Publicado em 10/03/2014 - geral - Da Redação
Três artistas do Sul de Minas têm seus trabalhos expostos no Palácio das Artes, em Belo Horizonte
A mostra traz como fio condutor curatorial os conceitos de democratização do acesso e descentralização da cultura. Articula-se com o MINAS Território da Cultura, maior programa de interiorização das políticas públicas voltadas para a cultura e realizado pela SEC em todas as regiões do Estado. Para reunir todo o acervo, o MINAS Território da Arte contou com o trabalho de pesquisa de cinco estudiosos da área: Jacqueline Prado, José Alberto Pinho Neves, Marco Antonio Pasqualini, Rodrigo Vivas e Walter Sebastião. Esses colaboradores foram designados a catalogar os talentos das respectivas regiões e tiveram o apoio das Universidades Federais mineiras para a tarefa.
A Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, entende o evento como um esforço do Governo de Minas em ampliar as suas diretrizes para o maior número de cidadãos mineiros. “Nosso Estado possui várias facetas culturais em sua vasta extensão territorial. O MINAS Território da Arte é um audacioso projeto que pretende oferecer ao público representações culturais de nossos artistas, tentando contemplar a maior variedade de obras. Com essa proposta, e sabendo da dificuldade de cumpri-la, já que Minas apresenta uma riqueza cultural de proporções gigantescas, espero que, por meio do trabalho hercúleo da curadoria, possamos apreciar amostras da nossa pujante e inesgotável cultura”.
Homenagens póstumas
Como forma de sublinhar a trajetória profissional de personalidades da cultura, o MINAS Território da Arte também irá prestar homenagens póstumas a três grandes artistas mineiros que muito contribuíram para a construção da identidade cultural do Estado. São eles: Nívea Bracher, artista plástica aclamada em Juiz de Fora e região, tem entre as suas mais conhecidas obras retratos, paisagens e naturezas mortas, e faleceu em 2013; Raymundo Colares, pintor, desenhista, recebeu prêmio do Salão Nacional de Arte Moderna em 1970, com uma produção que se caracterizou por obras nas correntes do construtivismo e arte pop, e faleceu em 1986; e Sara Ávila, pintora, desenhista, ilustradora e professora, foi aluna de Guignard e Franz Weissmann, integrante do Movimento Internacional Phases, com sede em Paris, presidente do Conselho Estadual de Cultura do Estado de Minas Gerais e da Sociedade Amigas da Cultura em Belo Horizonte, e faleceu em 2013.
Artistas do Sul de Minas
Amilcar de Castro
Município: Paraisópolis (Sul de Minas)
Foi escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo e professor. Participou do movimento neoconcreto brasileiro, ao lado de Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, entre outros. Foi professor e diretor da Escola Guignard e lecionou na Escola de Belas Artes da UFMG, entre as décadas de 1970 e 1980. Em 1990, aposentou-se da docência e passou a se dedicar com exclusividade à atividade artística, produzindo esculturas, desenhos e litografias. Suas esculturas, pautadas pela estética construtiva e pela prática do corte e da dobra, ocupam os espaços públicos e privados com imponência, revelando o diálogo com o espaço e a textura do aço, matéria-prima retirada das montanhas de Minas. Amilcar de Castro é considerado pela crítica como um dos mais importantes escultores da arte moderna no Brasil.
Décio Noviello
Município: São Gonçalo do Sapucaí (Sul de Minas)
Autodidata, iniciou sua atuação no campo das artes plásticas em meados da década de 1960, explorando cores e formas geométricas dos sinais de trânsito na pintura e, posteriormente, na serigrafia, criando, assim, o primeiro ateliê serigráfico de Belo Horizonte. O trabalho de Noviello marcou um momento significativo de assimilação do repertório pop e de encontro com as propostas de arte total no processo de afirmação da neovanguarda em Belo Horizonte. A poética de Noviello é permeada pela cor, elemento fundamental de sua pintura, serigrafia, aquarela, intervenção na paisagem e também nos projetos de ornamentação de carnavais, cenários e figurinos de teatro. Noviello trabalha com a cor no campo expandido da arte contemporânea, envolvendo a paisagem urbana e o corpo dos participantes das festas populares, dos carnavais, bumbas meu boi e procissões.
Jarbas Juarez
Município: Coqueiral (Sul de Minas)
Estudou na Escola Guignard e foi professor da Escola de Belas Artes da UFMG. Pesquisador, Jarbas tem o desenho como campo de investigação, mas experimenta outras técnicas (pintura, escultura, gravura) e outros materiais descartáveis (sucatas, lixos, etc.). Nos anos de 1960 faz uma série de trabalhos políticos que questionaram não só a tradição da Escola Guignard, mas também o regime militar, como a obra Matadouro (1970), presente nesta exposição.
Serviço:
Exposição Minas Território da Arte – abertura em 11 de março de 2014, às 19h
Exposição aberta ao público: 12 de março a 04 de maio de 2014
Horário de visitação: De terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h; Domingos e feriados das 16h às 21h
Local: Palácio das Artes – Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard
Entrada Gratuita - Informações: (31) 3236-7400
Fonte: Assessoria de Comunicação // Secretaria de Cultura de MG