Requerimento do vereador Otávio perde de "goleada" na Câmara

Publicado em 22/06/2009 - legislativo -

841-12O vereador Otávio Luciano Camargo Sales de Magalhães (Prof. Otávio – PPS) através de requerimento na última reunião da Câmara de Muzambinho solicitou que fosse enviado oficio ao deputado estadual Antônio Carlos Arantes, protestando contra a verba de R$ 60 mil, por ele viabilizada para construção de biblioteca na E.E. Prof. Salatiel de Almeida. Otávio argumentou que a verba seria insuficiente para construção adequada de um prédio. Pior que isso, a verba fará com que seja destruído o belíssimo jardim localizado no interior da escola, uma vez que o recurso destinado permite apenas a construção nesse local, segundo informação da diretora e arquiteto responsável ao colegiado. Prof. Otávio relatou que professores e comunidade lamentam a destruição do jardim, mas entendem que é necessária a construção da biblioteca. Com isso, o vereador protesta contra a destruição do jardim, que incluirá corte de Ipê, árvore protegida por legislação federal. Mas, informou que segundo a diretora o corte já foi autorizado pelos órgãos municipais responsáveis. Na visão do edil, se o deputado não agir no sentido de complementar a verba ou impedir a destruição do jardim, estará prestando um desfavor para a memória histórica do município.
Otávio acrescentou que este assunto está gerando polêmica e muitos não têm coragem de falar. Confessou ser contrário a esta destruição, ficaria até sem biblioteca, pois depois poderia até arrumar uma verba maior. Citou que o deputado estadual Sávio Souza Cruz falou que arrumaria uma verba maior para construção da biblioteca em anos futuros (???). Além disso, Prof. Otávio afirmou que Arantes está perdendo votos, pois as pessoas estão insatisfeitas por ter mandado esta verba e o único lugar que conseguem construir é no jardim. Ele acredita que o deputado poderia evitar que a biblioteca fosse construída no jardim de alguma forma. Inclusive, isto foi falado em uma reunião do colegiado, na qual o edil Márcio Dias estava presente, além de professores. “Muitos me procuraram querendo a biblioteca, mas não querem a destruição do jardim”, disse.  
Porém, através da ação do vereador Marinho Menezes, o requerimento foi derrubado por 7 contrários a 1. Segundo Marinho, conversando com os colegas Canarinho, Silene e Zé Gibi, se a intenção do vereador Prof. Otávio foi essa, o tiro foi dado no passarinho errado, pois o protesto deveria ser contra a escola e não contra a verba do deputado. Ele manifestou ainda que jamais poderiam apoiar esta idéia de protestar sobre uma verba do deputado. Na sua visão, se existe algo a ser corrigido seria o propósito e o local e não a verba em si. “Seria constrangedor ver publicado pela imprensa que uma verba veio para o município contra o gosto do poder legislativo”, manifestou.

MANIFESTAÇÃO DE VEREADORES -
Márcio Dias falou que também estava presente da reunião do colegiado junto com assessor e afirmou que não viram nenhum protesto dos professores com relação a esta questão. Sugeriu que mudasse o endereço do requerimento a escola e não ao deputado.
- Reginaldo Esaú (Canarinho) também disse ser contrário ao requerimento, visto que o deputado já fez muito para o município, inclusive na própria escola com a reforma das salas de aulas que estavam caindo. Já que o colega disse que o deputado Sávio tem interesse de enviar uma verba para construção da biblioteca, então que enviei para completar este valor de R$ 60 mil e faça a biblioteca em outro local.  
- José Alves Ferreira (Zé Gibi – PMDB) também se manifestou contrário, pois não pode protestar contra verba que vem em beneficio do município.
- Silene Cerávolo frisou ser contra a maneira que foi reformulado o requerimento.
- João Poscidônio manifestou que não é contra a verba e sim contra a destruição do jardim.
- Gilmar Martins Labanca (PHS) acredita que não seria necessário tal requerimento. Segundo ele, se os professores e a diretora já sabiam que a verba viria e a biblioteca teria que ser construída no jardim, por que não barrou esta verba anteriormente. Explicou que isto não quer dizer que concorda com o corte de árvores. Porém, acrescentou que muito se fala que começam construir a casa de cima para baixo, acredita que mais uma vez, através desta manifestação, parece que está construindo de cima para baixo, pois a verba está pronta, tem autorização dos órgãos competentes para o corte das árvores e vem agora o colega manifestar para não fazer. Para ele, não há necessidade do requerimento neste teor, pois na primeira vez que foi comunicado a destinação da verba já deveria ter visto o local que seria construída a biblioteca, não sendo necessário este tipo de discussão. Manifestou-se contrário ao requerimento.