Produção da indústria mineira de máquinas cai 20% no ano

Publicado em 05/09/2014 - geral - Da Redação

Fortemente voltada para os setores mineral e siderúrgico, afetados pelo desaquecimento da demanda nacional e mundial, a indústria de bens de capital de Minas Gerais registra queda de 20% no faturamento acumulado de janeiro a julho e aposta na demanda do pré-sal para compensar o pé no freio dos investimentos em minério e aço.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Mecânica do Estado de Minas Gerais (Sindimec), Petrônio Machado Zica, cerca de 10% dos empregos já foram extintos.

“Além disso, as exportações caíram 6%. As demissões já começaram e em 2015 o cenário deve piorar ainda mais”, comenta Zica, destacando que somente os setores de energia e petróleo e gás “estão mais vivos”. 

Segundo levantamento do IBGE, houve recuo na produção de bens de capital no país nos meses de junho (-0,53%) e julho (-083%). No acumulado de 12 meses, a retração é de 0,1%.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq-MG), Marcelo Veneroso, comenta que, devido à forma de funcionamento do setor, os reflexos do baixo desempenho econômico têm efeito de longo prazo.

“O segmento de máquinas é dividido nos setores de seriadas e encomendas. Ambos com prazos diferentes. Como o tempo médio de entrega é de 12 a 14 meses, as encomendas de dezembro do ano que vem já têm que ser vendidas em dezembro desse ano”, explica.

A coordenadora administrativa da TBI Industries, Carolina Costa, conta que, na contramão do mercado, a fabricante de tochas de soldagem – que tem como alvo as indústrias da transformação e naval – deve crescer 30% nesse ano.

“Estamos crescendo porque há espaço no mercado. A indústria naval impulsiona cada vez mais nosso negócio”, diz Carolina, destacando que para 2015 a projeção de crescimento é de 20%. 

“Ainda esse ano, vamos fazer novas contratações para atender à demanda”, conclui.

Fonte: Raul Mariano - Hoje em Dia