Publicado em 04/07/2012 - geral - Da Redação
Workshop realizado com o corpo técnico da cooperativa desenvolveu temas como reutilização de água na lavoura, adubos inteligentes e agricultura de precisão
Menos água e mais recurso na produção do Cereja Descascado
Entre as diversas palestras realizadas pelo Workshop estava a de “Reutilização da água residuária no processamento de café”. Ministrada por uma equipe de pesquisadores da Embrapa Café, além da palestra, agrônomos e cooperados da COOXUPÉ puderam acompanhar o funcionamento do SLAR – projeto desenvolvido pela equipe que reutiliza a água utilizada no processamento do Cereja Descascado por, pelo menos, três vezes, gerando economia no processo.
Segundo Sammy Fernandes, um dos responsáveis pelo projeto, a técnica é fácil de ser aplicada pelos produtores e, além de reutilizar a água, diminuindo drasticamente o consumo (em alguns casos até 90%), a água residuária não precisa ser descartada, podendo ser aproveitada pelo produtor para irrigação da lavoura. “É um projeto viável – fácil e barato – e que pode ser utilizado por pequenos e grandes produtores. A técnica é tão simples que, assim que o produtor tiver conhecimento, ele poderá criar um outro projeto, inspirado no que desenvolvemos, e aperfeiçoá-lo”, conta.
A demonstração do SLAR aconteceu na Fazenda São Joaquim, que utiliza um processo parecido para reutilizar a água utilizada na lavagem do Cereja descasado. Segundo o produtor e cooperado da COOXUPÉ, Marcelo Pasqua, a ideia veio depois de algumas viagens e palestras. “Utilizo uma técnica parecida há cerca de 5 anos, mas vou aperfeiçoar o projeto com a demonstração dos pesquisadores”, avalia. Além de aproveitar a água, o produtor utiliza a casca do cereja descascado (retirada no processo) como adubo, misturando com esterco de galinha.
Imitando a floresta
Plantio direto, controle biológico, preparação do solo, entre outras técnicas têm contribuído para uma produção cada vez mais sustentável e sem a utilização de agrotóxicos, inclusive na lavoura de café. Segundo Ferraz, a preparação do solo, por exemplo, passou por uma série de quebra de paradigmas. “Antigamente o cafeicultor, antes de plantar, revirava todo o solo, correndo um grande risco de erosão. Com as novas tecnologias e máquinas apropriadas, o produtor aprendeu a deixar uma camada no solo que protege a raiz das plantas e contribui para uma terra nutrida”, analisa.
Outra ação modificada neste processo foi o plantio direto, que segue a lógica de uma floresta. “O material orgânico das próprias plantas se transforma em adubo, reduzindo o uso de insumos e controlando processos de erosão”, revela.
As plantas de cobertura também auxiliam as lavouras, através de uma técnica que pode utilizá-las em qualquer momento do ciclo de cultivo do café e com resultados imediatos, combatendo os nematoides, umas das principais pragas do café, e diminuindo o uso de agrotóxicos.
ASCOM