Fumacê não é a forma ideal de combate aos pernilongos

Nesta época do ano as condições climáticas tem favorecido o aparecimento dos pernilongos em Guaxupé. Com a seca que tem atingido todo o país, a falta de chuva e o baixo nível dos córregos e dos rios e o grande volume de matéria orgânica por eles carreados cria-se um ambiente propício à proliferação de pernilongos, bem como o desaparecimento de seus predadores naturais, ocasionado pela baixa oxigenação da água. Mas a boa notícia é que com o início das chuvas desta semana, os pernilongos tendem a diminuir.  

Apenas as fêmeas de mosquitos são hematófagas, ou seja, elas necessitam de sangue para a maturação dos ovos. As formas imaturas de mosquitos (larva e pupa) são aquáticas. Os mosquitos dos gêneros Anopheles, Aedes e Culex estão envolvidos na transmissão de várias doenças ao homem e a outros animais, entre elas a dengue, a febre amarela e a malária.

.Pernilongos

O mosquito Culex, popularmente conhecido como pernilongo, incomoda, irrita e faz com que noites mal dormidas interfiram na qualidade de vida das pessoas. Já o Aedes (Aegypti e Albopictus), entretanto, pode transmitir o vírus da Dengue e da Febre Chikungunya, entre outros, quando estiver infectado. Ao picar uma pessoa doente, o Aedes adquire o vírus, que se multiplica em seu organismo e depois o transmite a outras pessoas por meio de sua picada.

Uso do fumacê

Cientistas observam que o uso do fumacê com frequência pode resultar em um efeito inverso e, em vez de eliminar o mosquito, pode contribuir para que ele fique resistente à ação do veneno e, com isso, se torne ainda mais difícil o combate aos vetores da doença.

“A utilização do carro fumacê só é indicada em localidades onde existe alto índice de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, ou de Aedes albopictus, transmissor da Febre Chikungunya, com casos notificados, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, o que não acontece em Guaxupé”, explica Marcelo Pedroza, diretor da Vigilância em Saúde.

“O fumacê atinge a população de insetos em sua totalidade, podendo provocar desequilíbrio do ecossistema afastando assim os pássaros por um bom período e, principalmente, pode tornar a população de Aedes aegypti resistente à ação do inseticida, tornando-o menos eficaz em caso de epidemia de Dengue”, acrescenta Marcelo.

O uso indiscriminado do fumacê pode ainda causar outros danos ao meio ambiente, com a morte de insetos polinizadores, como abelhas e borboletas e predadores naturais.  O fumacê tem, ainda, eficácia limitada porque o veneno elimina somente os mosquitos adultos, não atingindo os ovos e larvas.

Índice de Infestação

Dados do último LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti) realizado pelos Agentes de Controle da Dengue, no dia 22 de Outubro, mostrou que dos 891 imóveis vistoriados apenas 01 apresentou focos do Aedes. Isso representa um Índice de Infestação de 0,1 %, o que é muito baixo.

Como a população pode contribuir para reduzir o aparecimento de pernilongos

O pernilongo faz sua desova em criadouros com água parada e composta de matéria orgânica como fossas, valas, charcos, poças entre outros, sendo que somente em casos esporádicos utiliza-se de água limpa. A prevenção, então, se faz com a limpeza e cobertura desses criadouros, mantendo, também, os quintais livres de qualquer objeto capaz de armazenar água por menor que seja o volume. Com a chegada do período chuvoso, a situação dos pernilongos tende a se normalizar.

FONTE: ASCOM