Publicado em 30/10/2019 - inaian-teixeira - Da Redação
Todos já devem ter escutado ao
menos uma vez na vida a seguinte frase: o cachorro é o melhor amigo do homem. E
se eu te dissesse que o cachorro, além de seu amigo, também pode ser seu
psicólogo, médico e até mesmo personal trainer?
Existem diversos estudos
científicos que apontam que, conviver com um animal de estimação, traz consigo inúmeros
benefícios para a saúde. Estes benefícios vão desde uma melhoria da saúde
cardiovascular até melhor bem-estar físico e psicológico geral. Especificamente
para crianças, por estarem frequentemente expostas a alérgenos de animais de
estimação (pelos, saliva, urina, ácaros, proteína da pele, etc), há ainda um risco
reduzido de desenvolverem asma e rinite alérgica no futuro.
Os benefícios para a saúde
cardiovascular devem-se ao fato de uma menor liberação de cortisol (hormônio do
estresse) e, nos momentos de interação com seu “amigãozinho”, existe ainda uma
maior liberação de oxitocina (“hormônio do amor”), que tem um efeito calmante e
reforça o vínculo entre animal e dono. Esse vínculo pode ser tão ou mais intenso
que os relacionamentos humanos conferindo benefícios semelhantes à saúde.
Além desses benefícios hormonais, o cãozinho de estimação
pode atuar como um “personal trainer”. Sabe aquele dia em que você chega em casa
do trabalho cansado e só quer saber de deitar no sofá? Pois é! Com um cãozinho
em casa, provavelmente haverá uma “pressão” para uma caminhada pelo bairro.
Alguns estudos apontam que, para aqueles que tem cachorro em casa, a chance de
realizar caminhada no lazer é 70% maior do que quem não tem. Se aventurar fora
para passear com seu cãozinho também pode levar ao aumento da interação social
e à um maior senso de conexão com a comunidade, o que pode melhorar o humor e
reduzir os níveis de estresse. Se você mora sozinho, os animais de estimação
podem ajudar a evitar a solidão e incentivar sentimentos de responsabilidade e
maturidade ao cuidar de outro ser.
Há ainda cachorros que são como médicos ultra
especializados. Além dos cães guias, que são os “olhos” dos deficientes
visuais, existem ainda cães que são treinados para detectar precocemente um
evento de convulsão epiléptica, diabetes, e até mesmo câncer. Os animais de
estimação também podem ensinar as pessoas com dificuldades de aprendizagem ou
autismo a se envolver e interagir com o mundo exterior.
Mas, como na vida nem tudo são flores, existe uma inevitável
desvantagem da posse de um cachorrinho de estimação – sua vida relativamente
curta. Em média, um cachorro vive entre 10 e 13 anos. Quanto maior a interação
que temos com nossos bichinhos e, quanto mais deixemos que eles nos ajudem a
recuperar de doenças, afastar a ansiedade, a depressão e se tornarem nossos
melhores amigos de quatro patas, mais aguda será a dor da inevitável perda deles.
Esses sentimentos de perda, podem ser similares a aqueles que experimentamos
quando perdemos um membro humano de nossa família.
Agora, se você estiver se questionando se vale a pena se
entregar ao amor de um cachorro pelo medo da inevitável partida precoce, a resposta
é categórica: SIM!!! CLARO QUE VALE.
Meu muito obrigado a minha psicóloga, personal trainer,
médica e as vezes até mesmo sombra, Honey, e suas três aprendizes, Puka, Fiona
e Lee.
Inaian é Profissional de Educação Física e Doutor em Atividade Física e
Saúde. Foi pesquisador associado da Universidade de Oxford e atualmente é
Pós-doutorando na USP. InaianTeixeira@hotmail.com