Publicado em 22/09/2019 e atualizado em 20/09/2019 - geral - Da Redação
Ação da Secretaria de Desenvolvimento
Social promove inclusão e conhecimento para os alunos
A
Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), por meio da
Subsecretaria de Esportes, realizou, na quinta-feira (19/9) oficinas de
esporte adaptado para alunos da Escola Municipal Padre Machado e da Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Brumadinho. O evento, que foi
realizado em conjunto com Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e contou com o
apoio da Associação Mineira do Paradesporto (AMparadesporto), teve objetivo de
promover o esporte para pessoas com deficiência, além de proporcionar a
vivência nas modalidades paralímpicas por alunos com e sem deficiência,
auxiliando no processo de inclusão na escola e no município.
A
praticante de Atletismo e medalhista de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de
Lima 2019, Izabela Campos, esteve presente e fez uma palestra motivacional para
os alunos. Ela, que é deficiente visual, é uma das atletas contempladas pelo
Programa Bolsa-Atleta e Bolsa-Técnico, que reforça a política de valorização do
esporte praticada pela Sedese. “Foi muito legal levar para os alunos a vivência
no movimento paralímpico porque muita gente não tem o conhecimento do que é
esporte paraolímpico. Ver esse trabalho me deixou muito feliz, além de mais
confiante de que os atletas que virão no futuro terão um conhecimento a mais do
que eu tive no início”, conta.
De
acordo com a atleta, a conscientização dos alunos é algo muito válido, não só
pelo ato em si, mas também para o brio das pessoas com deficiência. “Acho
bacana desconstruir o preconceito que ainda existe de achar que o deficiente
não pode ter uma vida social, que ele deve ficar em casa, escondido. É legal
mostrar, tanto para a família quanto para a sociedade e para o deficiente que a
gente pode, faz e acontece. A deficiência não pode ser uma barreira que impeça
a pessoa de sair para o mundo”, afirma.
A
iniciativa chamou a atenção da aluna Amanda de Carvalho, de 15 anos, que falou
sobre a ação na sua escola. “Foi uma experiência da qual eu nunca havia
participado antes, foi interessante ver como é diferente do esporte aprendido
na escola e achei super divertido ver minhas dificuldades e facilidades dentro
dessa modalidade”, conta ela, que participou da oficina de vôlei sentado.
Segundo
Amanda, compreender como as pessoas com deficiência vivem, para que a inclusão
possa ser completa, é essencial. "Foi espetacular entender como eles
participam de tudo. Talvez por não termos convivência, desconhecemos que
existem coisas como essas modalidades e é bom entender como funciona. Fiquei
impressionada”, afirma a aluna, que ainda fala sobre o que aprendeu, além do
vôlei. “Aprendi que não é só porque deixamos de ter como fazer algo com uma
parte do corpo, que somos diferentes e temos que ser isolados. Nós temos muitas
outras partes a serem exploradas, e assim nos espelhamos neles, pessoas com
deficiência, que não têm porque desistir de um sonho, já que somos todos
capazes se tivermos força de vontade”.
Para
Alice Alves, diretora da Escola Padre Machado, as oficinas ensinaram muito aos
alunos.“O benefício é grande para todos, pela conscientização e também para
demonstrar que tudo é possível e que todos podem praticar esportes”, afirma.
Ela conta que na unidade escolar existem alguns alunos com deficiência e
a convivência entre todos sempre foi no sentido de incentivar a inclusão, e
ações como as oficinas fomentam ainda mais a integração. “Foi uma atividade
muito diferente para a escola, tivemos a participação de todos os alunos e isso
mostra que estamos no caminho certo”, comenta a diretora, que ainda completa,
“foi excelente, além de os alunos gostarem muito de práticas esportivas, foi bom
saber e conviver um pouco mais com as modalidades paralímpicas”.
Ações
em escolas estaduais e municipais de Brumadinho são realizadas desde fevereiro.
De acordo com o diretor de Incentivo ao Esporte de Rendimento e de Participação
da Sedese, Samuel Dutra de Souza, a motivação para realizar essa ação social
esportiva se deu após a tragédia ocorrida na cidade, em janeiro deste ano. “Nos
primeiros meses, a temática foi focada na questão lúdica, ou seja, atividades
que traziam mais alegria, movimento, diversão e confraternização. Nesse segundo
semestre o foco é a inclusão”, explica.
As
oficinas dessa quinta-feira tiveram a presença de cerca de 730 alunos e também
o envolvimento de 35 professores da escola. “Nós criamos atividades que podem
ser feitas tanto por alunos com deficiência quanto por aqueles sem deficiência.
Isso foi feito de forma intencional para proporcionar a socialização, o
conhecimento e o respeito entre esses públicos”, completa Samuel.
Investimento
Ações
sociais como a oficina de esporte adaptado fazem parte da política de formação
e rendimento praticada pela Sedese, assim como o Programa Bolsa-Atleta e
Bolsa-Técnico. O programa contribui para a manutenção da carreira dos atletas e
técnicos paralímpicos de alto rendimento, por meio de apoio financeiro, e visa
obter o pleno desenvolvimento esportivo para que eles possam representar o
estado e o país nas principais competições nacionais e internacionais.
Um
exemplo do sucesso desta política foi o desempenho do Brasil nos Jogos
Parapan-Americanos de Lima 2019, onde foram conquistadas 23 medalhas por
atletas contemplados pelo Bolsa-Atleta e Bolsa-Técnico do Estado de Minas
Gerais.
De acordo com a medalhista Izabela Campos, o benefício veio para somar e ajudar em sua vida. “O programa veio para dar um up na minha vida esportiva, pois ele possibilita que eu tenha uma condição melhor de alimentação, que eu consiga comprar os materiais de que necessito e ter uma estrutura melhor. Eu fique mais centrada para treinar e competir, e a gente vê o resultado lá na frente, que é a medalha”.