Pagamento das novas artesãs será feito por peça e a projeção é de que diariamente sejam confeccionadas 400 unidades
Detentas do presídio de Caxambu, no Sul de Minas, finalizam, esta semana, um treinamento para a confecção de peças decorativas e utilitárias feitas artesanalmente com fibras sintéticas e voltadas para a exportação.
O curso vai ensinar a técnica de produção de objetos como vasos, floreiras, caixas e cachepots e será ministrado por uma empresa, parceira da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) que instalou uma unidade de trabalho dentro do presídio.
A empresa tem clientes de quase todo o território nacional e exporta para a Argentina, Paraguai, Uruguai e Angola.
“Faltam profissionais qualificados para este tipo de produção, portanto, o mercado precisa e tem plena capacidade de absorver a mão de obra das presas que aprendem aqui a manusear e produzir peças com as fibras sintéticas”, ressalta o diretor comercial da empresa, Jones Aoki Lima.

O pagamento das novas artesãs será feito por peça e a projeção é de que diariamente sejam confeccionadas 400 unidades, de diferentes tamanhos e modelos. “Precisamos completar uma grande remessa que será exportada em breve para Angola. O país utiliza fibras naturais, mas a sintética é uma novidade por lá e a empresa importadora tem renovado os pedidos”, revela Jones Lima.
O gerente de produção do Presídio de Caxambu, Thiago Martins dos Santos, prevê que até o final do ano, as detentas envolvidas neste projeto somem um total de 20. Hoje, são sete.
“Esta é uma das atividades da unidade que tem um papel fundamental na ressocialização. Propicia um retorno financeiro e ainda forma profissionais com possibilidades de contratação a partir da progressão de regime ou cumprimento da pena”, observa Santos.
Novos conhecimentos e capacitação para a uma atividade digna são, para as sete detentas que receberam o treinamento no presídio de Caxambu, os maiores legados do desenvolvimento da atividade.
Débora dos Santos Piauí, 37 anos, diz que é preciso manter a mente sempre ocupada e ressalta a necessidade de concentração para fazer peças perfeitas. “O trabalho vai trazer uma renda extra para a minha família e ainda diminuir minha pena”, lembra Débora.
SEGOV - Assessoria de Imprensa