
A importância do PRONAF para a economia de Muzambinho e como forma de apoio ao produtor rural. Este foi o tema principal de entrevista dom o técnico extencionista da Emater, Marco Antônio Ferreira. Conheça ainda outras atividades desenvolvidas pela Emater no município e questões relativas ao meio ambiente.
UMA HISTÓRIA EM MUZAMBINHO - Vale destacar que a Emater atua há mais 35 anos em Muzambinho, sendo um dos escritórios com maior permanência num município em Minas Gerais.
A equipe local é formada pelo técnico Marco Antônio Ferreira, agrônomo Gilson Couto, Eunice Granato Neto (que atua na área de bem estar social), Clóvis (que atua na área de Certificação e Qualidade de Café), secretária Denise e servidora Marilda. Neste contexto, é importante reconhecer a parceria dos prefeitos que passaram pelo município neste período, mantendo o trabalho da Emater e cobrando resultados.
SAFRA E COLHEITA DO CAFÉ - O técnico informou que há cerca de dois meses, a Emater vem fazendo diagnósticos e fazendo o encaminhamento das informações ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Desta forma, é possível dizer que a produção cafeeira será de meio porte, com menos rentabilidade. Mas observa que, quem fez as adubações de forma correta e análise do solo, deverá contar com uma lavoura altamente produtiva. Esclarece que, desta forma, o cafeicultor mantém a produção média e sempre alcança lucro na sua atividade.
Marquinho destacou a parceria entre a prefeitura e Instituto Federal na análise de solo. Através desta parceria, o custo para o produtor cai de 22 para apenas 7 reais. Por fim, a Emater faz a leitura agronômica desta análise e presta as orientações necessárias (sem custo para o produto) para a correta adubação.
O profissional ainda comentou que o excesso de chuvas acabou prejudicando a qualidade do produto e gerando uma baixa no preço. Com o tempo mais estável, a expectativa é a melhor possível quanto a produção e preço da saca do café. “Vamos ter um café de excelente qualidade”, disse. Principalmente, os café de montanhas, acima de 1000 metros. Por fim, a tendência do mercado é de surpresas positivas no preço do café.
Segundo Marquinho, num ano de alta produção, Muzambinho registra uma safra entre 220 a 250 sacas de café. Neste ano, a expectativa deve ficar em 120 mil sacas. Lembrou ainda que a Cooxupé se preparou para receber o café a granel, significando economia e redução de custos ao produtor.
PROJETOS DESENVOLVIDOS - Marquinho citou vários projetos desenvolvidos em bairros da zona rural de Muzambinho, sempre valorizando as parcerias efetivas.
Na comunidade da Cachoeira do Cambuí, através do seu presidente Paulo Geovani e esposa Cláudia, foi firmada uma parceria com a Eletrobrás e prefeitura municipal de Muzambinho. A Eletrobrás possibilitou a aquisição de secador, beneficiador e lavador de café. Prefeitura e comunidade construíram um galpão para abrigar a estrutura. Por fim, a própria comunidade administra o empreendimento com total excelência. Já a Cemig fez a doação de transformador, oferecendo assim suporte para as máquinas.
No bairro Ponte Preta, um prédio do estado foi repassado para a prefeitura e hoje abriga dois tanques de expansão de leite. O local foi cercado, oferecendo segurança nas festas comunitárias e todo projeto.
No bairro São Domingos de Cima, foi inauguração um salão (centro comunitário) com a participação da prefeitura e Emater. Outro projeto com a mesma constituição foi desenvolvido no bairro São Mateus, com destaque para a intenção de implantar um centro de informática.
O técnico destacou que vários outros projetos estão sendo desenvolvidos. No bairro Patrimônio, foi implantado um poço artesiano, atendendo uma antiga expectativa dos moradores. O próximo projeto é a construção de casas dentro da própria comunidade.
QUESTÕES AMBIENTAIS - Indagado a respeito sobre crimes ambientais, o técnico explicou que muitos crimes ambientais poderiam ser evitados por questões simples. Porém, muitas vezes, a legislação se mostra falha justamente pela falta de um estudo técnico. A legislação ambiental é baseada no Código Florestal de 1965, sendo que agora existe polêmica em torno do novo código.
O trabalho desenvolvido pela Emater em Muzambinho demonstra uma preocupação com as questões ambientais. Citou, como exemplo, a Fábrica de Polvilho no bairro rural da Macaúbas, projeto estruturado em todos os aspectos. Tanto no ecológico, quanto econômico. As áreas são cultivadas dentro das normas legais para não provocar erosão, o uso de agrotóxico é minimizado, a água também é reutilizada e a massa da mandioca é utilizada na adubação ou alimentação do gado. “Tudo o que se produz lá não contamina o meio ambiente”, explicou.
Ainda sobre a questão ambiental, Marquinho revelou que o produtor rural está conscientizado e denuncia possíveis casos junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Codema. Com isso, é possível sensibilizar o produtor que está ferindo as questões ambientais, solucionando os problemas locais.
MAIS DE R$ 15 MILHÕES DO PRONAF – O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar é considerado o grande trunfo da agricultura familiar no Brasil. São mais de R$ 18 bilhões de investimentos do governo federal. O programa atende ao pequeno agricultor, de 1 a 128 hectares em quatro módulos fiscais. E que tenha uma renda no café até R$ 220 mil brutos por ano e uma renda líquida até R$ 50 mil. O Banco do Brasil é um grande parceiro no PRONAF. No caso de Muzambinho, Marquinho destacou os profissionais da agência local Sueli e Venancinho, além do gerente Ronaldo.
Marquinho informou que há 10 anos eram investidos apenas R$ 420 mil na agricultura familiar em Muzambinho. Ou seja, o produtor rural tinha a tecnologia, mas não tinha o investimento para o desenvolvimento de sua atividade. Atualmente, são mais de R$ 15 milhões investidos na agricultura familiar. Na linha de custeio, o produtor pode retirar até R$ 56 mil. Na linha de investimento, até R$ 130 mil. Os juros vão de 1% a 4% ao ano. No programa PRONAF MAIS ALIMENTO, destinado à compra de máquinas e equipamentos em todos os setores da agricultura, o juro é de 2% e 3 anos de carência para o início de pagamento. O técnico revelou que não há inadimplência no PRONAF. Valorizou ainda outros aspectos como a dinamização do setor e aumento da qualidade de vida do pequeno produtor.