência imposta por vândalos ou marginais que invadem nossa cidade nestes dias de folia, ou melhor, de pura anarquia. Só não digo terra de ninguem porque na verdade a nossa terra é tomada e assaltada por estes que se acham donos da cidade durante estes quatro dias. Meu filho, ao chegar em casa na 2a. à noite, se deparou com um desses baderneiros chutando o portão de entrada.

Logicamente, chamou a atenção do indivíduo. Pronto. Foi o estopim para um barril de pólvora. Moro em frente à Casa da Cultura e o local foi tomado por uma briga generalizada, além de muitos outros curiosos de plantão. Quando desci para ver o que estava acontecendo, havia dois “gorilas” - digo gorila não no sentido de discriminação racial mas para retratar melhor o tamanho dos dois indivíduos que estavam querendo invadir minha casa à pontapés e voadoras no portão. Um deveria ter dois metros de altura e o outro uns cinco centímetros mais baixo. Todos dois truculentos e pareciam estar drogados, tamanho era o ódio estampado em suas caras. Na minha frente, deram duas voadoras no portão e chutaram meu carro na lateral do motorista. As marcas no portão e no carro estão ainda aqui para quem quiser ver. Com muito custo, os seguranças da prefeitura, a quem eu agradeço, conseguiram “domar” as duas feras enfurecidas. Mais tarde chegou a polícia e tomou conta da situação. Minha noite estava perdida, pois tive que ir até o quartel da polícia, junto com os dois gorilas, para fazer BO que, no fundo, todo mundo sabe que não vira em nada. Depois de todo tumulto, a gente para pra pensar e fica até arrepiado de medo se naquela confusão alguem saca uma arma de fogo. O estrago seria grande, pois tinha gente pra todo lado. E aí vem a dúvida: Muzambinho está preparada para receber tanta gente de fora? Temos estrutura para isto? Temos como proteger nossos cidadãos da violência provocada por eventos desta natureza? A resposta é não, não e não.  A polícia militar, mesmo com reforço , não tem como nos dar tranquidade. Tudo tem um limite, e Muzambinho já extrapolou este limite. Não se pode falar em carnaval em Muzambinho sem se falar sobre o bloco dos Vermes, que é o grande responsável pela avalanche de gente que toma conta desta cidade. Sei que eles devem estar ganhando dinheiro e que outras pessoas da cidade tambem estão ganhando dinheiro. Não tenho nada contra isso. Mas, afirmo com toda certeza: eu não ganho nada com carnaval e muitas outras pessoas da cidade, creio que a maioria, tambem não ganham. Só perdemos. A cidade vira uma zona, em todo sentido pejorativo da palavra. Lixo pra todo lado, gente urinando pra todo lado, sexo ao ar livre, uso de drogas sem nenhum controle, trânsito parado por impedimento de ruas, barulho ensurdecedor com música de gosto duvidoso, e vai por aí afora. Tudo isto torna a cidade um barril de pólvora pronto pra explodir. Basta uma discussão boba para que o palito de fósforo se acenda e o pavio curto do alcool e da droga faça explodir este barril. Em recinto fechado, os Vermes têm como controlar os frequentadores, com revista de um por um e seguranças nos quatro cantos do recinto. Mas aqui na cidade, nós cidadãos comuns, ficamos refens de toda esta anarquia. Então, creio que está na hora de repensarmos o carnaval em Muzambinho. Ou o bloco Vermes limita seus abadás a um número viável e colabora na segurança fora do seu recinto, ou a cidade de Muzambinho terá que tomar um vermífugo. Para o bem de todos nós. Até para os familiares daqueles que estão ganhando dinheiro com o carnaval.  Ou vamos esperar uma tragédia acontecer?

Marcos Aurélio Gaspar - Bancário e morador na Rua Tiradentes em Muzambinho