Publicado em 11/01/2013 - geral - Da Redação
Um artigo publicado por Sergio Dávila na Folha de São Paulo mostra que nunca se leu tanto jornal no Brasil. O texto é de 2011 e traz números do IBOPE e do Instituto Verificador de Circulação (IVC), que mostram uma circulação média de 4,4 milhões de exemplares por dia no início daquele ano. Um recorde nos últimos 50 anos, quando teve inicio a série do IVC. Incluindo não afiliados, o total passaria para 8,4 milhões de acordo com a associação Nacional de Jornais (ANJ). Mas o volume de leitores é ainda maior.
Se entre três e cinco pessoas leem um exemplar de jornal, como calcula o mercado publicitário, estamos falando de 25 milhões a 42 milhões de leitores. Em um universo de 157 milhões de alfabetizados não é pouca coisa. No mínimo, um em seis brasileiros aptos a ler folheiam um jornal, de papel, sem contar os que acessam os sites desses mesmos títulos.
O que Sergio discute nesse artigo é o modelo de negócio da mídia dita “tradicional”. Ele traça um paralelo entre o que o IBOPE coloca como expectadores de um programa de TV e leitores de jornal. Para o IBOPE um ponto de audiência no que chama de Painel Nacional de Televisão- as 14 praças aferidas regularmente pelo instituto no país- equivale a 577 mil indivíduos. Na comparação do autor do artigo, juntos, os leitores de jornal no Brasil equivaleriam à audiência de um programa de TV, no mínimo, com 43 pontos. Seria o campeão de audiência.
Sergio faz uma comparação nacional, mas se olharmos para o interior os jornais locais ganham um espaço ainda maior. O número de pessoas no interior que assinam o jornal local é bem maior do que as que assinam os jornais de circulação nacional. Em uma cidade pequena, o interesse pelos assuntos da região são maiores do que pelo que é notícia no país e pode ser acompanhado em outras mídias. O jornal regional atrai leitores na busca de informação local de qualidade.
Se nacionalmente o jornal impresso é campeão de audiência, no interior ele ganha ainda mais destaque. Além de estar presente nas casas das pessoas, um exemplar passa pelas mãos de um número ainda maior de leitores, que estão interessados nos assuntos locais e regionais e também comentam e mostram para os amigos.
Os números apresentados contrariam a previsão alarmista que diz que o jornal de papel vai acabar. Eles apontam uma busca cada vez maior pela leitura do jornal impresso. O modelo de jornalismo exercido na mídia impressa, com apuração detalhada e informação completa, jamais perderá seu espaço. O fim do jornalismo independente e de papel está bem mais longe do que prevê os analistas.