PARA MIM A ROSA é uma rosa

Publicado em 18/05/2016 - geral - Fernando de Miranda Jorge

PARA MIM A ROSA é uma rosa

Uma coisa difícil, para quem não teve amor e respeito na infância, é a tolerância.  Complica todas as coisas. É capaz dos maiores desatinos pelas menores causas. Aquele que não teve infância não ri. E, se ri, é um riso curto, sem graça. E gosta de ser assim. Sem brinquedos. Sem brincar. Assim vivem os pequenos refugiados em regiões de conflito. Nós, os nascidos em cidades pacatas e ordeiras, tivemos infância. E na Jacuí, sem a modernidade de hoje: das ruas barrentas, sem asfalto e calçamentos, de iluminação fraca à noite de quase não reconhecer as pessoas, só de pertinho. Sem movimento automotivo e sem a barulheira e a poluição vigente nos dias atuais. Que infância! Fiz o que sinto saudades e ensinei aos meus filhos. Alguns exemplos? Pois ei-los aí: “nadar em ribeirões de águas turvas, ramas e pedras; pescar lambaris e bagres em companhias de primos e de saudosos amigos; jogar finca e bolinha de gude; rodopiar o pião; fazer barragens nas enxurradas, logo após as tempestades, as quais desciam suavemente nas sarjetas das ruas e ali velejar os barquinhos de papel; rolar arquinho, não é mesmo, Dr. Maurício Ernesto? Empinar pipas ou papagaios, assim chamados, e ainda o salve cadeia. Hoje, gosto de cultivar hortênsias e rosas, porque rosa para mim é uma rosa. “Eu queria ter na vida simplesmente um lugar de mato verde, para plantar e para colher, ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer” Eu queria?!      

Fernando de Miranda Jorge - Acadêmico Correspondente da APC Jacuí/MG E-mail: fmjor31@gmail.com