Publicado em 11/02/2011 - geral - Assessoria de Comunicação
O país perdeu um grande professor, um destacado gestor público e um atuante parlamentar com a morte de Eliseu Resende. A afirmação foi feita pelo presidente do Senado, José Sarney, na quarta-feira (9), na sessão especial do Congresso para reverenciar a memória do mineiro de Oliveira que foi ministro dos Transportes de 1979 a 1982 e teve passagem ainda pelo Ministério da Fazenda. Ele faleceu em 2 de janeiro, aos 81 anos, no exercício de mandato de senador que iria até 2015. Conhecimento e preparo
Em seu primeiro pronunciamento em Plenário desde a posse, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que a perda de Eliseu Resende empobrece o Parlamento. Segundo ele, há uma perda em “inteligência, preparo, experiência e bom senso”. Observou ainda que Eliseu detinha conhecimento poucas vezes comparável da realidade brasileira.
Aécio destacou também a disposição com que o falecido senador trabalhou para conquistar seu último mandato, compondo a chapa em que ele próprio buscava, em 2006, sua reeleição para o governo de Minas. Além disso, relembrou que Eliseu e seu avô, Tancredo Neves, foram adversários políticos - “adversários duros, mas leais”. Eles disputaram o governo de Minas, em 82, eleição em que Tancredo saiu vitorioso, mas então começaram a convergir para o mesmo campo.
- Ali começavam a se tornar concretos os novos contornos da reconquista democrática brasileira. E souberam, Tancredo e ele, com a dimensão que tinham, convergir no momento certo, quando o que estava em jogo eram os interesses de Minas e o interesse do Brasil - comentou Aécio.
Fildaguia
Quando prefeito de Juiz de Fora, pelo antigo MDB, o senador Itamar Franco (PPS-MG) disse que tratou de interesses do município junto ao então diretor-geral do DNER. Apesar das diferenças políticas, observou, Eliseu o atendia com “fidalguia”, acima dos interesses partidários. Itamar Franco leu também a carta em que Eliseu pediu para deixar o Ministério da Fazenda, durante o seu governo. Ele saiu agastado com notícias sobre o uso de uma diária de hotel. Itamar retratou o episódio, que teria obrigado o então ministro a se explicar ao Senado, como exemplo das injustiças que atingem homens públicos.
- Era este documento que eu queria registrar no Senado da República, para que os mais jovens, aqueles que praticamente estão iniciando na vida pública, verifiquem que muitas e muitas vezes nós sofremos injustiças - ressaltou Itamar.
Representando oficialmente o governador Antonio Anastasia, o secretario de Transportes e Obras Públicas de Minas, Carlos Melles – que também preside o Democratas no estado, destacou que o governador havia pedido que transmitisse a importância e a correção de Eliseu como homem público para Minas e ao Brasil e o imenso valor de sua obra para todos os brasileiros. Melles, emocionado, relembrou passagens de Eliseu, lembrou dos familiares e colaboradores do senador. “Além de sua obra nacional, de ser o engenheiro da integração, particularmente sou muito grato ao senador Eliseu, ele me deu a honra de sucedê-lo no comando do Partido em Minas e me fez o deputado federal mais votado em Oliveira, sua terra natal”, disse Melles.
José Alexandre, filho de Eliseu, disse que o Brasil, Minas Gerais e o Senado “perderam um pequeno grande homem”.