Publicado em 02/06/2014 - geral - Da Redação
A Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso – Cooparaiso – fecha o mês de maio com resultado positivo superior a R$ 1,5 milhão. Em entrevista aoJornal do Sudoeste, diretores disseram que a cooperativa já vive outro momento, e atribuem essa volta aos trilhos à reestruturação em andamento, iniciada logo após a última assembleia quando foi anunciado seriam implementadas mudanças.
O novo modelo de gestão, conforme explicam não se limita a reduzir custos. Objetiva investir em tecnologia, mas principalmente em capacitação do quadro de colaboradores na matriz e núcleos. Nesse sentido dois cursos já foram proporcionados e a ideia é que todo funcionário seja um agente multiplicador. Em contrapartida, diretores adiantam que a Cooparaiso irá adotar medidas capazes de incentivar o funcionário com remuneração variável e possível participação nos lucros.
As decisões na Cooparaiso neste novo modelo de governança segundo o vice-presidente José Rogério Lara, passaram a ser feitas diariamente de maneira colegiada com a participação de cada departamento. Estratégias a serem adotadas, análise de mercado, entre outros assuntos são analisados conjuntamente.
Na reestruturação optou-se pelo fechamento do núcleo de Espera Feliz, na Zona da Mata mineira. Passam por reformulações os de Guapé, Piumhi, Bom Jesus da Penha e Altinópolis, onde foi estabelecida parceria com armazém preparador de café.
Para diretores, “o maior problema já passou”. Contas estão em dia com fornecedores, produtores e funcionários, e as lojas estocadas, diz José Rogério. No tocante às instituições financeiras, fornecedores de insumos e parceiros na área de máquinas e implementos, para uma adequação ao fluxo de caixa dívidas que tinham vencimento a curto foram “reperfiladas” para médio e longo prazo.
Historicamente, em maio, nos últimos dez anos a Cooparaiso recebeu em média 5.840 sacas de café de produtores para depósito. Neste ano antes mesmo do fechamento do mês já havia recebido em torno de seis mil. “Cooperados têm ressaltado a importância da Cooparaiso como balizadora de mercado de café e insumos, e disponibilizamos ao produtor praticamente todas as marcas”, disse Rogério Araújo.
A meta de recebimento da Cooparaiso em seus armazéns nesta safra é de 1 milhão e 70 mil sacas. A cooperativa disponibiliza 31 colheitadeiras para prestação de serviço que devem ser agendados. O produtor terá até setembro para quitar o custo das horas de máquina. “A partir do momento em que café passa a ser transportado da propriedade do cooperado para os armazéns da Cooparaiso, já está cem por cento segurado, livre do risco de furtos ou assaltos”, salientam.
PREÇO E PERSPECTIVAS
A quebra da atual safra segundo Marlon Braga Petrus, do departamento de comercialização da Cooparaiso, é mesmo de 20% atribuída a escassez de chuvas. Para tirar dúvidas e incertezas do comportamento climático nos próximos dias a Cooparaiso promove palestra com especialistas da Somar Meteorologia.
Marlon explica que a oscilação diária observada no preço do café nos últimos dias é entendida como normal. Ressalta, no entanto que a frente fria é preocupante, “e qualquer evento capaz de atrapalhar a safra 2014/2015” pode sinalizar tendência de alta de preço.
No mercado internacional, enquanto os Estados Unidos estão abastecidos de café países europeus teriam estoque para quatro meses. Não se pode perder de vista, entretanto, que com a quebra de safra brasileira pelo menos 9 milhões de sacas deixarão de ser comercializadas.
Fonte: Nelson Duarte – Jornal Sudoeste - SAO SEBASTIAO DO PARAISO