Publicado em 13/03/2020 - nilson-bortoloti - Da Redação
Você que vai se candidatar a vereador
pode merecer o meu voto, desde que se submeta a trabalhar pelas seguintes
iniciativas:
1.Moralização
da Casa -com medidas como a extinção das diárias que servem como indústria
para uma escandalosa ampliação da remuneração. Há que se levar em conta que o
vereador já tem um vencimento muito bom – cerca de três mil reais por mês –
para um comparecimento, no mais das vezes, de um único dia da semana na Câmara.
2.Mudança na Lei Orgânica Municipal –
estabelecendo que o número máximo de integrantes da Câmara sejam nove
vereadores. Por que onze? Haveria menos representatividade da população se
fosse reduzido o número de edis?
3.Diminuição
dos recessos –Por que os parlamentares possuem duas férias por ano, enquanto
que o resto dos mortais tem direito a um
único mês?
4.Presença
diária na Casa para: a) leituras e atualizações, b) atendimento ao público,
c)elaboração de correspondências e pronunciamentos da tribuna, d)elaboração de
Projetos, Resoluções, Indicações e Requerimentos, e) participação em cursos à
distância pela INTERNET, com vistas ao aprimoramento do trabalho parlamentar .
5.Eliminação
de festas e homenagens – a maior parte de eventos desta natureza realizados
pela Câmara neste sentido são desprovidas de sentido e têm o escopo único de se
transformar em plataforma política visando as eleições seguintes.
6.Exercer
com independência e destemor as duas funções precípuas que são reservadas ao
vereador- Por força da lei, cabe ao vereador a elaboração de leis e a
fiscalização do Poder Executivo. A meu ver, neste momento, o mais urgente é o
exercício da fiscalização. Para tal, o vereador deverá municiar-se da
independência que caracteriza o seu cargo para colocar em prática esta
prerrogativa que detém e que lhe foi transferida pelo povo. Ainda que seja do
mesmo partido do prefeito, ele não poderá se omitir desta sua função, com pena
de estar traindo o seu eleitorado. É claro que o vereador para bem exercer este
mister, deverá ter amplo conhecimento de toda a legislação que rege o município.
7.Auxiliar
a administração – É também tarefa do parlamentar auxiliar a administração.
Há a disposição dos integrantes do legislativo alguns instrumentos, como a
propositura de indicações. Deverão estas pautar por sugestões que venham ao encontro do interesse
público.
8.Devolução
das sobras dos duodécimos Anualmente a Câmara devolve ao Poder Executivo o
que não gastou dos duodécimos recebidos. Com a filosofia de uma política de
economia austera na administração da Câmara, este valor deverá ser ampliado.
Embora a tarefa de administrar o orçamento público seja do prefeito, não vejo
nada de errado para, por exemplo, o vereador fazer gestões junto ao Executivo
para que estes recursos devolvidos sejam utilizados na ampliação da carga
horária das escolas. Se conseguirmos transformar as nossas escolas municipais
em escolas de tempo integral, estaremos dando um grande exemplo de efetiva
preocupação na formação das nossas crianças e jovens.
9.
urbanidade e civilidade nos debates – no mundo político, muitas vezes, os
debates se revestem de muito calor. Competirá ao vereador se munir do
necessário controle emocional a fim que as discussões não se transformem em
“baixarias” e que as discordâncias se deem em nível elevado.
Acho que além de mim, existem muitos outros
eleitores que não aguentam mais o voto ser trocado por presentinhos ou pequenos
favores pessoais. Ou que o voto se dê em razão de amizade ou de parentesco.
Valorizo, como
sempre valorizei, a Casa Legislativa. Entretanto, para que ela venha a se
transformar num ambiente de crescimento político e cultural, compete aos nossos
vereadores abandonarem certas práticas que somente desvalorizam este poder tão
importante para a nossa democracia.
E é dever do eleitor buscar candidatos que
estejam alinhados com a postura ética, com a competência e com o interesse
público.
Alguns
poderão dizer que outros parlamentos funcionam como o nosso, notadamente a
Câmara Federal. Não importa, estamos numa cidade pequena e é nosso dever exigir
dentro da nossa comunidade, sobretudo, a correta aplicação do recurso público.
Se o povo não participar, não cobrar, perderá
o direito de reclamar.
Desafio, pois, que, para o próximo pleito, os debates e as plataformas políticas dos candidatos a vereador contenham os planos aqui levantados.Com toda a certeza, estaremos, assim, num saudável caminho de melhora da instituição, com benefício para todos.
POR: NILSON BORTOLOTI