MUZAMBINHENSE AUSENTE: Wellington Júnior, profissional com padrão Globo de qualidade

A coluna já destacou grandes nomes muzambinhenses na área da comunicação. Mas como a “terra é fértil” neste segmento profissional, destaque nesta semana para Wellington Júnior. Jornalista, profissional de rádio e TV em São Paulo. Hoje, considerado um dos maiores Mestres de Cerimônias do Brasil.

Wellington Júnior nasceu em Muzambinho. Seu avô Alfredo Tomás de Oliveira trabalhava nos Correios e por este motivo passou por várias cidades. Seu pai, o conceituado Prof. Wellington de Oliveira, nasceu em Alpinópolis, mas construiu praticamente toda sua vida em Muzambinho. 

INÍCIO EM MUZAMBINHO - Wellington Júnior conta que admirava os grandes locutores e jornalistas das emissoras de rádio e TV no Rio de Janeiro e São Paulo. Na relojoaria de seu pai, ouvia rádio o dia todo. Com isso, começou a falar nas missas, quermesses, Clube Recreativo e serviço de alto falante do colégio. Incentivado pelas pessoas, por volta dos 14 ano de idade, trabalhou na antiga Rádio Continental, emissora clandestina e que funcionava em horários “alternativos”. Lembra colegas como Paulista, Áureo Augusto, Milton Neves, Regis Policarpo, José Antônio, Edson Dino, Willian Peres e o próprio Benedito Dino. Wellington lembra que todos trabalhavam por idealismo e usava os discos de Ana Maria Gaspar. Porém, reconhece que a experiência foi uma “grande escola”. 

EM SÃO PAULO - Na época, os jovens estudantes tinham duas alternativas: Belo Horizonte ou São Paulo. Wellington decidiu pela capital paulista, onde morou numa república junto com outros muzambinhenses como Esquilo, Romarinho, Marcos, Rovilson, Guilherme, Teo, Totonho Podestá, Quilinho e outros. Concluiu o curso superior em Letras e participou de testes em emissoras de rádio em São Paulo. Brinca ao lembrar que demorou um pouco para perder o “sotaque mineiro”. 

PRIMEIRAS PALAVRAS NO RÁDIO - Sem espaço nas poucas emissoras de rádio da época, o muzambinhenses trabalho em agência bancária e companhia de energia elétrica. Somente depois de quatro anos, conseguiu o primeiro emprego numa emissora de rádio em São Paulo. Isto ocorreu por três dias na Rádio Marconi durante as madrugadas, sendo obrigado a deixar a função pela falta do diploma de jornalista.

Depois, surgiu uma oportunidade na Rádio Excelsior, do Sistema Globo de Rádio, que era da Rede Globo de Televisão. O curioso é que participava de um programa apenas “falando a hora”. Depois, passou a anunciar as músicas. Por fim, assumiu o seu próprio programa “gravado” e das 2 às 6 horas da manhã. Como a máquina de gravação quebrou, passou a fazer o programa ao vivo.

10 ANOS NA TV GLOBO - Na sequência, em 1974, surgiu a oportunidade para trabalhar na TV Globo como locutor de chamadas, mas não foi aprovado no teste. Mesmo assim, aceitou a proposta para trabalhar com João Leite Neto, fazendo reportagens. Depois, durante seis meses, apresentou o Jornal Hoje, seguindo apresentando o SPTV e Globo Rural. Ao mesmo tempo, durante dez anos, trabalhou simultaneamente na TV Globo e Rádio Excelsior. Aceitando conselho de um diretor, frequentou e concluiu o curso de jornalismo.

NOVOS RUMOS - Depois, Wellington Júnior recebeu uma proposta para trabalhar na Rádio Jovem Pan, passando a apresentar o famoso “Show da Manhã”. Como havia rivalidade entre TV Globo e Jovem Pan, acabou pedindo demissão da Globo. Na sequência, trabalhou na Rádio Jovem Pan, TV Record (2 anos) e TV Manchete (3 anos).

Wellington Júnior trabalhou por oito anos como Mestre de Cerimônias no Palácio do Governo de São Paulo, cargo hoje ocupado há 19 anos por outro muzambinhense (Marcus Vinícius Salomão). Assim, apresentou grandes eventos e chefes de Estado de muitos países. Na época, aprendeu muito em termos de “precedência” nos cerimoniais. Hoje, atua como Mestre de Cerimônias de grandes empresas de São Paulo e em todo o país. Vale destacar ainda que Wellington Júnior colocou sua voz na novela “Maria Esperança”, que terminou recentemente a reprise no SBT. 

AMIZADE COM MILTON NEVES - Wellington Júnior revelou uma grande amizade com o jornalista muzambinhenses Milton Neves (Rádio e TV Bandeirantes). “Crescemos juntos, estudamos juntos e namoramos juntos”, disse. Lembrou amigos inseparáveis como Milton Neves, André Luiz Modesto de Azevedo, Rui Evilásio Rodrigues, João Batista Benetti e Cláudio Portugal. “Em São Paulo, o Milton Neves é um profissional brilhante. Para mim, ele é o melhor apresentador do rádio esportivo do Brasil. Melhor que ele, não tem”, falou.

Milton Neves participou por telefone, direto de São Paulo, da entrevista com Wellington Júnior no programa “Edição de Sábado”, produzido e apresentado pela equipe deste semanário na Rádio do Povo AM de Muzambinho.