Publicado em 11/09/2014 - geral - Da Redação
Um jornal ligado à oposição conhecido por ser o mais antigo da Venezuela anunciou na quarta-feira (10/09/2014) a suspensão de sua circulação impressa alegando dificuldades de importar papel e outros insumos por causa do controle cambial imposto pelo governo central.
Sem citar nominalmente o presidente Nicolas Maduro, o “El Impulso” acusou o governo de bloquear seu acesso aos dólares necessários para adquirir bobinas de papel e outros equipamentos importados usado na impressão do jornal.
O Estado venezuelano centraliza e regula com mão de ferro a disponibilidade de divisas para empresas envolvidas, incluindo alimentos e remédios.
Nos últimos meses, três dos principais veículos de mídia (os jornais, “Últimas Notícias”, “El Universal” e a TV Globovision) foram vendidos a grupos supostamente ligados ao governo.
Enquanto aumenta a pressão sobre veículos privados, o presidente Maduro recentemente anunciou que dois novos jornais governistas serão criados.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) disse que a liberdade de imprensa na Venezuela vive suas horas mais tristes, já que o governo anuncia novos meios de comunicação para seu “aparato de propaganda” enquanto fecha “meios de imprensa privados independentes.”
As críticas foram engrossadas por várias lideranças oposicionistas, como a deputada cassada María Corina Machado e Henri Falcón, governador do Estado de Lara, onde circula o “El Impulso.”
O governo alega que imprensa privada conspira contra a revolução socialista implantada no país com a chegada ao poder de Hugo Chávez, em 1999.
Partidários do chavismo lembram que Pedro Carmona, catapultado à Presidência durante algumas horas durante o fracassado golpe contra Chávez, em 2002, é neto fundador do “El Impulso.