Publicado em 16/04/2020 - geral - Da Redação
Mais de 100 mil unidades do artigo já
foram confeccionadas por 350 detentos envolvidos na tarefa
Até agora, 30 unidades
prisionais e mais de 350 detentos, utilizando aproximadamente 170 máquinas
estão envolvidos na missão. O produto final é destinado às forças de segurança
do Estado, secretarias municipais de saúde e hospitais, servidores e
custodiados do sistema prisional.
Produtividade
O incremento da
produtividade foi possível graças à compra de 165 mil metros de tecido TNT,
pelo Governo de Minas,
no início do mês de abril. Os insumos obtidos pelo Estado são suficientes para
a fabricação de 2 milhões de máscaras.
Vale frisar que não apenas
quem recebe o equipamento de proteção individual é beneficiado. Também os que
estão na linha de produção ganham oportunidade de ressocialização, por meio da
colaboração com a saúde pública, além de vantagem da remição de pena pelos serviços
prestados. Três dias trabalhados significam um a menos na condenação.
Região Metropolitana
Na RMBH, quatro unidades
prisionais participam da produção de máscaras até o momento. Uma delas é o
Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH), localizado em Contagem. Na
unidade, 45 detentos trabalham em 17 máquinas e têm entregado entre 1 mil e 2
mil máscaras diariamente.
Antes da atividade diária,
os internos do Complexo Nelson Hungria passam por reuniões de preparação, em
que são discutidas normas de higiene e assepsia, desinfecção dos materiais e
uso dos equipamentos de proteção individual (EPI). O uniforme utilizado durante
a fabricação, por exemplo, é distinto daquele dos pavilhões e higienizado a
cada expediente.
Conforme o diretor de
atendimento e ressocialização do complexo, Uri Ribeiro, a atuação dos
custodiados vem superando as expectativas. "Desde a preparação do espaço
conversamos com eles sobre a relevância de prevenir o contágio pelo vírus e a
importância do trabalho desenvolvido aqui", afirma.
O interno Sérgio Lages, de
36 anos, conta que já trabalhou no complexo penitenciário diversas vezes, mas
considera esta atividade é diferente, mais importante. “Acompanhamos pela TV
que muita gente está precisando das máscaras, então nos sentimos úteis e
solidários. Quem se comprometeu com a produção está feliz por trabalhar nesta
causa", relata.
Interior
O Complexo Penitenciário de
Ponte Nova, na Zona da Mata, foi um dos pioneiros na confecção, iniciada no fim
de março, a partir de doações. Desde então,13 internos cortam, montam, costuram
e esterilizam uma média de 700 máscaras por dia. O produto é destinado a dois
hospitais do município, Arnaldo Gavazza Filho e Nossa Senhora das Dores.
A custodiada Tatiana Sabino,
de 35 anos, fala sobre a satisfação em produzir máscaras para as casas de Saúde
da cidade. “Se depender de mim, quero render ainda mais para ajudar a todas as
pessoas que necessitam de máscaras lá fora”, acrescenta. Diretora de
atendimento da unidade, Aline Araújo destaca a causa. “Tamanho
contentamento deve-se ao teor do trabalho e representa um retorno das pessoas
privadas de liberdade para a sociedade”.
No Presídio de São João
del-Rei, na região Central, a operação também começou com donativos e, desde o
dia 6/4, prossegue com o material fornecido pelo Governo de Minas. O detento
Glauber Marques, de 34 anos, destaca o efeito da atividade solidária.
"Esse desempenho aumenta nossa autoestima e redobra a vontade de sermos
ressocializados. Estamos contribuindo para o mundo sair desse caos",
explica.
Não à toa, o diretor da 13ª
Região Integrada de Segurança Pública (Risp), na qual o município de São João
del-Rei está inserido, Emanuel Assunção, relata uma melhora no comportamento
dos detentos empenhados na função. "Presos que trabalham se sentem,
normalmente, valorizados. Quando ajudam a comunidade, em uma situação de crise
como esta, o sentimento de valorização é três vezes maior", defende.
Socioeducativo
O Centro Socioeducativo de
Sete Lagoas, na região Central, que custodia adolescentes que cometeram atos
infracionais, é o primeiro a cooperar com a confecção de máscaras. Para isso,
uma dependência passou por limpeza, adaptação e pintura, com a participação dos
jovens. A unidade recebeu uma porção do tecido comprado pelo Estado e quatro
máquinas.
Duas servidoras com
experiência em costura capacitaram seis jovens. O aprendizado está sendo
colocado em prática nesta semana. A estimativa inicial é de 150 itens
produzidos por dia. Para o diretor-geral, Pedro Ruano, o número deve aumentar.
“O mais importante, agora, é que os meninos se envolvam com a proposta”, diz.
SEGOV