Publicado em 18/04/2018 - geral - Da Redação
Consequência da queda da Selic,
redução é maior que a praticada pelos bancos, que não ultrapassa 15%
Na contramão dos bancos, que não reduziram suas taxas de crédito
de modo significativo, as cooperativas de crédito vêm diminuindo seus juros com
a redução da taxa Selic. De outubro de 2016 até hoje, a Selic teve uma queda de
54%, atingindo o menor nível desde sua criação. Neste mesmo período, os bancos
reduziram em apenas 15,09% a taxa média cobrada no crédito ao consumidor, que
hoje é de 132,91% ao ano, segundo a Associação Nacional de Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Por outro lado, nas cooperativas mineiras do Sicoob a redução
ficou entre 40 e 50%, variando de acordo com a segmentação e as operações de
cada instituição. “As cooperativas de crédito já contam com taxas mais
atrativas em relação ao mercado. Com a queda da Selic, caem também os juros do
crédito”, pontua Cleyton Antônio Alves, gerente de apoio a negócios do Sicoob
Central Crediminas.
De acordo com Cleyton, os juros mais atrativos são importantes
no atual cenário econômico: “Para o cooperado, fica mais fácil aproveitar o
momento de retomada da economia. Com taxas mais interessantes, ele pode
investir e ter mais acesso a mais recursos. A exemplo disso temos o cheque
especial e o limite do crédito pré-aprovado em que nossas taxas estão em torno
de 4 a 5% ao ano, enquanto nos bancos tradicionais chegam a 10%, ao acumular
durante um ano há a diferença de 200%, aproximadamente”.
Durante a queda da Selic, o Sicoob Credijequitinhonha teve
reduções em quase todas as modalidades de crédito. A máxima do crédito rotativo
caiu de 3,65% para 2,11% ao mês, um encolhimento de 42% em relação ao período
de alta dos juros básicos. “Desde 2016, temos reduzido nossas taxas em
percentuais próximos ao das quedas da Selic”, conta Adalberto Campos, gerente
de negócios da cooperativa.
“Devido ao excesso de liquidez da cooperativa e à perspectiva de
melhoria da economia neste ano, em janeiro fizemos uma redução de 25 a 40% em
quase todas as modalidades de crédito”, revela Adalberto. Referência no Vale do
Jequitinhonha, a instituição conta com cinco agências espalhadas pela região e,
no início do ano, inaugurou um ponto de atendimento em Belo Horizonte, no Barro
Preto.
Outra cooperativa que tem acompanhado a queda da Selic é a
Sicoob Credifiemg, que diminuiu sua taxa de juros em mais de 30%. Com foco em
pessoa jurídica, a instituição começou a diminuir suas taxas
de operações pré-fixadas na segunda metade de 2017, alterando também seu
spread, que é o custo do dinheiro para a cooperativa e o quanto ela cobra para
o associado na operação de crédito.
“Na cooperativa, a maioria das operações de crédito é indexada
ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que permaneceu o mesmo nos
períodos de alta da Selic. À medida que ela foi caindo, também reduzimos nossas
taxas de juros”, explica Márcio Mikio, diretor executivo de administração e
mercado do Sicoob Credifiemg.
Impacto nos negócios
Como associado de uma cooperativa de crédito, Ivan Ávila, de 51
anos, conta que percebeu o impacto da queda da Selic em seu negócio. “Com a
caída dos juros, as taxas também diminuíram de forma significativa na
cooperativa, na qual sou associado como pessoa física e jurídica”, afirma o
empresário.
Há três anos, Ivan se tornou proprietário do Interlagos Hotel,
tradicional pousada localizada em Guapé, município do sul do estado. Desde que
assumiu o negócio, tem realizado várias reformas em sua estrutura, com
remodelações nos apartamentos, refeitório e área de lazer.
Ivan conta que o principal diferencial da cooperativa de
crédito, além de preços e taxas mais justos, é o atendimento.
“Eu criei um vínculo de confiança muito forte com a instituição. Sempre que
preciso pegar um empréstimo ou fazer alguma operação, eles instruem e mostram a
opção mais adequada”, comenta.
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