Carnaval 2012 de Muzambinho em foco e a organização do Bloco Verme´s

Publicado em 24/02/2012 e atualizado em 24/02/2012 - geral -

QUEDA DE 40% - Considerando o público estimado nos anos anteriores e estatísticas da Polícia Militar de que Muzambinho recebeu cerca de 6000 turistas em 2012, é possível afirmar que o carnaval sofreu uma queda de 40%. Também é possível identificar possíveis causas desta situação. No ano passado, choveu durante os cinco dias de carnaval, prejudicando o evento em certos aspectos. O alto preço cobrado para o aluguel de residências e chácaras também é um fato preponderante. Informações dão conta de que enquanto na cidade se cobrava um aluguel “médio” de R$ 3 mil, nas cidades vizinhas o valor girou em torno de R$ 1.500,00.

Outras situações que contribuíram para a queda foram a tragédia com rompimento de fio da Cemig no início de janeiro, o que acabou gerando o temor por parte de muitos turistas e o preço elevado dos abadas. Por fim, vale lembrar que outras cidades da região também investiram forte no carnaval de rua, a saber: Guaxupé, Monte Santo de Minas, Caconde/SP, Alterosa, Areado, Botelhos e Carmo do Rio Claro.

ALTAMENTE LUCRATIVO – Apesar da queda de 40% no público, ao mesmo tempo é possível afirmar com absoluta certeza que o carnaval é um evento altamente lucrativo para a comunidade de Muzambinho. Considerando que 6000 foliões gastam por dia cerca de 200 reais (em média), a movimentação no comércio local chega a R$ 6 milhões. Restaurantes que venderam mais de 1000 refeições por dia. Lanchonetes que chegaram a vender 1000 lanches numa única noite. Distribuidoras de bebidas que atenderam o consumo elevado, abastecendo o comércio local e casas alugadas. Postos de combustíveis e uma infinidade de serviços ao turista. Os números são significativos e representam uma renda extra para sustentar a economia local durante boa parte do ano.

DESRESPEITO CONTINUA – Também apesar do público menor, vale ressaltar que o desrespeito ao cidadão muzambinhense continuou. Som alto em casas, abusos no trânsito com alta velocidade e pessoas transitando pelas ruas apenas com roupas íntimas. Estes são apenas alguns dos problemas gerados, na grande maioria, pelos visitantes. Sem contar o alto consumo de bebidas alcoólicas e drogas. Por diversas vezes a ambulância foi acionada e o socorro feito de pronto. No trânsito, a Polícia Militar registrou cerca de 200 boletins de ocorrência dando conta dos abusos cometidos, principalmente por pessoas de outras cidades.

POSITIVO: SEGURANÇA E SAÚDE – Durante o carnaval, duas ambulâncias foram disponibilizadas para atendimentos aos casos mais urgentes, inclusive com UTI Móvel com a presença de médicos e corpo de enfermagem. Um investimento da administração municipal que minimizou os casos encaminhados ao Pronto Socorro da Santa Casa local.

POSITIVO: LIMPEZA PÚBLICA – Apesar da enorme quantidade de lixo gerada pelo alto consumo durante os dias e noites de carnaval, o setor de limpeza da administração municipal agiu de forma eficiente. Logo pela manhã, servidores faziam uma varredura geral no centro da cidade, inclusive lavando as ruas com um caminhão pipa. A providência minimizou o problema, oferecendo melhores condições para o lazer dos turistas e da comunidade, bem como de trabalho aos comerciantes.

POSITIVO: SOBROU ÁGUA – Um grande temor era o alto consumo de água, principalmente devido ao intenso calor durante os dias de carnaval. Até porque nos anos anteriores muitos turistas abusavam da utilização da água, com piscinas improvisadas e outras atitudes de desperdício. Porém, a Copasa aumentou a captação em 3 litros por segundo, evitando a falta de água. Uma medida que merece reconhecimento e demonstra o comprometimento com o bem estar da comunidade local.

POSITIVO: BLITZ DA POLÍCIA – Durante todos os dias, a Polícia Militar realizou blitz na entrada da cidade (trevo), com grande estrutura e fiscalizando a entrada e saída de veículos. Os turistas tiveram bagagem revistada e outras providências de praxe foram tomadas no sentido de orientação.

SEGURANÇA EM ALERTA – O trabalho da Polícia Militar e seguranças foram intensos durante todos os dias. Conforme noticiado, houve um grande reforço do contingente policial (mais de 40 militares), com corpo de bombeiros e cavalaria. Todos agindo por 24 horas e atuando em diversas áreas, o que acabou por diminuir o índice de boletins de ocorrência. Confira os números: 03 furtos em casas, 03 furtos de veículos (sendo que 02 foram recuperados), 06 registros por consumo de drogas e tráfico, 01 registro por atuação de seguranças, 04 roubos a pedestres e motoristas, 07 registros por som alto, 08 apreensões de veículos por infrações diversas, 05 acidentes de trânsito, 04 desacatos, 06 lesões corporais, 03 danos, 04 brigas, além de 03 embriagues ao volante.

ESCOLAS DE SAMBA E A ETERNA RECLAMAÇÃO – Já se tornou tradicional e um fato que faz parte da história do carnaval de Muzambinho. A insatisfação das escolas de samba com a apuração do desfile é evidente e gera problemas todos os anos. Vale destacar que as notas são dadas e apuradas por uma empresa especializada de jurados, que sempre muda por exigência das escolas. Porém, o resultando nunca é aceito na sua totalidade. A solução, defendida por muitos há alguns anos, seria a criação de uma Liga Muzambinhense das Escolas de Samba, responsável pela distribuição dos recursos, realização do desfile e apuração dos resultados. Infelizmente, ninguém ainda conseguiu fazer a idéia sair do papel. Enquanto isso não acontece, a insatisfação com a apuração das notas continuará sendo um fato marcante no carnaval de Muzambinho.

ALTO DO ANJO FEZ FALTA – Ainda neste aspecto e apesar do brilhantismo das escolas de samba participantes neste ano, ficou evidente a lacuna deixada com a ausência da Escola de Samba Unidos do Alto do Anjo. Fica um apelo para que os dirigentes da agremiação se mobilizem para o próximo carnaval, voltando a fazer parte com louvor da história do carnaval de Muzambinho.

MARCHINHAS & CIA. – As músicas em todas as épocas do carnaval tiveram espaço no palco com a apresentação da Banda das Marchinhas, com músicos tradicionais do município. Além delas, houve espaço também o conjunto “Os Dragões” e a Banda de pagode K entre Nós, diversificando os ritmos na avenida. Segundo informações, a Banda Rosa Negra com axé e outros ritmos também agradou aos foliões.

A VEZ DAS CRIANÇAS – A Matinê para as crianças na avenida apresentou outras atrações, além da banda Rosa Negra. Brinquedos e pipoca de graça foram distribuídos, fazendo a festa e a alegria da criançada e pais. Mesmo com um número pequeno de crianças, a iniciativa da administração municipal merece reconhecimento.

QUE FIM LEVOU? – Além da Escola do Alto do Anjo que fez falta na avenida, vale destacar também foi sentida a ausência de outros blocos que sempre fizeram a história do carnaval. Basta lembrar do Bloco das Piranhas, com lideranças que deixaram de participar; Blocos Os Maruco e Os Largados, além da tradicional velha guarda do Bloco do Caju.