
A administração municipal de Monte Belo foi destaque durante entrevista com o prefeito Prof. Humberto Fernandes Maciel (PR) e assessor José Luiz (Chefe de Gabinete do Executivo). Depois de superar as dificuldades iniciais, o prefeito manifestou a sua confiança de que o município terá ações positivas, colhendo frutos positivos no presente e, principalmente, no futuro. Segundo ele, o relacionamento com a Câmara de Vereadores está melhorando, passando a entender as situações vividas e acreditando no progresso.
CRÍTICAS SOFRIDAS - Uma enorme polêmica surgiu há alguns meses através de críticas feitas pelo radialista Regis Policarpo Dias atingindo o prefeito Humberto em Monte Belo. A repercussão foi grande, inclusive com manifestações de apoio de familiares e do próprio jornalista Milton Neves.
Indagado a respeito, Humberto garantiu seu respeito ao radialista Regis Policarpo como profissional do jornalismo. Porém, entende que as críticas foram duras. Explicou que sofreu muito nos dois primeiros anos de mandato, devido aos equívocos na parte funcional da prefeitura. Ajustes ainda são necessários em diversas áreas como rodoviária, poliesportivo, creche, etc. “A culpa não era minha, da minha administração ou dos meus assessores, mas do próprio sistema que já deveria ter feito”, justificou. Lembrou que o eleitorado de Monte Belo sempre votou em Aécio Neves e Anastasia, merecendo uma atenção maior do governo de Minas. Cobrou ainda ações de deputados votados no município como Tiago Ulisses e Bonifácio Andrada, além de outros políticos. Em função disso tudo, acredita que a sua administração ficou “atravancada” ou “capenga”. As críticas do “amigo” Regis Policarpo Dias geraram reações de muitas pessoas. Entende que o radialista, por ser de dentro da sua casa, poderia ter ajudado sugerindo ações a serem desenvolvidas no atual governo. “Ele realmente quebrou um pouco do relacionamento que tínhamos, pois foi muito longe”, desabafou. Por fim, observou que a repercussão foi positiva, pois também surgiram manifestações de apoio, comprovando sua popularidade.
Humberto ainda defendeu sua equipe de governo, destacando que a intenção é fazer uma administração com justiça, sem prejuízos para o erário público. Porém, a mudança requer tempo para ser executada. Hoje, os trâmites são mais fáceis, sendo feitas as adequações necessárias.
CONSTRUÇÃO DA RODOVIÁRIA - O arquiteto e assessor José Luiz destacou o projeto de construção da rodoviária. Observou que Monte Belo é a única cidade da região que ainda não conta com este benefício. Assim, fez a doação do projeto da rodoviária para a administração municipal, que passou a buscar os recursos necessários. O deputado federal Odair Cunha (PT) viabilizou verba de R$ 170 mil, cabendo uma contrapartida do município, pois a obra foi licitada em R$ R$ 234 mil. A obra foi licitada e iniciada no terreno da antiga estação rodoviária, em localização estratégica e de fácil acesso. A expectativa é de conclusão até o final deste ano.
MUDANÇA NO PÁTIO - Em 2003, a administração municipal fez um contrato com uma empresa de laticínios, que se comprometeu a gerar cerca de 30 empregos diretos. Porém, o projeto acabou não sendo concretizado e a área foi retomada para o município. José Luiz ressalta que providências foram tomadas e hoje o local esta sendo utilizado como pátio da prefeitura.
NOVA CRECHE - O município também foi atendido como uma creche do programa Pró-Infância. José Luiz explicou que a administração, desde o seu início, buscou viabilizar o projeto. Finalmente, toda documentação foi aprovada e a licitação esta marcada para o dia 12 de agosto. A obra tem um custo estimado em R$ 1.280.000,00, com contrapartida da prefeitura. A construção danova creche será iniciada em breve.
EXTRAÇÃO DE AREIA - Esta é uma situação que vem gerando transtornos no município. Segundo informações, são mais de 20 dragas atuando e causando prejuízos ao Rio Muzambo. O deputado estadual Pompílio Canavez (PT) ingressou com ação solicitando intervenção do Ministério Público.
José Luiz esclareceu que a atual administração não concedeu nenhuma licença para a atividade. Portanto, as dragas existentes se referem às permissões anteriores. Além disso, são 14 e não 20 dragas existentes. Isto ocorre devido às condições favoráveis do rio, o que não ocorre em outros municípios.
O assessor contou que já esteve por diversas vezes no órgão responsável em Varginha verificando uma possível reversão do quadro vivido. Porém, foi informado da impossibilidade de “barrar a situação” devido à documentação existente. Assim, a administração enviou projeto ao Legislativo visando amenizar o problema e questionando o tempo da licença concedida. Um entrave se refere à normatização dos rios, providência que não cabe ao município, mas ao governo federal. “O município não pode se apoderar dos leitos do rio”, explicou.
O prefeito lamentou a situação, visto que o município também perde receita com a saída de aproximadamente 200 caminhões de areia todos os dias. Mas lembrou que a extração deve ser feita porque a areia é necessária para as construções. Situação que atende muitas cidades da região. Também garantiu que seu governo ainda não concedeu nenhuma licença de exploração. Acredita que a iniciativa do deputado Pompílio poderá ajudar na solução do problema.
ESTRADAS RURAIS - A informação era de que o município seria atendido com recursos de R$ 400 mil, através da SETOP, para a recuperação de estradas e pontes. Humberto esclareceu que ainda não houve o repasse esperado. Confirmou apenas o apoio da Defesa Civil do estado devido aos estragos causados por uma chuva de granizo. Principalmente, na recuperação de casas no bairro da Juréia. O prefeito ainda esclareceu, quanto à verba da SETOP, que não será destinado dinheiro. Ou seja, a própria secretaria estaria executando o serviço no município. A questão ainda não foi definida e esta nas mãos de Danilo de Castro. Diante disso, providências estão sendo tomadas pelo município com recursos próprios, proporcionando a recuperação das estradas rurais. O último passo é a colocação de cascalho. Monte Belo também aguarda a liberação de 03 caminhões, o que poderá dinamizar o serviço.
APOIO POLÍTICO - O prefeito revelou que o município esta recebendo um grande apoio do deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC) e do Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles (DEM). O objetivo é concluir o trabalho de pavimentação de ruas da cidade. Os parlamentares também estão atuando junto às outras secretarias na busca de conquistas para o município.
IMPASSE COM A EMATER - Um impasse surgiu no relacionamento com a Emater local. Mas Humberto esclareceu que não houve o interesse de fechar o escritório local da Emater. Pelo contrário, o desejo sempre foi de permanência da mesma equipe de profissionais, que esta integrada à comunidade. Um deles inclusive, Minoro Shinoda, próximo da aposentadoria. A administração apenas questionou o valor repassado, considerado alto (2% do FPM). Depois de entendimentos com o superintendente Sebastião Braga (Guaxupé), ficou definida a permanência da equipe, mudando apenas o sistema de pagamento através de um valor “fixo”, como ocorre em outras cidades. Um novo impasse surgiu com o pedido da Emater de repasse do percentual de um valor extra de FPM (em torno de R$ 17 mil). A assessoria jurídica da prefeitura se colocou contrária. Mesmo assim, segundo o prefeito, o impasse será superado em breve.
NOVA INDÚSTRIA - A empresa Giro Bem (Mococa/SP) instalou uma filial em Monte Belo, se tornando um pólo de distribuição de material de construção na região do Sul de Minas. A administração apoiou a iniciativa estabelecendo um convênio. Pessoas de Monte Belo participaram de treinamento em Mococa e a empresa deverá entrar em funcionamento já neste mês de agosto. A expectativa é um investimento imediato em torno de R$ 1 milhão, gerando cerca de 40 empregos diretos no município. A administração poderá disponibilizar uma área maior, possibilitando que a empresa amplie suas atividades.
REFORMA DE ESCOLA ESTADUAL - A Escola Estadual João Evangelista foi fechada no município devido às precárias condições do prédio. O prefeito esclareceu que já tentou uma medida alternativa, mas que não foi aceita pela Secretaria de Estado da Educação. Porém, houve a promessa do governo estadual de executar a recuperação necessária. O custo inicial estimado pelo estado gira em torno de R$ 800 mil. Mas as obras não iniciaram até o momento, gerando transtornos no município. Hoje, cerca de 600 alunos estão remanejados na Praça de Esportes. A expectativa é que ocorra uma notícia positiva nos próximos dias a respeito da reforma da escola estadual. “Esta nas mãos do governo, pois só falta a liberação do dinheiro”, disse o prefeito.