Publicado em 17/05/2018 - geral - Da Redação
Ações do Governo de Minas Gerais, por
meio do Indi, facilitam intercâmbio e negócios entre empresários mineiros e de
outros países em missões internacionais para participação em feiras mundiais
de alimentos e bebidas
Em
qualquer cidade que alguém visite em Minas Gerais uma característica comum
e marcante – porque agrada paladares de todo tipo – é a mesa farta de
comidas típicas. As famosas combinações do pão de
queijo com café, da goiabada com queijo, os doces de frutas e de leite, as
geleias e as receitas “de quintal” - frango caipira com quiabo, taioba,
ora-pro-nóbis, couve com angu, torresmo, entre outras - são infalíveis: água na
boca na certa.
Com
o objetivo de projetar para além das nossas fronteiras nacionais, de forma
consistente, esse traço indissociável da identidade cultural de Minas,
a Agência de Promoção
de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi) vem
realizando missões no exterior, que têm o intuito de exportar a gastronomia mineira.
Hoje é uma ação de Governo, dentro do programa +Gastronomia, criado na gestão
atual.
Foram
nessas expedições internacionais que Davi Charbel levou o nome do Café Salomão,
da cidade de Manhuaçu, no Território Caparaó, para a Ásia e Europa, no ano
passado (2017).
O
sócio proprietário da empresa cafeicultora participou das missões
internacionais organizadas pelo Indi, que levaram empresários da
gastronomia, produtores de bebidas e alimentos, além de chefs de cozinha,
para duas das maiores feiras do ramo no mundo: Sial, na China, e Anuga, na
Alemanha.
“Levei
os cafés especiais no intuito de promover a exportação desse produto com valor
agregado. Foram viagens muito frutíferas, pois nos colocaram em contato com os
grandes importadores de alimentos e bebidas do mundo. A função do Indi, como
ponte, é extremamente facilitadora para negociações, uma vez que a instância do
poder público é como uma chancela da qualidade dos nossos produtos”, ressalta
Davi Charbel.
As
missões são divididas em duas etapas: uma com foco profissional, nas feiras e
rodadas de negócios; outra nos jantares, onde os chefs é que estão em
evidência. Nestes encontros, para valorizar os produtos levados pela comitiva,
são eles os ingredientes dos pratos servidos.
Davi
Charbel destaca também outro destino importante da expedição, em Amsterdã,
Holanda. Lá, a viagem serviu para conhecer a infraestrutura logística da
Holanda no tocante à importação de alimentos e bebidas. O país europeu é como
se fosse a porta de entrada do continente, e apresenta, ao mesmo tempo, pouca
burocracia e segurança.
A
comitiva visitou as universidades holandesas que se dedicam fortemente à
pesquisa e desenvolvimento no setor de alimentos e bebidas. Há um investimento
amplo do país em segurança alimentar, tecnologia, saúde e nutrição.
“O
processo de internacionalização das empresas é difícil. Especialmente para as
pequenas e médias. Esse tipo de missão, organizada pelo Governo de Minas
Gerais, é um facilitador muito grande para quem pretende exportar, porque
queima etapas, além de um momento de preparação. Nós, empresários, teríamos
muito dificuldade de participar desses eventos sozinhos”, diz Charbel.
A
diretora-presidente do Indi, Cristiane Amaral Serpa, explica o mecanismo de
atuação da Agência nesse sentido. “A gastronomia de Minas Gerais dispensa
introdução. Mas a cadeia produtiva por trás dos nossos sabores é uma fonte
de emprego, renda e orgulho para todos os mineiros. E, por isso, seguindo sua
missão de promover negócios, o Inid vem atuando na divulgação da
gastronomia de Minas Gerais e do seu potencial exportador", diz.
Segundo
Cristiane, tudo é articulado sempre em contato com o grupo coordenador do
+Gastronomia e com a Frente da Gastronomia Mineira. "Compõem um coletivo
de empresários, chefs e apoiadores da gastronomia mineira que trabalham de
forma voluntária e organizada em prol de uma das nossas maiores preciosidades”,
arremata.
Minas
prepara seus territórios para expandir fronteiras
Um
estado que exporta gastronomia precisa também valorizar a cena local, até mesmo
como função preparatória. Por isso, a Codemge dispõe de editais que
valorizam a gastronomia mineira.
Um
deles concede incentivo a festivais gastronômicos, que já em sua quarta
edição destina R$ 1,5 milhão à valorização da gastronomia no estado, por
meio do apoio a 12 eventos nos cinco territórios gastronômicos mineiros ?
Cerrado, Central, Espinhaço, Mantiqueira e Rios.
Já
o edital de apoio a food trucks irá
distribuir R$ 450 mil entre 25 desses empreendimentos. Ao todo, 37 propostas
serão contempladas, e quase R$ 2 milhões serão direcionados ao setor.
O
edital irá apoiar 12 projetos, em duas categorias: Festivais Gastronômicos,
voltada para eventos que já realizaram pelo menos uma edição nos últimos dois
anos, e Novos Eventos, que pretende estimular a criação de novos festivais e
iniciativas pelo estado.
Critérios
como a relação do festival com as tradições regionais, o envolvimento de
produtores locais e a acessibilidade, bem como a capacidade técnica dos
organizadores, serão levados em conta na avaliação das propostas.
A
importância dos festivais gastronômicos como potencializadores do turismo em
Minas Gerais é evidente. Segundo levantamento da Secretaria de Estado de
Turismo, a gastronomia é o principal elemento associado ao estado por 29% dos
visitantes que passam por Minas Gerais.
Assim,
investir em gastronomia é capitalizar esse forte elemento cultural e
transformá-lo em experiências inigualáveis. Além de atrair turistas, os
festivais catalisam um movimento de profissionalização da gestão cultural e dos
setores ligados à gastronomia nas cidades participantes.
O
Governo de Minas Gerais já realizou três edições da iniciativa, totalizando
mais de R$ 3 milhões destinados à gastronomia mineira. Foram beneficiados 25
municípios, em 12 dos 17 territórios de desenvolvimento. Os eventos
contemplados na quarta edição serão realizados ao longo de 2018.
Já
no edital para proprietários de food trucks, 25 empreendimentos da Região
Metropolitana de Belo Horizonte serão contemplados com R$ 18 mil cada, a serem
repassados ao longo de 12 meses, que poderão ser usados em ações de manutenção
dos trucks.
Todos
os participantes deverão oferecer ao menos uma opção de prato típico ou produto
característico de Minas Gerais e detalhar no projeto sua relação com a
culinária mineira.
A
nova modalidade apoia diretamente pequenos empreendedores da gastronomia e um
formato de experiência gastronômica inovador, que tem ganhado cada vez mais
espaço entre os consumidores.
+Gastronomia
Lançado
em maio deste ano pelo governador Fernando Pimentel, o +Gastronomia envolve
diversas instâncias da administração estadual para, em conjunto com a sociedade
civil e a iniciativa privada, fomentar e valorizar a cadeia produtiva da
gastronomia, reconhecendo-a como setor estratégico para o desenvolvimento
sustentável de Minas Gerais.
A
política tem por objetivo orientar as ações de Governo voltadas ao
fortalecimento da gastronomia mineira e de toda a sua cadeia produtiva:
segmentos da produção de insumos, de abastecimento e armazenamento, de
comércio, de indústria e de serviços.
Além da geração de emprego e renda, o +Gastronomia se pauta pela preservação das tradições gastronômicas, pelo reforço da identidade local e do senso de comunidade e pela busca da sustentabilidade socioeconômica e ambiental.