Terceirização é causa do aumento de acidentes na Cemig

Publicado em 04/07/2011 - geral - Assessoria de Comunicação

O Sindieletro vem alertando o Governo do Estado, há alguns anos, sobre os mesmos problemas e que a terceirização é a principal causa dos acidentes fatais na Cemig. Em junho de 2009 a reunião ocorreu com o então secretário Sérgio Barroso, atual secretário extraordinário da Copa do Mundo. Na época, Barroso havia determinado que a Cemig, por meio do superintendente de Controle e Gestão Empresarial, Lauro Sérgio Vasconcelos David, abrisse os canais de debate com os representantes dos trabalhadores para discutir as atividades que devem ser primarizadas. Dois anos após a visita oficial, nenhuma reunião foi agendada pela Cemig.
Um novo alerta foi feito para o governo de Minas, em junho de 2010, mas nada foi feito pela Cemig. Em 2011 houve mais duas tentativas de sensibilizar o governo. A diretoria do Sindieletro se reuniu, no dia 14, com a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorotheia Werneck para discutir novamente os acidentes de trabalho, concurso público e a falta de diálogo com os dirigentes.
Problema chega a Audiência Pública na ALMG
O grande número de acidentes  com vítimas fatais provocados pelos terceirizados da Cemig ganhou publicidade com o ocorrido em Bandeira do Sul e chegou à Assembléia Legislativa,  numa audiência pública da Comissão de Minas e Energia, presidida pelo deputado Sávio Souza Cruz. Ao final dos trabalhos, o deputado Sávio fez uma análise do cenário que se estabeleceu em Minas- um estado de exceção. Veja a íntegra de sua fala:
No exercício da Presidência, o papel do mediador sobrepõe ao do opinador, do participante dos debates, mas, vencida a fase dos debates, não poderia deixar de registrar que há um nexo entre aquilo que foi alegado sobre a Energia do Bem e essa blindagem que se quer  promover e se promove em Minas Gerais há muitos anos. À autoria de ambas as coisas responde a senhora Andrea Neves. Há guetos das Alterosas que não só controlam as verbas publicitárias da administração direta, da indireta, das empresas e até da Cemig, que é definida por ela, onde pode por a verba para calar quem ela determina. E assim se movimentam os tentáculos do Estado para promover a blindagem, amordaçar o debate, em prejuízo até do governador Anastasia, que é vítima desse processo, porque não é a ele que se pretende blindar e sim o senador Aécio Neves.
O senador Aécio Neves, que, por intermédio de seu governo e ação específica de sua irmã, promoveu em Minas Gerais um estado de exceção, em que a Assembléia está de joelhos, a ponto de eu propor que esta Casa seja transformada em Assembléia Homologativa por intermédio de Emenda Constitucional, onde o Ministério Público não denuncia as mazelas do Governo, onde a justiça não sentencia contra o Governo e onde a imprensa é absolutamente amordaçada pelo uso abusivo da publicidade oficial.
Essa mentalidade blindadora vem contaminando a base e até algumas empresas  do Governo do Estado, onde é proibido levantar os problemas. É preciso que a gente entenda que o primeiro passo para resolver um problema é reconhecê-lo. É necessário que nós, em Minas Gerais, tenhamos a capacidade de reconhecer os nossos problemas para buscar as soluções.
Nós assistimos hoje a uma grande discussão sobre a incompatibilidade das atividades privadas e públicas do ministro Palocci. Mas vejam! A doutora Andrea tem participação em pelo menos umas dez empresas. Ela determina, inclusive, o aporte de publicidade na rádio dela e ninguém discute nada disso, ninguém pode tocar nesse assunto. O Land Rover  de rádio que, inclusive, recebe dinheiro da Cemig, rádio de sociedade do Sr. Aécio Neves e sua irmã Andrea Neves, em nada disso se pode tocar. Portanto, há um nexo nisso tudo, é a esse processo que se reduziu Minas Gerais e transformou todos os mineiros em meros coadjuvantes de uma campanha permanente de culto à  personalidade, da construção de uma figura pública, fantasiosa, uma campanha permanente e pessoal do Senador Aécio Neves, não se sabe a quê, e isso custeado sempre com dinheiro público e, agora, até com vidas humanas.
Legenda foto: Dep. Savio Souza Cruz presidindo Comissão Minas e Energia