Secretário cita erros e avisa que creche não vai funcionar em Muzambinho

Publicado em 20/03/2016 - geral - Da Redação

Secretário cita erros e avisa que creche não vai funcionar em Muzambinho

A construção de creche no bairro Jardim dos Imigrantes continua gerando impasses, divergências e muitas dúvidas em Muzambinho. Os recursos do Pró-Infância foram conquistados na administração do prefeito Marco Regis, sendo que a obra foi iniciada no final do governo Sérgio Esquilo. Porém, já neste final de gestão do prefeito Ivan de Freitas, a obra ainda não foi concluída.

Para o Secretário Municipal de Educação, Leandro Silva Bueno, o local não é próprio para uma creche, apenas reconhecendo o aspecto positivo de proximidade com o bairro. Porém, questiona a terraplanagem executada no local, ação que acabou gerando um enorme barranco e situação de risco para as casas próximas. “O erro já começa por aí”, disse. Em seguida, explicou que a obra ocorre através de convênio entre a prefeitura e o governo federal, como ocorre em quase todo o país. O local foi escolhido, segundo o Secretário, porque não havia nenhuma escola no bairro e diante do número crescente de habitantes no loteamento Jardim dos Imigrantes que estava sendo construído. “Tudo foi feito dentro da legalidade, mas os cuidados não foram tomados”, criticou. Acredita que a terraplanagem ocorreu até atingir o lençol freático.

Leandro relatou que a construção da creche Pró-Infância em Muzambinho ocorre há mais de oito anos. Justificou a demora demasiada citando os trâmites de licitação e criticando a empresa vencedora. “É uma empresa que não tem quase que nenhuma estrutura, poucos recursos e funcionários”, disse. A dificuldade ocorre porque a obra é grande e complexa, envolvendo uma empresa de engenharia com todos os níveis de atendimento. No caso específico, a empresa contratou o serviço por R$ 1.200.633,85. Um valor considerado um verdadeiro absurdo pelo secretário, sendo que foi totalmente pago ao longo dos anos, com a comprovação de execução dos serviços. “A empresa não tem condições de pegar uma obra deste tamanho”, voltou a criticar.

 

MURO DE ARRIMO - O Secretário ainda declarou que “o bonito está saindo feio”. Isto diante da situação de risco com o enorme barranco, podendo sofrer danos e até mesmo atingir as casas próximas. Salienta que a construção do muro de arrimo exige recursos próprios do município, obra considerada totalmente inviável diante do custo estimado em R$ 300 mil. Até porque é difícil retirar recursos do orçamento, sendo que a educação conta com verbas carimbadas. Ou seja, são convênios e programas para a educação. Os 25% do orçamento reservados para a educação são destinados para o pagamento de funcionários, transporte escolar e outras situações. “Na atual conjuntura, não temos R$ 300 mil para fazer aquele muro de arrimo”, observou.

Mesmo declarando que a atual administração herdou o problema do muro de arrimo, Leandro observa que não existe ex-prefeito ou futuro prefeito. Considera que existe uma única máquina, com a obrigatoriedade de progredir e avançar, tendo acontecido erros no passado ou não. “Temos que arcar com as consequências”, disse. Mas voltou a afirmar que, neste momento, a prefeitura não tem nenhuma condição de lidar com o problema. Além do muro de arrimo, acredita que a água continuará gerando problemas no futuro.

Leandro avisou que não haverá condição de inauguração da nova creche no atual governo. Isto por acreditar que a empresa não conseguirá entregar a creche até o final deste ano e dentro do atual mandato. Mesmo em fase avançada, os trabalho de acabamento são complicados. Além disso, mesmo se a empresa conseguir entregar, não haverá autorização para funcionamento da creche no local. “Como cidadão e educador, eu jamais permitiria que uma criança fosse colocada lá”, avisou. E acrescentou: “Não fomos nós os responsáveis por aquilo”. Por fim, confirmou que o atual governo não permitirá o funcionamento da nova creche diante das condições já citadas.

O Secretário informou que o prefeito Ivan de Freitas informou a situação ao Ministério Público. Porém, não tem conhecimento de qualquer resposta ou posicionamento a respeito da referida creche. Apenas recebe cobrança por parte do Ministério da Educação, que nunca questionou qualquer problema. No final, acredita que as casas próximas e sob risco, deverão ser interditadas para evitar graves acidentes.