ONG protetora de animais de Muzambinho é exemplo regional

Há cinco anos, a Associação Protetora de Câes e Gatos Jovina Rocha Prado desenvolve um trabalho digno de reconhecimento e apoio em Muzambinho. Nesta semana, a reportagem esteve no canil e conheceu a ampla atuação da ONG. A presidente Isadora de Matos Teodoro prestou esclarecimentos importantes sobre a estrutura disponível no local, dificuldades enfrentadas e participação da comunidade.

O objetivo inicial da ONG era criar um centro de castração. Porém, de imediato foram verificados muitos casos de mau tratos aos animais. Com isso, surgiu a iniciativa de criação de um canil. Mesmo assim, a função principal é a castração, recebendo somente os animais com ferimentos e animais abandonados pelas ruas da cidade. Após a castração, vacinação e recuperação, os animais permanecem no canil aguardando adoção. Não sendo possível a adoção, os animais permanecem no canil. Alguns deles já estão no canil há mais de quatro anos. Segundo Isadora, muitas pessoas de Muzambinho e região procuram a ONG e efetivam a adoção de animais.

A organização promovida pela ONG muzambinhense pode ser considerado um exemplo bastante positivo. O canil conta com sala de castração, sala de banho, depósito de ração e 23 baias. Todos os animais são cadastrados, contando com uma carteirinha de identificação com as informações pertinentes. O trabalho de castração de animais conta com a ação voluntária do veterinário João Paulo Sanches. Mesmo assim, as lideranças pedem o apoio de outros profissionais da cidade que também possam atuar de forma voluntária.

Pessoas de outras cidades, até mesmo mais distantes, visitam a ONG para conhecer o trabalho e estruturar a ação em seus municípios. Nesta semana, a associação estaria recebendo a visita de uma liderança de Pouso Alegre. Vale informar que órgão responsável de Belo Horizonte já esteve em Muzambinho e aprovou os procedimentos e instalações do canil mantido pela associação. Os profissionais consideraram a ONG muzambinhense referência no trabalho de proteção aos animais devido à organização e estrutura.

Mais de 800 cães já foram castrados durante os cinco anos de existência da associação. Portanto, uma ação muito importante para a proteção dos animais e saúde pública local, evitando um número ainda maior de animais abandonados pelas ruas da cidade. Isadora explica que muitos animais ainda perambulam pelas ruas exatamente pela falta de conscientização das pessoas.

ATUAÇÃO ABRANGENTE - Fernando Campanelli, funcionário do canil, acrescenta que o trabalho da ONG não se restringe ao canil. Isto porque a associação também promove assistência em muitas residências de famílias carentes. Quando acionada, a ONG visita o local e executa procedimentos como castração, vacinação, orientação e outros cuidados. Além disso, mesmo depois da adoção, a ONG faz o acompanhamento dos animais, verificando condições de sobrevivência.

MANUTENÇÃO POR DOAÇÕES - Atualmente, o canil abriga cerca de 180 cães. A manutenção ocorre através de doações feitas pela comunidade de Muzambinho e região. Pessoas contribuem com a doação de ração, medicamentos e até recursos financeiros. Mesmo assim, o trabalho enfrenta dificuldades, sendo necessário complementar a alimentação com outras alternativas. São necessários aproximamente 60 sacos de ração por mês. Portanto, as lideranças convidam a comunidade a conhecer o trabalho e oferecer um apoio mais efetivo. Além de ração e medicamentos, a ONG necessita de material de limpeza.

Está sendo programada para o dia 10 de agosto, a realização de um bazar com roupas para a arrecadação de recursos financeiros. Até porque a manutenção ocorre no limite. Isadora elogiou a ação de membros da diretoria, importante e necessária para que o trabalho tenha continuidade.

MATANÇA DE GATOS - A redação deste semanário vem recebendo inúmeras reclamações denunciando a “matança indiscriminada de gatos” na cidade de Muzambinho. Na última semana, por exemplo, a leitora Ana Paula fez um apelo para que a situação fosse tornada pública. Segundo ela, está havendo o envenenamento de animais, principalmente gatos. Acrescentou que o fato vem sendo verificado por muitas outras pessoas.

Isadora confirmou a situação, revelando que sua gata também foi envenenada. Segundo ela, o problema ocorre principalmente neste período do ano, além do mês de dezembro, época do “cio” dos animais. Indignada com os fatos ocorridos, relata que já buscou apoio junto ao Ministério Público e Polícia Militar. Porém, pouco pode ser feito, justamente por falta de comprovação do ato praticado por alguma pessoa. Ou seja, quem pratica o envenamento, o faz durante a madrugada e de forma que dificulta sua identificação. Com isso, fica difícil fazer qualquer acusação.

Por outro lado, a associação defende uma campanha de conscientização da comunidade. Além disso, a ONG se coloca à disposição para prestar as orientações necessárias. Fernando acrescenta que outra iniciativa importante seria uma maior fiscalização junto às casas agrícolas. Ou seja, identificando as pessoas que adquirem material que possa ser usado na prática. Informa que, em muitas cidades, é proibida a venda deste tipo de produto.

INFORMAÇÕES E APOIO – Mais informações sobre o funcionamento da ONG e formas de apoio podem ser obtidas pelo telefone (35) 9229.6121, com Isadora.